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Didi Garcia

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Músicas de Didi Garcia

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	Autor:
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Letras e Poesias de Didi Garcia

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	minha alma sertaneja		14614	xxxxx
	mulher rebelde		14551	xxxxx
	transpiro o cheiro de mato		14454	xxxxx
	triste é o meu destino		14531	xxxxx
	a codorninha		14527	xxxxx
	a morte vida não tira		14414	xxxxx
	a senhora de manto azul		14503	xxxxx
	a vida de um retireiro		14648	xxxxx
	acendeu a divina luz		14524	xxxxx
	agenda amarelada		14525	xxxxx
	ainda quero você		14530	xxxxx
	amando escondido		14485	xxxxx
	amarga rotina		14460	xxxxx
	amigos da onça		14586	xxxxx
	amor de passarela		14434	xxxxx
	amor de reciprocidade		14630	xxxxx
	amor e lição		14516	xxxxx
	arrastando o bumbum no chão		14310	xxxxx
	as belezas que o mundo tem		14603	xxxxx
	as sete léguas do meu amor		14435	xxxxx
	assédio desleal		14610	xxxxx
	atrás da bananeira		14559	xxxxx
	banco do meu coração		14738	xxxxx
	batalha sem fim		14342	xxxxx
	beijo de boca pequena		14516	xxxxx
	beijos que enlouquem		14317	xxxxx
	bendita feiticeira		14451	xxxxx
	birita e rebate		14470	xxxxx
	brecadinha		14389	xxxxx
	cabra largado		14627	xxxxx
	caminhoneiro de alma lavada		14491	xxxxx
	camponesinha		14470	xxxxx
	carga pesada matadeira		14549	xxxxx
	carinha de choro		14581	xxxxx
	carreando na recordação		14474	xxxxx
	carreiro de nosso senhor		14466	xxxxx
	céu de outro peito		14487	xxxxx
	chega de tanto sofrer		14629	xxxxx
	chifradinha		14562	xxxxx
	chuva e distância		14476	xxxxx
	cinco estrelas		14482	xxxxx
	coisas absurdas		14422	xxxxx
	coisas que não lhe convém		14537	xxxxx
	colibri valente		14527	xxxxx
	compadre jacó		14487	xxxxx
	conquistador de solidão		14558	xxxxx
	conquistador posudo		14676	xxxxx
	conversando com a lua		14524	xxxxx
	convite de um sertanejo		14394	xxxxx
	coração bandoleiro		14514	xxxxx
	coração chorou		14543	xxxxx
	coração florido		14522	xxxxx
	coração leviano		14361	xxxxx
	coração mal acostumado		14451	xxxxx
	coração roxo de paixão		14498	xxxxx
	coração tatuado		14580	xxxxx
	corpinho tentação		14560	xxxxx
	corrida da virada		14527	xxxxx
	corrói de mansinho		14544	xxxxx
	cruel fracasso		14478	xxxxx
	cruzamento deu errado		14442	xxxxx
	custosa, malandrinha		14436	xxxxx
	de abrasador nada tem		14525	xxxxx
	de imponente a vagabundo		14534	xxxxx
	de poeta nada tenho		14510	xxxxx
	deus me dá paciência		14608	xxxxx
	deus não dorme e nem pisca		14498	xxxxx
	devolva_me_a novamente		14444	xxxxx
	doentio ciúme		14544	xxxxx
	dois baianos e um coco só		14419	xxxxx
	dois patativos		14502	xxxxx
	é a tal de saudade		14608	xxxxx
	ê vida agitada		14537	xxxxx
	estrada de recordação		14428	xxxxx
	estrela perdida		14551	xxxxx
	eu e júnia maria		14516	xxxxx
	eu estava tão feliz		14555	xxxxx
	eu sou um pobre pateta		14593	xxxxx
	eu, a morena e a viola		14486	xxxxx
	face mimosa		14627	xxxxx
	fadado ao sucesso		14540	xxxxx
	ferroadas		14636	xxxxx
	final de outono		14523	xxxxx
	final sem amor		14558	xxxxx
	firme no pedaço		14523	xxxxx
	foi sua timidez		14553	xxxxx
	fruto da gratidão		14464	xxxxx
	fugitivo de sua vida		14555	xxxxx
	gameleira amiga		14680	xxxxx
	garça fujona		14528	xxxxx
	garizinha		14524	xxxxx
	gemido de boi		14482	xxxxx
	gente que ama a gente		14481	xxxxx
	historia de amor		14557	xxxxx
	infinitas vezes		14519	xxxxx
	lábios venenosos		14443	xxxxx
	lua lenços de prata		14487	xxxxx
	luar sem amor		14612	xxxxx
	mãe adotiva		14498	xxxxx
	malvado ribeirão		14366	xxxxx
	mansão de sertanejo		14564	xxxxx
	manto verde e amarelo		14493	xxxxx
	melodioso dueto		14509	xxxxx
	menina moça, menina mocinha		14462	xxxxx
	mesma paixão		14481	xxxxx
	meu curió brasileiro		14420	xxxxx
	meu pai querido		14543	xxxxx
	minha querida professora		14423	xxxxx
	modesta soberania		14509	xxxxx
	moléstia assassina		14495	xxxxx
	morena poetisa		14549	xxxxx
	mulher cearense		14439	xxxxx
	mulher colibri		14522	xxxxx
	mulher mais amada		14535	xxxxx
	mulher passarinho		14680	xxxxx
	mulherada do jeito que eu go...		14536	xxxxx
	mutreta de santo antônio		14566	xxxxx
	na areia branca da praia		14651	xxxxx
	na palidez do seu sorriso		14419	xxxxx
	namorado da lua		14294	xxxxx
	não é vida		14363	xxxxx
	não foi santo antônio		14584	xxxxx
	não mando recado		14536	xxxxx
	no fundinho do buraco		14378	xxxxx
	nossas indecisões		14430	xxxxx
	nosso remédio		14403	xxxxx
	nova dupla sertaneja		14469	xxxxx
	nova paixão		14411	xxxxx
	o abre e fecha das porteiras		14487	xxxxx
	o famoso negativo		14574	xxxxx
	o serviço do vento		14591	xxxxx
	obra de nosso senhor		14462	xxxxx
	olhos da fé		14484	xxxxx
	orgulho machucado		14507	xxxxx
	pagode da verdade		14524	xxxxx
	paixão é fogo		14492	xxxxx
	papagaio tagarela		14533	xxxxx
	parece mentira		14552	xxxxx
	passarela de minha vida		14464	xxxxx
	pelas frestas da gaiola		14700	xxxxx
	pelas veredas da solidão		14528	xxxxx
	pelo grande oceano de sangue		14506	xxxxx
	pitangueira centenária		14513	xxxxx
	pobre sem moradia		14429	xxxxx
	pode inhanhá		14512	xxxxx
	poder conquistador		14619	xxxxx
	poeira de sapateado		14581	xxxxx
	por quê lhe procurar		14476	xxxxx
	praça d		14499	xxxxx
	prantos de desgostos		14509	xxxxx
	primor de remédio		14519	xxxxx
	quatro paixões		14421	xxxxx
	quem me dera		14470	xxxxx
	radialista traído		14569	xxxxx
	rasto de um avião		14475	xxxxx
	rebola graúdo, rebola miudin...		14399	xxxxx
	rega do amor		14599	xxxxx
	residência do amor		14440	xxxxx
	retorno ao velho sítio		14620	xxxxx
	revelando segredos		14399	xxxxx
	sabiá majestoso		14311	xxxxx
	seis rosas amarelas		14400	xxxxx
	sem parada pro almoço		14522	xxxxx
	sem você, com você		14690	xxxxx
	serelepe candieiro		14541	xxxxx
	sertão celestial		14577	xxxxx
	seu coração mentiu		14473	xxxxx
	sinal verde		14450	xxxxx
	só me falta uma cabocla		14682	xxxxx
	socorro jesus cristo		14512	xxxxx
	somos dois pirracentos		14216	xxxxx
	sorriso de cinderela		14503	xxxxx
	sua crueldade		14338	xxxxx
	sua teimosia		14563	xxxxx
	tá gostoso sim		14445	xxxxx
	tarde demais		14487	xxxxx
	tela da vida		14388	xxxxx
	tem no meu sertão		14419	xxxxx
	tem nos braços dela		14494	xxxxx
	terra gestante		14431	xxxxx
	tinha morena, loura e mulati...		14609	xxxxx
	tô de olho na viuvinha		14609	xxxxx
	tortura de amor		14498	xxxxx
	tqta sociá		14581	xxxxx
	trilhas do sucesso		14658	xxxxx
	triste e amargo pranto		14531	xxxxx
	troféu de incompetência		14475	xxxxx
	tudo foi um sonho		14427	xxxxx
	um alerta à natureza		14428	xxxxx
	uma casinha de sapê		14557	xxxxx
	uma festa para duas gerações		14497	xxxxx
	uma tal de fulaninha		14437	xxxxx
	unidos pelas mãos do destino		14561	xxxxx
	venha fazer amor comigo		14388	xxxxx
	vida de sertanejo		14385	xxxxx
	viola que manda eu calar		14544	xxxxx
	viola, pedaço de madeira		14678	xxxxx
	violão chora também		14327	xxxxx
	virei seu brinquedo		14444	xxxxx
	vou virar um bombeiro		14570	xxxxx

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PERFIL

LETRAS

Didi Garcia

Associado(s) ao Clube dos Compositores do Brasil desde 02/08/2011, sua principal referência é luz - mg.

Letras e Poesias de Didi Garcia

 NÃO É VIDA

Ai, que dor tamanha 
Eu sinto no peito
É pura saudade, não é 
manha.
Saudade que não tem mais 
jeito

Ai, que dor estranha 
Eu estou sentindo
Dor que ameniza quando minha 
alma sonha
Que você está me ouvindo

Vai embora a tristeza
A felicidade já vem 
sorrindo
Quando em sonho sinto 
firmeza
Ao saber que você está 
vindo

Aí me vejo domado
Por algo tão estranho e 
gostoso
E nos seus braços encarcerado
Me 
sinto um prisioneiro 
glorioso

Ao sentir o aperto de um singular 
abraço
Eu acordo tomado pela 
infelicidade
Meu pobre coração relegado 
ao fracasso
Sufocado neste peito 
corroído pela saudade

Não é vida ser feliz de sonho 
em sonho
Minha esperança já chegou ao 
fim
E hoje neste coração tão 
tristonho
Perpetua uma certeza. ela 
não volta mais pra 
mim ...

 GAMELEIRA AMIGA


Gameleira amiga, aqui estou de 
volta
Aqui estou por ordem da 
imensa saudade
Quero reviver contigo cenas 
passadas
Preciso sentir novamente a 
felicidade

Aspiro deslumbrar sua beleza 
frondosa, amiga.
Obra da natureza que nosso 
senhor santifica
Tenho vontade de adormecer 
em sua sombra
Aspirando o ar gosto que 
sabiamente purifica

Gameleira amiga, juntos nascemos...
Juntos 
crescemos, mas o tempo nos 
separou
Mudei pra cidade em busca de 
aventura
À procura de carinho, 
ternura e amor

Gameleira, por força da natureza
Você 
está muito mais jovem do que 
eu
Estou aproximando do fim da 
vida
Terminando a tarefa que Deus 
me deu

Gameleira amiga, neste reencontro,
Eu 
jamais poderia chorar
Eu lhe peço perdão pela 
minha fraqueza
Preciso de sua força pra me 
levantar

Gameleira, minha grande amiga
O 
que resta em mim é o seu 
verde esperança
Há muito tempo nas trevas da 
solidão
Esperando a grande chegada 
da bonança

E hoje vivo lá no deserto do 
asfalto
Eu vivo entre quatro 
paredes, um teto e um 
piso
Trabalhando vivo na sombra o 
dia inteiro
Porém, longe de sua sombra o 
dia inteiro
Porém, longe de sua sombra 
amiga que eu 
tanto preciso

Ai, gameleira minha, querida 
irmã,
Quisera eu ser um poeta ser 
um compositor
Para escrever uma poesia em 
canção
Aqui minha homenagem, nestes 
rabiscos, com 
muito amor

CARINHA DE CHORO

Menina, pára com isso
Menina, pára de chorar
Chorando tu deixas de ser 
bonita
Ficando feia não posso te 
namorar

Menina bonita
Pelo seu rosto rolam prantos 
de paixão
Lágrimas que correm dos teus 
olhos
Inundam meu coração

Menina, pára com isso
Menina, pára de chorar
Chorando tu deixas de ser 
bonita
Ficando feia não posso te 
namorar

Coração cheio de lágrimas
Bate todo 
desconcertado
Coração não batendo direito 
eu morro
E deixo de ser teu namorado

Menina, 
pára com isso
Menina, pára de chorar
Chorando tu deixas de ser 
bonita
Ficando feia não posso te 
namorar

Menina troque essa carinha de 
choro
Por um lindo sorriso
Pois é de tu, bonita e 
sorridente
Que eu tanto preciso

Menina, pára com isso
Menina, pára de chorar
Chorando tu deixas de ser 
bonita
Ficando feia não posso te 
namorar

 MANTO VERDE E 
AMARELO


Você que ainda não viu
Venha correndo venha ver
Quanta beleza existe
Num frondoso pé de ipê 

Ipê florido, minha gente
É obra da natureza
É coisa linda, é coisa 
rara
É criação divina com tanta 
beleza

Se eu pudesse eu criaria
Além das quatro uma nova 
estação
Estação da alegria e do rei 
da natureza
Florescendo com flores 
amarelas meu coração

Quando passa o mês de agosto
Também 
setembro chegando ao fim
Flores amarelas que vão 
embora
Levando com elas um pouco de 
mim

Despedem_se as flores de mim
Folhinhas 
verdes vem aparecendo
É o verde da esperança
Que em meu coração está 
renascendo

Esperança que no ano que vem
A 
um novo espetáculo vou 
comparecer
Na estação do verde 
amarelo
Ver a árvore de minha vida 
reflorescer

Ipê florido, minha gente
É força viva em meu 
coração
É um manto verde_amarelo
É meu grande delírio pelo 
sertão

 POR QUÊ LHE 
PROCURAR


Por quê lhe procurar todas as 
noites
Pra revivermos momentos de 
felicidade
Se em seu coração é ódio que 
domina
Ficar livre de mim é sua 
vontade

Você vive sempre fazendo pouco
De 
meu amor e do meu 
carinho
Eu sei que sua meta é 
conseguir
Me tirar do seu caminho

Cenas que um casal vive na cama
São 
artifícios que protelam a 
vida a dois
Destas cenas você já não 
participa
Sempre pedindo deixar para 
depois

À noite tão logo deitamos
Você dorme 
e até começa a ressonar
Alegando o cansaço do dia a 
dia
Mais uma noite estou proibido 
de amar

Já é tarde, passou da meia noite
Vejo 
chegar mais uma 
madrugada
Enquanto padeço de sede de 
amor
Você feliz num sono profundo 
mergulhada

A madrugada também chegando 
ao fim
Um novo dia já vem nascendo
Você 
levanta não mais que 
indiferente
Eu de sono e desilusão quase 
morrendo

 FINAL SEM AMOR

Desde quando lhe conheci
Eu quis a felicidade pra nós 
dois
Jamais eu poderia pensar
O que viria depois

Eu era carente de amor
Você também necessitava 
carinho
Sonhava amar e ser amado
Construirmos então o nosso 
ninho

Durante nosso namoro e noivado
Sua 
indiferença não percebi
Mas, com o passar dos 
tempos
Seu desinteresse eu descobri

Depois 
de muitos anos de 
casados
Aos poucos de mim se 
afastando
Não aceita mais meu 
afeto
Amor a mim não mais dedicando

Não 
posso mais tocar em seu 
corpo
Seus olhos já não olham nos 
meus
Não posso mais beijar os 
seus lábios
Meus olhos já não podem 
fitar os seus

Eu queria nossa vida feita
De 
amor, ternura e carinho
Mas, hoje você me odeia
Terei de seguir outro 
caminho

Sempre sonhei viver com você
A 
vida com todo esplendor
Mas, Deus ou o destino 
reservou
Pra mim um final sem 
amor

 CUSTOSA, 
MALANDRINHA


Ô, ô, ô Sandra
Ô, ô, ô Sandrinha
Garota levada,
Custosa, malandrinha

Tira o cabelo de cima do rosto
E 
joga em cima do ombro
Numa ginga de tanta 
beleza
Que eu até me assombro

Ô, ô, ô Sandra
Ô, ô, ô Sandrinha
Garota levada,
Custosa, malandrinha

Nas ondas dos teus cabelos
Eu 
quero me naufragar
Quero me sentir perdido
Na escuridão do teu negro 
olhar

Ô, ô, ô Sandra
Ô, ô, ô Sandrinha
Garota levada,
Custosa, malandrinha

Encosta seu rosto no meu
Dengosa murmura baixinho
Bem ao pé do meu ouvido
Sem constrangimento, me 
oferece carinho

Ô, ô, ô Sandra
Ô, ô, ô Sandrinha
Garota levada,
Custosa, vida minha

 DEVOLVA_ME_A 
NOVAMENTE


Mas, por quê será meu Deus
Que ela 
novamente não vem
Será que lá no céu
Ela está gostando de 
alguém?

Ai, não faça assim, Senhor
Eu 
lhe peço, meu Deus
Traga_a novamente pra 
mim
Quero rever os afagos seus

O 
que eu desejo
É aliviar o meu coração
Possui_la eternamente
E não ser escravo da 
solidão

Ai meu Deus, meu Deus
Será que o Senhor sabe
Que um homem sem amor
Neste mundo não cabe

Senhor, já estou cansado
De tanto vagar ao léu
Devolva_me_a novamente
Ou me mande depressa pro 
céu

Mas, porque será meu Deus
Que ela 
novamente não vem
Será que lá céu
Ela está gostando de 
alguém?

Senhor já estou cansado
De tanto vagar ao léu
Devolva_me_a novamente
Ou me mande depressa pro 
céu

 MULHER MAIS AMADA


Te amarei durante o inverno,
Pra quando 
a primavera chegar,
Poder continuar te 
amando
Até o verão começar

Aí te amarei mais ainda
Esperando do outono a 
chegada
Para ouvir_te dizer
Que é a mulher mais 
amada

Virão outros outonos, invernos
Primaveras 
e outros verões
E junto com cada estação
Muito, mais amor pros nossos 
corações

Te amarei durante todo o ano
Te 
amarei durante as quatro 
estações
Viveremos a flutuar
No doce oceano das 
ilusões

Te amarei por todo o sempre
Te 
amarei por toda a 
eternidade
Para que entre nós dois
Nunca, nunca haja 
saudade.

Te amarei durante todo o ano
Te 
amarei durante as quatro 
estações
Viveremos a flutuar
No doce oceano das 
ilusões

Te amarei por todo o sempre
Te 
amarei por toda a 
eternidade
Para que entre nós dois
Nunca, nunca haja 
saudade.

 FOI SUA TIMIDEZ


Eu conhecei a morena Rosinha
Numa festa 
de São João
Tava tudo muito animado
Tava tudo muito bão

Ela aparentava tão deprimida
Lá 
num cantinho do salão
Mas foi sua timidez
Que balançou meu coração

Convidei Rosinha pra dançar
Ela 
me deu um tremendo não
Não quero só dançar com 
você
Quero que mate minha paixão

Eu 
perguntei pra moreninha
Qual era sua decepção
Meigamente Rosinha me 
respondeu
Ainda não ganhei seu 
coração

Eu respondi pra moreninha
Minha linda 
flor em botão
Abra seus braços meu 
amor
Pra eu não cair no chão

Rosinha então me retrucou
Nossos 
sonhos se realizarão
Quero me casar com você
Com festança e muita 
animação

Foi realizado o nosso matrimônio
Com 
alegria e presença do 
povão
Quando o vigário da capelinha
Sacramentou 
nossa feliz união.

 MELODIOSO DUETO


Sempre que paro para refletir
Começo logo 
a recordar
A minha vida lá no mato
Recordando sinto vontade de 
chorar

Nasci lá no meio do sertão
Com 
sangue de verdadeiro 
caipira
Decidi escrever esta 
canção
Não sou poeta, mas o tema me 
inspira

Quando eu era ainda criança
À 
noite as canções de 
ninar
Com o cantar dos curiangos
Não 
precisava mamãe cantar

Noite inteira no aconchego do 
colchão de 
palha
Lá no mato coruja e curiango 
duetavam
De manhãzinha saracura e 
siriema
Para um novo dia me chamavam

E 
ao desfalecer mais um 
dia
Vinha brotando mais um anoitecer
Melodioso 
dueto de inhambu e 
juriti
Mandando_me dormir para eu 
crescer

Foi_se a meninice. veio então 
a mocidade
Mudei pra cidade procurando 
dias mais felizes
Minha felicidade ficou lá no 
mato
Porque lá ficaram minhas 
raízes

 AMOR E LIÇÃO


Foi naquela sala de aula
Em uma carteira escolar
Eu aprendia suas lições
Também compreendia seu meigo 
olhar

Foi assentado naquela carteira
Que 
eu recebia seus 
ensinamentos
Eu não só estudava as 
lições
Também percebia seus sentimentos

Meus 
colegas de sala de aula
Notaram logo seu esforço 
dobrado
Pra um aluno muito especial
Muito 
amor e lição reservados

O destino destruiu nossos sonhos
No 
seu caminho eu não 
prossegui
Aprendi tudo que ela me 
ensinou
Mas a lição do amor, 
infelizmente eu perdi

Eu parei de estudar as lições
Também 
nosso amor terminou
Nunca mais voltei à 
escola
A professora nunca mais 
lecionou

O destino destruiu nossos sonhos
No 
seu caminho eu não 
prossegui
Aprendi tudo que ela me 
ensinou
Mas a lição do amor, 
infelizmente eu perdi

Eu parei de estudar as lições
Também 
nosso amor terminou
Nunca mais voltei à 
escola
A professora nunca mais 
lecionou

 CORPINHO TENTAÇÃO


Esta noite eu tive
Um sonho tão lindo
Era a mulher do meu 
sonho
Em sonho para eu sorrindo

Cintura 
fina, corpinho tentação
Olhar tão negro, até 
brilhava
Era a mulher tão esperada
Que 
em sonho pra eu chegava

Ela estava demais
Meiga, bonita e sensual
Só mesmo em sonho
Pra ver outra mulher 
igual

Esta noite eu encontrei
A mulher acima da 
imaginação
Não sei se era sonho ou 
pesadelo
Encheu de sonho meu 
coração

Mas infelizmente eu acordei
Sem 
tocar aquele corpo 
fascinante
Coração batia desiludido e 
acelerado
Mulher do além estava bem 
distante

O sonho não passou de sonho
Minha 
cobiça não foi alcançada
Tenho que dormir 
novamente
Pra reencontrar a mulher tão 
sonhada

 NOVA PAIXÃO


À ninguém, mas ninguém neste mundo
Eu 
posso contar quem é meu novo 
amor
Mas, a todo mundo eu quero 
informar
Essa nova paixão invade meu 
coração, quase 
me mata de dor

A ninguém, mas, ninguém neste 
mundo
O meu novo amor eu digo quem 
é
Quero deixar a terra, o céu 
e o mar curiosos
Pra saber o nome desta 
mulher

A todo mundo eu quero dizer,
Ela 
é morena, bonita e muito 
charmosa
E pra fazer inveja ao mundo 
inteiro
Informo que ela é também 
muito carinhosa

Bem diz o velho ditado
Tudo o que é proibido é 
muito mais gostoso
O motivo dela ser casada
Torna nosso romance muito 
mais saboroso

E assim vamos amando e vamos 
andando
Por este caminho tão 
sinuoso
E assim vamos amando e vamos 
deliciando
Este nosso romance cada vez 
mais sigiloso

 DE IMPONENTE A 
VAGABUNDO


Saudade eu tenho do tempo
Que eu 
não tinha saudade
Eu era feliz e não sabia
Não conhecia a verdadeira 
felicidade

Apaixonado pelo tempo que eu 
desconhecia
O quanto dói uma grande 
paixão
Eu tinha um coração valente 
que a tudo 
resistia
Enquanto ele não vivia preso 
a outro coração

Quantos e quantos corações dilacerados
Tão 
cruelmente abandonei
Com infinitas falsas 
promessas
Na rua da amargura, me 
esperando eu deixei

Eu passava dominar com ditadura
Todos 
corações deste mundo
Não imaginava que mais 
tarde
Eu passaria de imponente a 
vagabundo

Eis que em minha vida, um certo 
dia
Um grande amor aconteceu
Meu coração bravio foi 
domado pelo frágil 
coração de mulher
Daí em diante nunca mais fui 
o mesmo eu

Por esta mulher cegamente me 
apaixonei
Dei a ela tudo que eu tenho 
e que eu sou
Ela transformou meu coração 
bravio e 
prepotente
Em um coração mortificante 
de amor

 TRISTE E AMARGO 
PRANTO


Com estima ainda trago comigo
Aquele lenço 
branco que ela me deu
Nele dois corações 
gravados
O seu nome e também o 
meu

Naquele lenço de pano branco
Com linha 
verde ela bordou
Fez o trabalho com tanto 
carinho
Provando a grandiosidade do 
nosso amor

Lenço branco, branco da paz
Bordado 
em verde, verde 
esperança
Um dia enxugou nosso pranto 
de emoção
Quando ficamos noivos de 
aliança

Mas, lenço branco bordado em 
verde
Esperava um dia enxugar o 
pranto do nosso 
grande sonho
Quando o senhor vigário 
pedisse a Deus
Abençoar para a eternidade 
nosso matrimônio

Mas, lenço branco bordado em 
verde
Enxugou apenas o meu triste 
e amargo pranto
Pois ela Deus levou para 
sempre
Vive com ele coberta com seu 
sagrado manto

 SEU CORAÇÃO MENTIU


Eu já perguntei
A tanta gente
Pra onde você foi
Assim, tão de repente

Muito tempo faz
Que você partiu
Eu fiquei tão triste
Seu coração mentiu

Disse que me amava
Eu, coitado, acreditei
Agora está pagando
O amor que lhe dei

Você usa o mal
Para pagar o bem
Mas, tenha certeza
Seu dia ainda vem

Se algum dia você
Me pedir perdão
Pode ficar tranquila
Será dado de coração

Mas, é muito certo
O que diz o povo
Quem bate uma vez
Vai bater de novo

Perdoada será
Seguirá seu caminho
Pra continuar sofrendo
Prefiro sofrer sozinho

 CORAÇÃO MAL 
ACOSTUMADO


Eu trago em meu peito ardente
Em coração 
sofrido e carente
Coração bate forte e 
reclama
Não tem mais quem lhe 
ama

Coração quase saindo do peito
Já 
não tem outro jeito
Pede a Deus por 
clemência
Mandar amor com urgência

Coração mal acostumado
Não sofre calado
Não conhece o abandono
Procura logo outro dono

Coração batendo bem forte
Batendo 
contra a chegada da 
morte
Aguardando a vinda do amor
Procurando 
matar de vês esta dor

Coração pode reclamar
Eu quero amar
Coração não para de 
bater
Eu quero, eu quero viver

Coração mal acostumado
Não sofre calado
Não conhece o abandono
Procura logo outro dono

Coração batendo bem forte
Batendo 
contra a chegada da 
morte
Aguardando a vinda do amor
Procurando 
matar de vês esta dor

 FADADO AO SUCESSO


A noite está fria
Bonita e enluarada
Procurei tudo no mundo 
inteiro
Porém, não me deparei com 
nada

Para mim ficou todo negro
O infinito 
lençol de prata
Passei até mesmo a 
desconhecer
O romantismo da serenata

Deixou de reluzir o ouro do 
sol
Ficou todo ofuscado o brilho 
do diamante
Deixou de existir a 
paixão
Entre a amada e o amante

Transformou em sinal de luto
O 
verde da esperança
Passou a existir só 
tempestade
Desfaleceu a tão esperada 
bonança

A cachoeira deixou de jorrar 
para baixo
A água está correndo pra 
cima
Nosso romance não sobrevive
É 
planta morrendo por falta de 
clima

Deixou de existir a fé
Ocupou seu espaço a 
descrença
Entre o amor e o ódio
Já não existe mais 
diferença

Tudo isso aconteceu comigo
Graças 
ao desprezo seu
Este é o mundo do seu 
coração
Todavia encontrei Deus 
dentro meu

Deus me fez nascer de novo
Fez 
de mim um novo eu
Me sinto um homem fadado ao 
sucesso
Porque sempre acreditei na 
graça de Deus

 TRILHAS DO SUCESSO


Tanto, tanto que lhe avisei
O que 
você vinha fazendo 
comigo
Estava me expulsando de sua 
vida
Nosso enlace estava correndo 
perigo

Eu sempre fui cheio de defeitos
É 
bem verdade, eu 
reconheço
Mas, sempre lhe deu amor e 
carinho
Desse detalhe eu nunca me 
esqueço

Quantas e quantas foram as vezes
Tentei 
dialogar, deixar tudo 
esclarecido
Você simplesmente me deu as 
costas
Me fazendo passar despercebido

Resolvi 
tomar agora esta decisão
Não vou deixar nada para 
depois
O seu abandono decretou
O final de tudo entre nós 
dois

Vamos cada um trilhar o seu 
caminho
São assuma sozinha nossa 
separação
Sempre, sempre vou dividir 
com você
A culpa de desfazer nossa 
união

Não serei um homem fracassado
Seguirei pelas 
trilhas do sucesso
Apesar de tudo que você fez 
comigo
Não lhe desejo sequer um 
retrocesso

Pode abrigar quem você quiser
Neste 
coração que já foi abrigo 
meu
Eu quero apenas lhe agradecer
Pelos 
lindos filhos que você me 
deu

 MÃE ADOTIVA


Mãe adotiva, mulher tão amorosa
No mundo 
nem sempre lembrada, tão 

esquecida
Cheia de amor e ternura, vazia 
de maldade
Merece mais que ninguém, ser 
bem proferida

Muitas vezes, tão ou mais importante
Que 
a própria mãe, cujo filho 
gerou
Lado a lado, passo a passo, 
ali a guerreira
Cumprindo o papel da 
genitora, cujo filho, não 

amparou

Mãe adotiva, personagem tão incansável
No 
seu coração, para dar 
meiguice e carinho
Sonhadora, cheia de garra e 
muita fé
Na sua humildade esquece, 
que é de outra 
aquele filhinho

Da mãe adotiva, são aquelas 
mãos
Que suavemente banham o 
corpo tão dócil de 
uma criança
Também da mãe adotiva, olhos 
de 
misericórdia
Olham pra cima, trazendo pra 
baixo, bênçãos 
de Deus e muita 
esperança

Às mães adotivas do mundo inteiro,
Em 
nome de infinitos filhos 
adotivos,
Eu agradeço pela sua grande 
benevolência,
Pelos seus princípios 
altamente caritativos

Mãe adotiva, muitas delas até 
solteiras
Rainha do lar nunca foi 
proclamada
Cuida hoje, do tão 
pequenino, amanhã tão 
grandioso
Sem nunca cobrar de ninguém 
ser 
compensada

Eu peço a Deus e Nossa Senhora
Para 
que a mãe adotiva, a mãe 
criadora
Receba muitas graças e 
proteção divina,
Como sempre recebe a mãe 
genitora

Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo
Faça 
da mãe adotiva, do lar uma 
rainha
A Deus e à Virgem Maria, 
peço abençoar
Mamãe adotiva, porque eu 
também tive a 
minha

 MULHER CEARENSE


Linda e perfumada, flor morena
Por mim 
cobiçada, mulher 
cearense
Meu coração, a ti entrego
Teu 
coração, a um nordestino 
pertence

Graciosa, meiga e bonita
É a mais bela flor, do 
jardim nordestino
Deixaste teu berço natal
Pra vir machucar o coração, 
de um sudestino

Teu corpo vistoso, teu rosto 
fascinante
Dentes miúdos, sorriso bem 
feminino
Mulher nordestina, tu me 
deixaste perdido
Transformou em delírio, meu 
pobre destino

Como pôde, o destino fazer
Trazendo 
a rainha do nordeste
Para assumir teu reinado
Tão longe, aqui no 
sudeste

Somente tu, mulher cearense
Tão 
bela e com tanta nobreza
Poderia vir, aqui pro 
sudeste
Trazendo em teu corpo 
moreno, tanta beleza

Mulher, tu que és bonita por 
natureza
Que um dia, deixaste o teu 
Ceará
Por quê não renuncia, o teu 
nordestino
Para aqui no sudeste comigo 
ficar

Como pôde, o destino fazer
Trazendo 
a rainha do nordeste
Para assumir teu reinado
Tão longe, aqui no 
sudeste

Mulher, tu que és bonita por 
natureza
Que um dia deixaste, o teu 
Ceará
Por quê não renuncia, o teu 
nordestino
Para aqui no sudeste comigo 
ficar

 LUAR SEM AMOR


Meu amor, ninguém sabe
Somente a lua 
testemunhou
Quando juramos amor 
eterno
Seu juramento, você renunciou

Apenas 
a lua foi testemunha
Das nossas lindas promessas 
de amor
Mas hoje, a lua não sabe
Que você me vê com 
rancor

Nem eu nem a lua sabemos
Porque as juras você não 
cumpriu
Hoje a lua apenas me dá
Testemunha de que você 
partiu

Eu sonhava ser com você
Eternamente muito feliz
Não sei se você, Deus ou o 
destino
Para mim, felicidade não 
quis

Nas noites frias e enluaradas
Nossos corações, 
aquecidos pela felicidade
E 
hoje a lua chora por mim
Os prantos da eterna 
saudade

Hoje minha vida é vazia
É um pobre jardim sem 
flor
Foi embora minha rosa perfumada
Só 
me resta um luar sem 
amor

Nas noites frias e enluaradas
Nossos corações, 
aquecidos pela felicidade
E 
hoje a lua chora por mim
Os prantos da eterna 
saudade

Hoje minha vida é vazia
É um pobre jardim sem 
flor
Foi embora minha rosa perfumada
Só 
me resta um luar sem 
amor

 CONVITE DE UM 
SERTANEJO


Aos meus amigos, aí da cidade
Convido, através 
desta canção
Venha conhecer tantas coisas 
bonitas
Aqui, no aconchego do meu 
sertão

Venha conhecer carro de boi
Puxado 
pela boiada carreira
Dá gosto a gente ver, eixo e 
chumaço
Rangendo melodioso, na 
subida da ladeira

Aqui tem engenho moedor de cana
Para 
fabricar melado e 
rapadura
Não muito distante do 
engenho
Um pequeno banhado, onde 
canta a saracura

De madrugada, beijando a terra,
Se 
despedindo da noite, os 
raios da estrela 
D’alva
Encantado assisto, duas 
estrelas em harmonia 
se revezando
É o sol que vem surgindo, 
aquecendo a terra e 
encantando nossas almas

Prestando merecida homenagem 
ao nascer do 
sol
Lá longe na floresta, a harmoniosa 
orquestra 
da passarada
Com certeza agradecendo à 
estrela maior
Por ter mandado embora, o 
frio da madrugada

Seduzido também a gente fica, 
ao deslumbrar
O ouro do sol, dourando o 
cristal dos pingos 
de orvalho
Como é primorosa a fé do 
lavrador valente
De ferramentas nas costas, 
com destino ao 
trabalho

Aqui tem tantas outras coisas 
bonitas
Porém, pureza de nossas 
almas, é nossa 
qualidade predileta
Pode acreditar no que está 
falando
Este singelo matuto, metido 
a poeta

Aqui tem matas que conversam 
com o vento
Tem tantas coisas, que em 
outro lugar não 
vejo
Ribeirão correndo manso, 
junto ao pé da serra
Tem também, ternura e 
sinceridade do 
sertanejo

 PELO GRANDE OCEANO DE 
SANGUE


Pelo grande oceano de sangue
Que corre 
em minhas veias
Já passaram, diversas 
navegantes
Dentre elas, uma linda 
sereia

Ela veio para alegrar e fascinar
O 
porto do meu coração
Mandando embora para 
sempre
A tirana tristeza e a 
maldita solidão

Sereia, é a mulher do meu sonho
Desembarcou 
no cais do meu peito
Fez renascer meus grandes 
anseios
Há tempos, já quase desfeitos

Mulher 
bonita, meiga e 
carinhosa
Criatura expressa, em forma 
de amor e poesia
Foi uma força do além, quem 
mandou você 
pra mim
Para jamais deixar minha 
alma vazia

Eu lhe amo minha linda sereia
Você 
me faz tão feliz
Sua maneira de ser, é tão 
sedutora
Do seu jeito de amar, me 
tornei um aprendiz

Sereia, metade do meu ser, metade 
de minha 
vida
Me sinto mergulhado, num 
oceano de amor
Sereia, você é meu sagrado 
monstro
Você é minha luz , minha 
sombra, meu calor

Sereia, quando o azul dos seus 
olhos
Tocam o azul das ondas do 
mar
Num esplendoroso toque de 
magia
Fazendo o agito das ondas se 
acalmar

E quando você com seus olhos 
azuis,
Olha pra mim com este seu 
olhar magistral,
Me sinto embevecido, num 
infinito mundo de 
ternura
Amor deste jeito, com 
certeza não tem plural

 CONQUISTADOR DE 
SOLIDÃO


Foi aos quinze anos de idade
Encontrei a 
primeira namorada
Porém, já pensando em 
outra
Na primeira, eu pensava 
quase nada

Sem piedade, desprezei a primeira
Com 
a segunda, pouco tempo 
namorei
Namoro com a terceira, foi 
com a rapidez de 
um pensamento
Em mais uma triste 
despedida, chorando eu a 

deixei

E assim vivendo a minha vida 
aventureira
Pensando ser no mundo, o 
maior conquistador
Conquistaria quem e quando 
eu quisesse
Meu grande prazer, era ver 
uma mulher 
chorando por amor

E deste jeito foi passando minha 
vida
Tratando com desprezo e 
ironia
Todas mulheres que gostassem 
de mim
Mas o que o destino me 
reservava, eu não 
sabia

Hoje trago em meu peito, um 
coração 
fracassado
Que mal bate, para não 
deixar eu morrer
Este mesmo coração, que 
prolonga minha vida
Teimoso bate, para alongar o 
meu sofrer

Com certeza, hoje vivem felizes
Cada 
mulher que em cada dia 
desprezei
Vivo curtindo o sabor amargo 
do fruto
Da semente que durante muito 
tempo, eu 
plantei

Enquanto espero ser chamado 
pra eterna 
morada
Mergulhado neste imenso 
oceano de desilusão
Me vejo diante da cruel e 
triste verdade,
Na realidade sou o grande 
conquistador de 
solidão

Enquanto espero ser chamado, 
pra eterna 
morada
Mergulhado neste imenso 
oceano de desilusão
Me vejo, diante da cruel e 
triste verdade,
Na realidade sou o grande 
conquistador de 
solidão

 PELAS FRESTAS DA 
GAIOLA


Pense bem , pense bastante
Antes de 
encarcerar um passarinho
Não roube sua liberdade
É indefeso, o pobre 
coitadinho

Prisioneiro numa gaiola pequenina,
Jamais 
voltará ao seu dileto 
ninho
Certamente, morrerá de 
tristeza
De penúria, morrerão seus 
filhotinhos

O inocente não maltrata ninguém
Canta 
de graça, o pequenino 
cantor
Ele não pode ser sentenciado, 
como criminoso
Seu gorjear, tem gesto de 
amor

Para que transferir da floresta,
Sua 
imensa moradia natural
Por quê matar de tristeza na 
prisão,
O grande artista do reino 
animal

Passarinho quando canta na gaiola
É 
de tristeza, por não poder 
voar
Ele não fala, somente canta
Com 
certeza, suplicando a alguém 
pra lhe 
soltar

O encarcerado inocente fica 
ainda mais triste
Quando vê seu semelhante, 
pelas frestas da 
gaiola
Voando feliz, no aconchego 
da natureza
Enquanto ele coitado, não 
pode ir embora

Pense bem , pense bastante
Antes 
de encarcerar um 
passarinho
Não roube sua liberdade
É indefeso, o pobre 
coitadinho

Prisioneiro numa gaiola pequenina,
Jamais 
voltará ao seu dileto 
ninho
Certamente, morrerá de 
tristeza
De penúria, morrerão seus 
filhotinhos.

 AMOR DE PASSARELA


Eu e ela, fomos convidados a 
apresentarmos
Como se a gente fosse casal 
de namorados
Para fazer parte daquele 
desfile,
Também outros casais foram 
convidados

Naquela ocasião seria escolhido 
o casal
Que melhor brincasse de 
namorar
Na verdade, ninguém se 
conhecia
Além disso, o namoro não ia 
se concretizar

Regulamento daquele grandioso 
concurso
A nenhum casal permitia 
ensaiar
Moças e rapazes iam se 
conhecer
Momentos antes do desfile 
começar

Ansiedade demais dominava o 
ego,
De cada um que ia formar 
cada casal
Enfim chegou o grande e tão 
esperado 
momento
Jamais eu tinha vivido 
emoção igual

Cada cavalheiro, apresentado 
à sua dama
Cada dama, apresentada a seu 
cavalheiro
Não resisti a tanta beleza 
daquela morena
Perdi a razão pensando ser 
um namoro 
verdadeiro

Apresentando um casal de cada 
vez,
De olhos nos olhos, lá estava 
ela e eu
Eu não acreditava ser um 
falso namoro
Infeliz de mim, somente ela 
a brincadeira 
compreendeu

Num longo beijo, num apertado 
abraço
Entrei em delírio, quando o 
evento atingiu seu 
apogeu
Ela soube, todavia eu não 
soube fingir
Conquistamos o primeiro 
lugar, graças ao 
fingimento seu

Deixamos a passarela sob aplausos 
da plateia
Pela minha fraqueza, pedi 
perdão a ela
Em um discreto beijo e num 
disfarçado abraço
Acabou ali, aquele amor de 
passarela

Senti um profundo vazio no peito
E 
um singular arrocho no 
coração
Ao ver acabar ali, algo tão 
fascinante
Momentos inesquecíveis que 
nunca voltarão

 OLHOS DA FÉ


Eu vejo por traz de uma nuvem branca
Que 
percorre mansamente o 
infinito
Eu vejo naquela imensidão 
azul
Algo tão sagrado, tão bonito

Sinto 
tão perto, até mesmo dentro 
de mim
Muito embora pareça tão 
longe, lá nas alturas
A suprema força do mundo
A maior, a mais sagrada das 
criaturas

Eu vejo, eu vejo sim
Eu vejo com esses olhos 
meus
Na infinita grandeza do 
universo
A presença sublime e 
gloriosa de Deus

Eu vejo no céu, na terra, no 
mar
Eu vejo em todo lugar, com 
os olhos da fé
Irradiando ternura, certeza 
e esperança
Lá no céu, o meu irmão, o 
filho de José

Eu trago com amor e perseverança
Meu 
Pai e meu irmão, morando no 
meu peito
O criador do mundo e seu 
filho, Jesus Cristo
Tenho acesa a luz da fé, da 
esperança e do 
respeito

Agradeço ao todo poderoso e 
onipotente
Que sabiamente fez o mundo e 
criou a 
humanidade
Obrigado ao santo filho de 
Maria
Que semeou no mundo a semente 
da bondade

Eu trago com amor e perseverança
Meu 
Pai e meu irmão, morando no 
peito
O criador do mundo e seu 
filho, Jesus Cristo
Tenho acesa a luz da fé, da 
esperança e do 
respeito

Agradeço ao todo poderoso e 
onipotente
Que sabiamente fez o mundo e 
criou a 
humanidade
Obrigado ao santo filho de 
Maria
Que semeou no mundo a semente 
da bondade

 MODESTA SOBERANIA


Todas as manhãs enquanto aqueço meu 
carro
Antes de sair para mais um 
dia de trabalho
Eu a vejo passando na minha 
rua, indo 
trabalhar
Sua beleza me toca tão 
fundo, que às vezes 
até me atrapalho

Sempre bonita e aparentando 
tão meiga
Cabelos pretos cacheados, 
tocando seus 
ombros
Do outro lado da rua, olha e 
sorri para mim
Fascinado pela sua beleza, 
sigo seus passos 
com os olhos em assombro

Encantado com a categoria do 
seu jeito de 
andar
Dói o peito, ao vê_la virando 
à direita, na 
terceira esquina
Mesmo com meus olhos a 
perdendo de vista
No meu coração, ela me ajuda 
vencer mais 
uma dura rotina

Ela também vence mais um dia 
de labuta
E na minha mente não me 
separo dela
Vejo a calçada da rua onde 
moro
Sofrendo orgulhosa, ao ser 
pisada por ela

Eu sinto um profundo e desvairado 
ciúme
Do pobre passeio, da minha 
rua
Que na sua modesta soberania
Pode 
sentir bem mais de perto a 
beleza sua

Acabou_se mais um dia de luta
Porém, 
a rotina me espera para um 
novo dia
Eu a verei novamente, indo 
para mais uma 
batalha
Em poucos instantes, de 
muita alegria

Bela e nova manhã acaba de nascer
Lá 
estou eu na rua, olhando pra 
direita
Poucos minutos se passam e 
lá vem ela
Como sempre bonita, criação 
divina, 
totalmente perfeita

Minha timidez não deixa dela 
me aproximar
Eu mesmo construí por ela, 
pra mim, o seu 
grande não
Amando de longe, não dá pra 
ser feliz
Não existe amor sem abraços 
e beijos, sequer 
um aperto de mão

Mesmo sabendo que o amor encurta 
distância
Porém, não conseguimos 
realizar nossa união
Ser feliz dois minutos, por 
vinte e quatro 
horas
É pouco demais para meu 
sofrido coração

 INFINITAS VEZES


Mulher, sozinha pode ficar
Também solitário 
eu vou partir
Infinitas vezes eu disse que 
não lhe quero
Desculpe minha franqueza, 
não quero mentir

Seu choro, não me convence
Não 
me faz continuar a seu 
lado
A você, o meu eterno adeus
É 
o fim do que nunca deveria 
ter começado

Não posso alimentar seu sofrimento
Fazer 
alguém sofrer, é um grande 
pecado
Se eu lhe ver sofrendo, 
sofrerei também
Por isso, é melhor deixar 
tudo acabado

Quero que em toda sua vida
Não 
encontre sequer um motivo 
pra chorar
Desejando a você muitas 
felicidades
Fiz esta singela canção, pra 
você cantar

Cantando de vez em quando esta 
canção,
Você verá que na verdade, 
não sou tão ruim
Com certeza, encontrará sua 
felicidade
Ao lado de outro, bem longe 
de mim

Em qualquer lugar onde eu estiver
Alguém 
trará boas notícias suas
Aí então, ficarei feliz 
também
Mesmo que eu estiver perambulando 
pelas 
ruas

Quero que durante toda sua vida
Não 
encontre sequer um motivo 
pra chorar
Desejando a você muitas 
felicidades
Fiz esta singela canção, pra 
você cantar

Cantando de vez em quando esta 
canção
Você verá que na verdade, 
não sou tão ruim
Com certeza, encontrará sua 
felicidade
Ao lado de outro, bem longe 
de mim

 TÁ GOSTOSO SIM


Vem cá, vem cá, vem cá
Não, não vá embora não
É melhor, é melhor a gente 
ficar
Este baile, este baile tá 
muito bão

Dançando, dançando bem agarradinho
Seu 
rosto, seu rosto no meu 
rosto bem colado
Barriga, barriga com 
barriga
Umbigo, umbigo com umbigo 
bem grudado

Tá, tá frio, tá frio não
Calores, calores, calores 
meu e seu
Tá, tá, tá ,tá gostoso 
sim
Seu suor, seu suor misturado 
com o meu

Eu, eu, eu beijo sua boca
Você, 
você, você beija a boca 
minha
Eu lhe fazendo, eu lhe 
fazendo gracejo
Você me fazendo, você me 
fazendo gracinha

Vamos, vamos, vamos enveredar
Adentrar, 
adentrar pela madrugada
Iremos, iremos nos sufocando 
em demorados 
beijos
Nem, nem pensar que esta 
festança seja 
acabada

Meu corpo, meu corpo quando 
vai
Seu corpo, seu corpo vai 
também
Não veremos, não veremos o 
tempo passar
Como é gostoso, como é 
gostoso esse nosso 
vai e vem

Meu bem, meu bem, meu bem
O 
dia pode, o dia pode 
amanhecer
Nós dois, nós dois 
continuaremos aqui
Até chegar, até chegar outro 
anoitecer

Pode, pode todo mundo ir embora
Vão 
ficar, vão ficar nós dois e 
o sanfoneiro
Tem não, tem problema não
A 
gente pode, a gente pode 
dançar o dia 
inteiro

 DEUS ME DÁ 
PACIÊNCIA


A vida que levo
É muito boa
Tudo que faço
Deus abençoa

Se nem tudo que eu quero
O Rei do universo me dá
Não me dá sorte na 
loteria
Me dá muita força pra 
trabalhar

Se ainda não tenho
A mulher que eu quero
Deus me dá paciência
Com muita fé eu espero

Se procuro no jardim
Nem uma rosa tem
O Pai eterno está me 
vendo
Logo, logo ela vem

Quando me deparo com o perigo
De 
jeito e maneira, fico 
assustado
Deus me dá proteção
Está sempre a meu lado

Se o fracasso me faz ameaça
Chamo 
logo por Deus
Que está sempre me 
ouvindo
Ternamente Ele atende, os 
pedidos meus

Se algum pecado eu cometo
O 
Senhor poderoso, não me 
castiga
Sabiamente me dá uma 
bronca
Com muito amor, como sempre 
me abriga

Se meu irmão, contra mim, comete 
um delito
Deus me ensina, dar com 
doçura, logo o 
perdão
Se somos nós, todos filhos 
de Deus
Ele me instrui, a não 
maltratar o irmão

E desta maneira, vivendo tranquilo
Esperando 
a hora, que Deus me 
chamar
Se Ele ver que eu mereço,
Lá 
nas alturas com ele 
morar

 SEM PARADA PRO 
ALMOÇO


De quebrada em quebrada
Viajando por este Brasil a 
fora
Cada anoitecer uma nova 
pousada
Cada partida uma mulher que 
chora

Eu sou dono de boiada
Não sou peão de 
boiadeiro
Levando uma vida bem 
largada
Conhecendo este rico solo 
brasileiro

Amo a vida de peão, não é por 
dinheiro que 
trabalho
No meu peito carrego muita 
paixão
Também não é por falta de 
mulher que me 
atrapalho
Há sempre uma vaga a mais , 
neste meu 
afetuoso coração

Todo dia me levanto bem cedo
Para 
encarar mais uma dura 
jornada
Do trabalho nunca tive 
medo
Enfrento as barreiras de 
cabeça levantada

Quando lá no horizonte, o sol 
começa 
aparecer
Seu calor vai mandando 
embora, sereno da 
madrugada
Eu e meus companheiros nunca 
chegamos a 
esquecer
Pedir a Deus e Nossa 
Senhora, abençoar nossa 
caminhada

Feijão tropeiro é nosso quebra 
jejum
Temos que viajar o dia 
inteiro, sem parada pro 
almoço
O pessoal é bem nutrido, não 
tem problema 
nenhum
A turma é muito forte, todo 
mundo é muito 
moço

Ao terminar mais uma tarefa, mais 
um dia se 
desfalecendo
Ponteiro já nos espera, com 
um jantar bem 
reforçado
Banho no ribeirão de águas 
claras, 
mansamente correndo
Três ou quatro biritas na 
garganta, sacode um 
coração apaixonado

Quando faço parada numa área 
sertaneja
Coração assanhado não quer 
ficar no peito
Ficar longe de um rabo de 
saia, é pra mim 
uma peleja
Gostar de mulher bonita e 
carinhosa é meu 
grande defeito

Sempre que é possível fazemos 
parada
Bem pertinho de uma cidade
Enquanto 
descansam tropa e boiada
Ao lado de uma loirinha 
quente e uma loira 
fria, gostosas de 
verdade

Quando relógio que a mineirinha 
me deu
Já marcando mais de meia 
noite, me despeço 
da gauchinha
Levo no peito gostosas 
recordações do 
chamego seu
Meu primeiro repouso agora, 
será nos braços 
de uma paulistinha

Ai que vida boa, a vida que 
levo eu
Levando a estrada da minha 
vida, pela estrada 
empoeirada
A minha vida é um livro 
bonito, foi Deus quem 
o escreveu
Com suas divinas mãos e sua 
caneta 
abençoada

 REBOLA GRAÚDO, REBOLA 
MIUDINHO


Rebola morena, rebola
Morena, não pare de 
rebolar
Rebola na minha frente
Requebra em qualquer 
lugar

Rebola pra esquerda, rebola 
pra direita
Requebra para frente, 
requebra para traz
Deixando quente coração de 
velhinho
Incendiando coração de 
rapaz

Morena requebra, requebra
Passa rebolando 
pelo meio do salão
Deixando todo mundo 
louco
Com este seu rebolado gostosão

Rebola 
pra esquerda, rebola pra 
direita
Requebra para frente, 
requebra para traz
Deixando quente coração de 
velhinho
Incendiando coração de 
rapaz

Seu reboladão, seu reboladinho
Dando a 
muita gente o que falar
Rebola com força, mostrando 
o que você tem
É despeito dessa gente, que 
não tem nada pra 
mostrar

Rebola pra esquerda, rebola 
pra direita
Requebra para frente, 
requebra para traz
Deixando quente coração de 
velhinho
Incendiando coração de 
rapaz

Você tem um rebolado eletrizante
Que 
faz disparar tantos 
corações
Até velhinho, que a chuteira 
já pendurou
Cai logo na farra, no meio 
dos folgazões

Rebola pra esquerda, rebola 
pra direita
Requebra para frente, 
requebra para traz
Deixando quente coração de 
velhinho
Incendiando coração de 
rapaz

Rebola graúdo, rebola miudinho
Seu 
requebrado cura qualquer 
enfermidade
Até as contas que a gente 
tem para pagar
Vira logo motivo de total 
felicidade

Rebola pra esquerda, rebola 
pra direita
Requebra para frente, 
requebra para traz
Deixando quente coração de 
velhinho
Incendiando coração de 
rapaz

 BEIJO DE BOCA 
PEQUENA


Pra onde foi aquela moça bonita
Que ainda 
há pouco estava aqui
Foi embora tão de 
repente
Nem me deu tempo pra 
despedir

Moça bonita veio de tão longe
Trazendo 
com ela seu beijinho 
doce
Não sei porque foi embora 
tão depressa
Levando com ela, o beijo que 
ela trouxe

Eu fiquei aqui, tão apaixonado
Pelo 
beijo que ela trouxe, pelo 
beijo que ela 
levou
Foi embora sem dizer pra 
onde
Deixando em minha boca, da 
sua boca, o seu 
sabor

Moça bonita veio de tão longe
Trazendo 
com ela seu beijinho 
doce
Não sei porque foi embora 
tão depressa
Levando com ela, o beijo que 
ela trouxe

Não pode sair da minha boca
Gosto 
do beijo que trouxe, sabor 
do beijo que 
levou esta morena
É gostoso demais, seu 
beijinho enxuto
É beijo sem igual, é beijo 
de boca pequena

Moça bonita veio de tão longe
Trazendo 
com ela seu beijinho 
doce
Não sei porque foi embora 
tão depressa
Levando com ela, o beijo que 
ela trouxe

Moça bonita e misteriosa
Não sei de onde vem, não sei 
pra onde vai
Seu jeitinho misterioso 
muito me alenta
Beijo que ela leva e beijo 
que ela traz, da 
minha boca não sai

Moça bonita veio de tão longe
Trazendo 
com ela seu beijinho 
doce
Não sei porque foi embora 
tão depressa
Levando com ela, o beijo que 
ela trouxe

 CÉU DE OUTRO PEITO


Noite passada me deitei pensando nela
Enquanto 
dormia, com ela sonhando
Sonâmbulo eu pronunciava o 
nome dela
Beijava meu travesseiro, 
como se ela eu 
estivesse beijando

Aquele sonho tanto parecia realidade
Sonhando 
estar abraçando ela, abracei 
meu 
cobertor
Dormindo e flutuando num 
profundo oceano 
de felicidade
Num gostoso pesadelo, sentia 
de verdade seu 
calor

No terceiro beijo do sonho, 
veio a tristeza
Acordei assustado ao lhe dar 
com força o 
terceiro abraço
Notei que era falso aquele 
pequeno instante 
de nobreza
Me vi então, mais uma noite 
naufragando no 
fracasso

Acendi a luz do meu quarto, 
desesperado
Procurei por ela no piso, 
nas paredes e no teto
Só a encontrei na triste 
lembrança do meu 
passado
E no meu hoje, encontrei um 
presente triste e 
desafeto

Quase desfalecendo de dor, deixei 
o meu 
quarto
Acendi a luz da copa, aí foi 
maior a minha dor
Ao ver na parede seu lindo 
retrato
Não me contive, então 
derramei meu pranto 
de dissabor

Abri a porta da sala, cheguei 
até a rua
Pra ver se via a mulher da 
minha vida
Porém, só enxerguei na minha 
mente, a 
ausência sua
E um profundo vazio, invadiu 
minh’alma ferida

Resolvi então, procurá_la na 
imensidão do céu 
estrelado
Tentando encontrar entre 
tantas estrelas 
,minha estrela preferida
O clarão da lua projetou na 
terra, a sombra de 
um homem fracassado
A luta para encontrá_la de 
novo, é batalha 
perdida

Aquele amor que por muito tempo, 
foi a luz do 
meu caminho
Hoje brilha em outra 
estrada, é estrela guia de 

outro coração
A estrela que iluminou minha 
vida, me deixou 
sozinho
Clareia o céu de outro 
peito, enquanto me 
afogo num mar de 
escuridão

 TINHA MORENA, LOURA E 
MULATINHA


Fui num baile lá na roça
Nunca vi baile bão assim
Dançando no terreiro da 
paioça
Sanfona de oito baixos, 
fazia forom_fom_fom 
e firim_fim_fim

Tinha torresmo com mandioca
Também 
tinha quentão e a gostosa 
cachacinha
Tinha mulher rodando sereno, 
no terreiro da 
maloca
Pra ninguém botar defeito, 
tinha morena, loira 
e mulatinha

E pra quem não gosta de menina 
nova
Tinha umas mais maduras e 
também uma 
velhinha
Dançar a noite inteira, era 
teste a toda prova
A velha com a rapaziada dava 
tudo que tinha

Sanfoneiro caprichoso, aumentava 
o tom
A velhinha reclamava, tá 
faltando cavalheiro
Para agüentar firim_fim_fim 
e forom_fom_fom
Tem que ser muito 
matreiro

Quando foi lá pelas tantas
Sanfoninha 
repicava, fom_fom_forom e 

fim_fim_firim
A velha que não era muita 
santa
Só fazia fom, tava rasgando 
brim

E a cada vez que o pano ela 
rasgava
Terreiro da paioça era 
tomado pela poluição
A turma todinha para os 
lados recuava
Esperando passar o efeito do 
rojão

E assim foi o resto da noite, 
neste batidão
Todo mundo sacudindo a 
poeira, a velha 
rasgando o pano
Quando ela rasgava o brim, 
era aquela 
confusão
A turma procurava o lado que 
o vento tava 
soprando

Daquele baile sertanejo, jamais 
vou me 
esquecer
Ficaram gravadas na minha 
mente, toda 
aquela alegria e 
animação
Até mesmo a velha sapeca, de 
novo gostaria 
de ver
Recordações daquela noite, 
enchem de 
saudade meu coração

 SEM VOCÊ, COM VOCÊ


Sem você eu sou o rastro da mulher 
amada
Que nunca passou na minha 
rua
Sem você eu sou a prata do 
luar na terra 
espalhada
Em uma noite totalmente sem 
lua

Sem você eu sou o ouro do sol, 
reluzindo na 
infinidade
Em um dia de céu completamente 
nublado
Sem você eu sou a imensa 
saudade
De um grande amor que nunca 
tive no 
passado

Sem você eu sou o verde da floresta
Que 
a fera fogo bravamente 
devorou
Sem você eu sou o infinito 
azul, com milhões 
de estrelas em festa
Que a nuvem negra sabiamente 
ocultou

Sem você eu sou, o peixe d’água 
fria
Do rio manso que a impiedosa 
degradação 
arrasou
Sem você eu sou a flor da 
campina, cheia de 
alegria
Que a queimada ardente, em 
cinzas 
transformou

Sem você eu sou o som bonito 
da viola
Tocada pelo violeiro, que já 
muito tempo a 
morte levou
Sem você eu sou o garoto bom 
de bola
Cujas pernas de ouro, 
acidente de carro 
decepou

Sem você eu sou as ondas do 
mar
Que por causa da calmaria, 
não ondulou
Sem você eu sou o doloroso 
lacrimejar
Dos olhos de alguém que 
nunca chorou

Com você eu sou o homem nunca 
derrotado
Que nunca perdeu sequer uma 
batalha
Com você eu sou o homem 
forte, mais ainda 
fortificado
Que na busca da vitória, não 
teme nada que o 
atrapalha

Com você eu sou todas as graças 
e bênçãos 
de Deus
Que um dia pairou sobre 
minha vida
Com você eu sou a realidade 
de todos os 
sonhos meus
Que está em você, minha 
mulher querida

 CORRIDA DA VIRADA


Se você pensa que sou um fracassado 
corredor
Está 
completamente enganada
Se fracassei na corrida pelo 
seu amor
Serei o ganhador da corrida 
da virada

A disputa entre nós dois foi 
bastante acirrada
Eu correndo pra lhe ganhar, 
você correndo de 
mim
Você foi a vencedora, por 
isso, de bons grados 
você brada
Na segunda corrida, com 
certeza isso não vai 
ficar assim

Eu que um dia, corri tanto atrás 
de você
Hoje corro com toda força na 
sua frente
Pra chegar onde alguém com 
certeza me 
espera, pode crer
Tenha certeza o placar vai 
ser bem diferente

Você até já me pediu, a terceira 
corrida como 
revanche
Tenta reverter, sua 
definitiva derrota
Porém, não compensa terceiro 
lance
Pra mim agora quem me espera 
é o que me 
importa

Se conselho fosse bom, seria 
vendido
Porém, estou no alto e posso 
lhe aconselhar
Comigo o seu caso é jogo 
perdido
O seu remédio é outro 
corredor procurar

Eu tive força para a segunda 
corrida vencer
Tenho um coração para 
sucesso lhe desejar
Este meu peito outrora 
vazio, de amor vai 
encher
Sua vitória vai depender da 
sua humildade, se 
você usar

O que eu peço a Deus e Ele não 
me dá
Para mim não é fracasso 
não
Recebo como ensinamento que 
vem de lá
Mais forte ainda fica, o meu 
bravo coração

Se a Deus eu pedi o seu amor 
e Ele não me 
deu
Tenho certeza, de que foi 
para meu bem
Se estou livre de você, não 
foi por capricho 
seu
A culpa é da fé que tenho em 
Deus, não é de 
mais ninguém

NÃO FOI SANTO 
ANTÔNIO


Pedi a Santo Antônio
Para me arranjar uma 
namorada
Santo Antonio nem me deu 
bola
Santo famoso não deu conta 
de nada

Fiz até uma promessa
Mas a promessa não valeu
Esperei por muito tempo a 
namorada
Que Santo Antônio não me 
deu

Apelei pro Santo casamenteiro
Nada valeu 
minha apelação
Esperei muito tempo uma 
morena
Para habitar meu coração

Desiludido com Santo Antônio
Pedi 
a São João o que não é 
tarefa sua
Me dá o que pedi a Santo 
Antônio
Pra que eu não morra amante 
da lua

Pra São João uma fogueira
Com muita 
fé eu acendi
Num abençoado toque de 
magia
De repente morena já estava 
ali

Até parece que foi da fogueira
Que a 
morena apareceu
Êta santinho bão
Satisfez o pedido meu

Foi, foi, foi São João
Não, não, não foi Santo 
Antônio
Quem me mandou felicidade
Em 
forma de morena bonita e 
matrimônio.

PRIMOR DE REMÉDIO


Há tanto tempo estou doente
Sofrendo demais 
nesta enfermaria
Medicina não consegue 
decifrar
O Grande mal que tanto me 
judia

Estou dodói, estou dodói
Fortes dores no peito, 
coração disparado
Sozinho aqui neste leito
Maldita moléstia não me 
deixa de lado

Doutor o senhor está
Completamente enganado
Meu remédio é o amor da 
linda enfermeira
Em meu coração por ela 
injetado

Não quero remédio de farmacopéia
Nem 
tratamento de homeopatia
Serei curado com o amor da 
enfermeira 
garbosa
Não aceito trabalho de 
curandeira

Se me atende graciosa enfermeira
Sinto 
aliviar este gostoso mal
Toda vestida de branco
Primor de remédio embalado 
naquele avental

Airosa enfermeira se você não 
quer
Que meu coração arrebente de 
dor
Renuncie a este seu nobre 
avental
E vista a sublime camisa do 
nosso amor

 NA PALIDEZ DO SEU 
SORRISO

Hoje menina moça, um dia apenas 
menina
Chegando junto com a mocidade
Uma 
nova fase, novo pedaço da 
sua sina
Se encanta fácil diante de 
qualquer novidade

Ainda sem nenhuma noção dos 
perigos da 
vida
Se atira de corpo e alma nos 
braços da tirania
Só ouve gente do mal, 
palavras de bem são 
esquecidas
Conselhos com amor são 
ouvidos com ironia

Um dia apenas menina, hoje menina 
mocinha
Quem lhe ama de verdade, 
sofre ao vê_la no 
mau caminho
Levou consigo toda a alegria 
que eu tinha
Saiu voando a esmo tal qual 
um passarinho

Menina moça que um dia foi só 
alegria
Apenas menina pura e 
inocente
Seu olhar tão belo que tanto 
reluzia
Hoje revela já não ser tão 
reluzente

Na palidez do sorriso que emana 
do seu rosto
O retrato do fracasso que 
também me 
fracassou
Eu metralhado pelo intenso 
desgosto
Você é o retrato do massacre 
que sua 
inocência massacrou

Menina moça deixou a fraternidade 
do seu lar
Procurando guarida no seio 
da crueldade
Aqui tem um coração de pai 
que espera você 
voltar
Aqui lhe espera a verdadeira 
felicidade

Filha minha lembre de Deus crie 
juízo
Deixe esta vida maldita 
volte pra casa
Tê_la junto de mim eu tanto 
preciso
Sua ausência em nosso lar só 
me arrasa

Se fui errado lhe peço perdão
Por 
todos seus erros por mim 
está perdoada
Venha de novo morar em meu 
coração
Sua vaga em meu peito ainda 
está reservada

 PODE INHANHÁ

Vem vem correndo pro sertão
Cê 
taí, cê taí fazendo nada
Vem ver como é bonito e 
singelo
Inhanhá dos bichos e da 
passarada

Como é gostoso a gente ver
Com 
simplicidade no meio da 
natureza
Bichos e passarada inhanhando 
livres
Num show de rara beleza

Bem escondidos lá no fundo de 
grotão
Urubu inhanhando com a 
urubôa
Lá na mata com tamanha 
sutileza
Tatu inhanhando com a 
tatôa

E no seu estilo bem diferente
Praticando o 
ato que Deus santifica
Seriemo e seriema inhanhando 
sublime
Milagre da procriação que o 
casal exemplifica

Todo amante da natureza
Gosta de ver como bonito 
fica
No seu jeitinho dócil de 
inhanhá
O tico_tico com sua tica_tica

Lá 
no meio dos pantanais
Tem de ver o quanto bonito 
é
Numa cadência toda especial
A 
jacarôa inhanhando com o 
jacaré

Voando, voando livre pelo cerrado
Apresentando 
cena tão bacana
Com carinho ela o chama de 
bicudo
É tucano inhanhando com a 
tucana

Pode inhanhá, pode inhanhá
No seio 
da natureza bichos e 
passarada
O inhanhá faz parte do 
amor
Sem amor a vida não tá com 
nada

 RETORNO AO VELHO 
SÍTIO

A saudade me levou de volta
Ao 
pequeno sítio onde fui 
criado
Onde vivi meus vinte primeiros 
anos
Sede de sucesso fez de lá eu 
ter mudado

Por muito tempo persegui o meu 
alvo
Buscando a vitória por sinuosos 
trilhos
Enfrentei escuridão em meu 
caminho
Maioria das estradas 
percorri com muito 
brilho

Na verdade foi uma caminhada gloriosa
Agradeço 
a Deus por tudo de bom que 

consegui
Com Deus muita garra e 
perseverança
A saudade foi maior de novo 
me levou ali

Ao chegar ao velho sítio chorei 
de emoção
Ao ver ferida aquela 
pitangueira centenária
Pelas tempestades quase toda 
estraçalhada
Pitangueira amiga quase 
morta e solitária

Com alegria pude ver de novo
A 
gameleira que pequena ali 
deixei
Ela se agigantou em tamanho 
e beleza
Depois de anos e anos que 
dali mudei

Ai, com tamanha tristeza me 
deparei
Com o também centenário 
jantazeiro
No chão todo lascado virou 
mourão de cerca
Cortado rente ao solo restou 
apenas um toco 
rasteiro

Quase desmaiei ao sentir uma 
louca emoção
Algo tão gostoso tomou conta 
de mim
Um cheiro alucinante que 
misteriosamente
Exalava do já quase morto pé 
de jasmim

Com dolorido nó na garganta
Cheguei 
à margem do meu querido 
regato
Quase todo assoreado mas 
ainda correndo
Medrosamente entre a 
restinga de mato

Um rio de lágrimas inundou o 
meu olhar
Mal pude caminhar de volta 
até à cidade
Doeu demais a volta ao 
passado porém valeu
O retorno ao velho sítio 
para matar a saudade

 PELAS VEREDAS DA 
SOLIDÃO

Noite passada não aguentando mais
A 
veemente saudade que sentia 
de você
Ignorei a bravura do frio 
rigoroso
Saí pelas veredas da solidão 
queria lhe ver

Até parece uma grande mentira
Mas 
o que sinto é a mais pura 
verdade
Não sei qual a dor que mais 
me castiga
Se a dor do frio ou a dor 
saudade

Noite tão ingrata para mim
Além 
do castigante frio da noite 
escura
Perdi também o amigo clarão 
da lua
Lua e mulher amada me 
cobriam de ternura

Na imensa escuridão que me tortura
Procuro 
por ela atrás desta negra 
cortina
Porém só a vejo na triste 
recordação
É a tristeza que tanto me 
desatina

Com meus cabelos já molhados
Pelo 
frio sereno da madrugada
Vi minha louca procura por 
ela
Depois de tanta batalha acabar 
em nada

Já tremendo com sono e com frio
Debaixo 
de uma marquise me 
abriguei
Já que não consegui me 
abrigar
Nos braços de quem tanto 
amei

Ali o cansaço e o sono me dominaram
Dormi 
encostado na porta daquela 
lanchonete
A dor foi maior ainda ao 
acordar de manhã
Recordei que ali ela 
trabalhava como 
garçonete

A madrugada mal acabara de desfalecer
Chega 
ela de braços dados com seu 
ex_patrão
Abriu a porta fingindo não 
notar que era eu
Sequer me ofereceu uma 
migalha de pão

Ali estava consumado o meu inevitável 

fracasso
Não teve jeito, destruídos eu 
e meu coração
Saí pelas ruas mal 
conseguindo caminhar
Corpo destruído pelo 
fracasso, peito corroído 

pela paixão

 ORGULHO MACHUCADO

Fiquei sabendo me contou um 
amigo meu
Alguém na cidade falou mal 
de mim
Fiquei surpreso até bastante 
assustado
Quem poderia ter me julgado 
assim

Pensando pensando logo descobri
A 
fala veio de quem um dia 
deixei
De uma mulher que vinha me 
depreciando
Ela teve seu orgulho 
machucado pelo desprezo 
que lhe dei

Como ser humano sou cheio de 
defeitos
Mas sempre tive com você boa 
compostura
Não sou mau elemento não sou 
traiçoeiro
Sou de gênio forte mas 
coração cheio de 
ternura

Ela disse que estou velho gordo 
e muito feio
Não sou feio, não sou feio, 
sou feio não
Se não sou bonito de corpo e 
de face
Sou jovem sou bonito na 
meiguice do meu 
coração

É despeito é ciúme doentio desta 
pobre 
mulher
Tanto desprezo ironia e 
capricho seu
Agora que entreguei a outra 
meu coração
Desdenha a fruta que outra 
já colheu

Você está desnorteada e desconhece 
a razão
Difama quem já fez muito por 
você
Não suporta me ver feliz 
junto de outra
Com revolta reclama não sei 
por quê

Arrependimento vive martelando 
sua 
consciência
Nos braços de outra você me 
atirou
Me arremessou nos braços de 
quem me 
esperava
Desejou meu fracasso, foi 
você quem 
fracassou.

 SEIS ROSAS 
AMARELAS

Foi numa bela manhã de setembro
Quando 
nascia mais uma linda 
primavera
No dia do nosso casamento 
plantamos
Em nosso jardim um pé de 
rosa amarela

Na reciprocidade dos nossos 
olhares
Doces prantos nossos olhos 
derramaram
Regaram a planta de duas 
vidas apaixonadas
Que quatro mãos carinhosas 
ali plantaram

Ás vinte horas daquele inesquecível 
dia
Diante do santo altar da 
igreja matriz
O senhor Padre com muita fé 
pediu a Deus
Fazer de nós um casal 
eternamente feliz

E ao sairmos da igreja até a 
morte unidos
Por nossos desejos e a 
sublime vontade de 
Deus
A gente via um horizonte só 
de felicidade
Eu era seus dias ela era os 
santos dias meus

No mundo tão fascinante do romantismo
Não 
sei se o tempo passa e a 
gente 
permanece
Ou se a gente vai embora e o 
tempo fica
Pra quem ama de verdade o 
amor só fortalece

E a cada ano de casamento e 
plantio da 
roseira
Uma perfumada rosa amarela 
sempre colhi
E coloquei no mesmo altar 
agradecendo a 
Deus
Por ter me dado a felicidade 
que tanto pedi

Porém nada me avisou meu cruel 
destino
Aí aconteceu o que a triste 
sorte me reservou
No quinto duplo aniversário 
minha mulher 
amada
Pra viver lá no céu nosso 
senhor levou

Daquela roseira plantada por 
nossas quatro 
mãos
Colhi cinco rosas e seis 
rosas amarelas mandei 
pra Nosso Senhor
Cinco rosas amarelas da 
nossa roseira
A outra, minha rosa morena, 
que a palidez da 
morte amarelou.

 O ABRE E FECHA DAS 
PORTEIRAS

Abri a porteira da minha fazenda
Para 
entrar a boiada que 
comprei
Abri a porteira do meu 
peito
Para entrar garbosa morena 
que conquistei

Fechei a porteira da minha fazenda
Minha 
boiada tá nova, não posso 
vender agora
Fechei a porteira do meu 
peito
Amo demais esta morena, não 
posso deixá_la 
ir embora

Porteira da minha fazenda um 
dia vou abrir
Vou vender boiada gorda e 
apurar muito 
dinheiro
Porteira do meu peito aberta 
nunca será
Não tem dinheiro que paga um 
amor 
verdadeiro

Boiada boa e bonita tem pra 
todo lado
Dinheiro com fartura tenho 
para comprar
Morena bonita e sincera 
igual a esta
Com certeza não se encontra 
em outro lugar

Adotei um esquema para cada 
porteira
Jamais vou abrir a porteira 
do meu peito
Se esta porteira eu abrir 
meu amor me 
deixará
Não encontrarei outra 
gostosa desse jeito

Porteira da fazenda vai continuar 
o abre e 
fecha
Se chega boiada nova é coisa 
de futuro
Boiada gorda que sai é 
chegada de muito 
dinheiro
Com amor e dinheiro esta 
morena eu seguro.

 COISAS QUE NÃO LHE 
CONVÉM

Se você tá querendo namorar
Com 
a filha do padeiro é coisa 
que não lhe 
convém
Padeiro coloca ovos na 
massa
Pode colocar ovos em você 
também

Se você tá querendo paquerar
Com 
a filha do carvoeiro é coisa 
que não lhe 
convém
Carvoeiro coloca pau no 
forno
Pode colocar pau em você 
também

E você que está sempre de olho
Na 
filha do alfaiate é coisa 
que não lhe 
convém
Costureiro passa ferro 
quente na roupa
Pode passar ferro quente em 
você também

Você que vive dando piscadinha
Para 
filha do carpinteiro é coisa 
que não lhe 
convém
Carpinteiro bate com martelo 
na cabeça do 
prego
Pode bater com martelo na 
sua cabeça 
também

Ah Você que escondido anda de 
rolo
Com a filha do pedreiro é 
coisa que não lhe 
convém
Pedreiro coloca ferro na 
construção
Pode colocar ferro em você 
também

E você que anda muito amalucado
Pela 
filha do jardineiro é coisa 
que não lhe 
convém
Jardineiro usa mangueira no 
jardim
Pode usar mangueira em você 
também

Se você está querendo se enrolar
Com 
a filha do pescador é coisa 
que não lhe 
convém
Pescador coloca minhoca no 
anzol
Pode colocar minhoca em você 
também

 SUA TEIMOSIA

De que adiantou o seu pedido
De 
mais uma oportunidade
Mais uma vez foi tempo 
perdido
Apenas prolongou nossa 
infelicidade

Eu tinha certeza de que não 
compensaria
Você me prometeu mudar para 
melhor
Dei_lhe a nova chance que 
você pedia
Porém acabou se mudando para 
pior

Depois de tanto tempo de fracassada 

convivência
Nada valeria nova experiência 
por tempo 
menor
Se tivesse decretado do 
nosso matrimônio 
falência
Para nós dois teria sido 
melhor

E agora estou a lhe perguntar
O 
que tem a dizer sobre nosso 
novo fracasso
Com certeza nada consegue 
explicar
Estamos um rindo do outro 
sem saber qual é o 
palhaço

Não concordo com sua teimosia
Você 
não sabe se me ama ou me 
odeia
Juntos não temos mais alegria
Você 
é minha escuridão em minha 
estrada 
nada clareia

Sua insistência faz infeliz 
eu e você
Se não me quer esqueça de 
mim
Esta falsa união faz a gente 
sofrer
É um triste dilema, sofrimento 
sem fim

Vamos assinar depressa nossa 
separação
Devemos colocar nossos 
corações em 
liberdade
Sem guardar ódio e 
ingratidão
Por caminhos diferentes 
encontraremos a 
felicidade.

 SERTÃO CELESTIAL

Sou um sertanejo valente e teimoso
Um 
caipira relutante e muito 
feliz
Aqui mamãe me deu a luz
Criou_me do bom jeito que 
ela quis

Não posso esquecer papai e mamãe
Cresci 
com eles nos bons sentidos 
da vida
Não me deixaram ser levado 
pela falsa ilusão
De que felicidade no sertão 
é coisa proibida

Meus pais com seus modos sertanejos 
de 
educar
Levaram_me a aprofundar aqui 
minhas raízes
Aqui reside a verdadeira 
felicidade
Não apenas alguns instantes 
felizes

Decidi nunca deixar o meu sertão
Não 
moro na cidade não sou 
doutor
Não sou bandido não sou 
marginal
Sou com muita honra um 
bravio lavrador

Lavrador valente, lutarei até 
morrer
Mudar daqui jamais, pra que 
mudar?
Se aqui tenho tudo que eu 
sempre quis
Se vivo feliz aqui, não 
quero viver em outro 
lugar

Aqui tem cantores que, de graça, 
cantam 
bonito
Tem fartura, paz, liberdade 
e muita diversão
Aqui onde moro tem cheiro de 
mato
E presença de Deus em cada 
coração

No lugar amado onde feliz sempre 
morei
Não tem violência, droga nem 
poluição
Pode_se ver no semblante de 
cada sertanejo
Paz e bravura no trabalho 
enaltece o sertão

Um dia serei chamado para morar 
lá nas 
alturas
Deixarei para sempre minha 
moradia natural
Descansarei junto do meu Pai 
eterno
Habitarei eternamente meu 
sertão celestial.

 ARRASTANDO O BUMBUM NO 
CHÃO

Eu conheci você já quase moça
Bonita 
menina mocinha 
bamboleando
Ainda menina moça dentro de 
um bambolê
Já muito imponente 
rebolando

Menina bamboleia com muito gosto
Mexendo, 
mexendo cinturinha de 
violão
Corpinho majestoso bailando 
a vontade
Vai em cima, vai embaixo, 
arrastando o 
bumbum no chão

Fiquei gostando e me apaixonei
Ao 
lhe ver bamboleando bem 
gostoso
Corpinho sensual ainda em 
formação
Mas por natureza já tão 
formoso

Neste seu mexe_mexe bamboleoso
Quero 
bambolear junto com você
Quero acompanhar seu 
bamboleado
Bamboleando dentro do seu 
bambolê

Morena vai bamboleando sublime
Como 
é bonita esta menina 
bamboleadeira
Me enlouquece este seu 
bamboleado
Me fez perder o juízo pela 
vez primeira

Bamboleia morena, bamboleia 
sem parar
Bamboleado lento, bamboleado 
repicadinho
Agita as batidas do meu 
coração
Bamboleando devagar, 
bamboleando 
ligeirinho.

 ACENDEU A DIVINA 
LUZ

Eu vivia uma terrível crise de 
tormentos
Andava sem saber que caminho 
seguir
Eu lutava tanto, porém dava 
tudo errado
Nada esperava de bom no meu 
porvir

Certa noite, metralhado por 
tantos fracassos
Mergulhei num triste sono 
profundo
Meu coração já não tinha 
mais fé
Vivendo naufragado num 
submundo

Sonhei com uma violenta tempestade
Chuva 
forte, granizo e muita 
ventania
Eu quis acender uma vela em 
louvor a Jesus
Voltou em mim a fé no filho 
de Maria

Mesmo dormindo e sonhando lembrei
Eu 
não tinha fogo para a vela 
acender
Foi quando de um relampejo 
pequena faísca
Acendeu a vela, Cristo veio 
atender

Num milagre a tempestade passou
Na 
escuridão acendeu a Divina 
Luz
Acordei não crendo no que 
acontecia
Tempestade da minha vida 
findada por Jesus

Nova aurora já prenuncia um 
novo dia
Na vida eu mirava bons 
caminhos
Eu já voltado aos braços de 
Jesus
Já eram meus, sua proteção e 
seu caminho

Acabaram duas tempestades em 
minha vida
Tempestade do sonho por que 
me acordei
Tempestade da minha 
existência
Caminho da fé, de novo 
encontrei.

 OBRA DE NOSSO 
SENHOR

Vi na igreja uma mulher santa
Falando 
com a Virgem Maria
Ajoelhada aos pés de Nossa 
Senhora
Virgem Santa ouvindo o que a 
Mãe Santa dizia

Fiquei extasiado com o que eu 
via
Ouvindo com atenção e muita 
fé
Mãe santa agradecendo a Virgem 
Mãe
Por ter dado um filho àquela 
mulher

Eu vi na inocência da Mulher 
Santa
Um semblante cheio da mais 
pura devoção
Vi na face da Virgem 
Maria
A doçura e divindade do seu 
coração

Fiquei alucinado com a troca 
de ternos olhares
Duas santas contracenando 
cena de puro 
amor
Ali minha alma revelou ser 
aquela
Primorosa cena, obra de 
nosso senhor

Quase perdi os sentidos, fiquei 
pasmado
Vi com os olhos da alma duas 
santas falando
Era nossa Virgem Mãe e minha 
Mãe Santa
Dei um beijo em cada face e 
acabei chorando

Chorei ao encher minha alma 
de emoção
Dos meus olhos derramaram 
fervorosos 
prantos
Com ternura agradeci ao 
nosso criador
Que me brindou com aquele 
ato sacrossanto.

 POEIRA DE 
SAPATEADO

Fico alucinado ao ver a euforia
Tomando 
conta do salão
Mulherada gingando 
gostoso
Incendiando a turma do 
bailão

Tem gingado matreiro da mulata
Tem 
gingado picante da 
loirinha
Tem gingado sapeca da 
morena
E gingado audacioso da 
pretinha

De quando em quando
Leve poeira levanta do 
chão
Sapateia damas e cavalheiros
Êta 
êta sapateado bão

Essa poeira de sapateado
Não faz mal a ninguém
Só deixa saudosa marca
Na roupa e no coração 
também

Madrugada vai morrendo
Vem nascendo um novo dia
Cada um pra sua casa
Levando saudade e muita 
alegria.

 FUGITIVO DE SUA 
VIDA

Vou sair da sua vida
Com você não é possível 
viver
Tenho o direito de ser 
feliz
Não sou feliz junto de 
você

É insuportável seu jeito de 
ser
Mulher tão rica em fingimentos
Jura 
mas não cumpre o que 
promete
São falsos os seus juramentos

Afeto 
não existe em sua alma
Pelo menos para mim
Lhe ofereço ternura e 
carinho
Me oferece ira sem fim

Se tento tirar dos seus lábios
Veneno 
para matar meus desejos
Você me dá as costas 
dizendo
Não ser mulher de muitos 
beijos

Não entendo seus atos confusos
Não 
me libera e não me quer
Deseja e tem medo de me 
jogar no lixo
E eu ser resgatado por outra 
mulher

Siga o caminho de sua preferência
Vou 
trilhar os caminhos da 
felicidade
Não serei mais um 
prisioneiro seu
Nem um refém da sua 
crueldade

Serei um eterno fugitivo
Da sua vida verdadeira 
prisão
Estarei bem livre de você
Já 
é de outra meu 
coração.

 MOLÉSTIA ASSASSINA

Eu era tão feliz
Junto da mulher amada
A gente viajava 
trabalhando
Curtindo uma vida 
folgada

Anos e anos de puro amor
Cortando estrada indo e 
voltando
Muitos sorrisos de reciprocidade
Desejos 
um do outro adivinhando

A gente até fazia dupla
Vozes unidas aos sons de 
dois violões
Duas vozes, sons de dois 
pinhos
Muito amor em dois corações

Em 
nosso gostoso dia_a_dia
Trabalhando, divertindo e 
amando
Porém eu jamais esperava
Cruel castigo estava 
chegando

Pois foi tão de repente
Moléstia assina levou
Minha fiel companheira
Minha alegria acabou

Comigo amarga lembrança
De quando beijei seu rosto 
gelado
Daquela face embebida
Pelo meu pranto 
derramado

A morte calou sua voz
Eu e dois vilões silenciamos 
também
É a corrosão de um peito
Corroído pela falta de 
alguém.

 AMOR DE 
RECIPROCIDADE

Meu bem como é lindo
Nosso viver de ternura e 
carinho
Que nosso futuro seja bem 
vindo
Cheio de flores e poucos 
espinhos

Romance de corpo e alma
É só amor de 
reciprocidade
Viver de paz e muita 
calma
Amor sem mentira de pura 
verdade

Nosso viver não dá chance
Paro 
o maldito fracasso
Temos solidez no romance
Verdade segue nossos 
passos

Se diante de nós aparece
Algo tentando nos 
estremecer
A Deus elevamos nossa 
prece
Não deixamos o mal crescer

Dividimos 
entre nós dois
Alegrias e também as 
dores
Nosso perdão não fica pra 
depois
Perdão na hora evita rancores

Por 
fracasso em algum 
projeto
Apenas um não é o culpado
Se 
o plano não deu certo
A culpa é nossa se deu tudo 
errado

Na conquista do sucesso
É meia a meia nossa 
felicidade
Na hora do retrocesso
Desgosto é dividido com 
serenidade.

 CHIFRADINHA

Não, não aguento mais
Tanta dor de cotovelo
Estou me afogando
Num mar de desespero

Dominou_me o ciúme
Deixou_me alucinado
Pela primeira vez senti
O amargo gosto de ser 
chifrado

Chifradinha dali
Chifradinha de lá
Coração tá machucado
Não pode mais aguentar

Falsos amigos tentam
Em vão me convencer
É só uma pequena 
chifradinha
Isso é mole pra você

Pra todo lado que ando
Só me chamam de chifrudo
Sinto_me então 
inconformado
Sua traição acabou com 
tudo

Meu coração tá arrebentado
Pelas chifradas 
que você me dá
Tô perdido, tô perdido
Se não parar de me 
chifrar

Se vou passando na rua
Só ouço a turma 
cochichando
Olhem na cabeça dele...
É só chifre que vai brotando 


Êta vida de chifrudo 
Ô vida malvada 
Dói, dói, dói o coração
E não posso fazer 
nada...

 DOIS PATATIVOS

Vi um patativo cantando
Sua patativa azul a 
chamar
Voando ela se misturou com o 
azul do céu
Deixando pobre patativo a 
penar

Caminhando minha patativa morena
Com 
a escuridão da noite se 
misturou
Sou patativo que também 
sofre
Que sempre chora, jamais 
cantou

Sou patativo diferente
Choro, não sei cantar
Chorando espero um dia
Minha patativa morena 
voltar

Patativo canta seus reclames
Pousado 
no pé de alecrim
Eu choro minhas mágoas
Numa saudade sem fim

O que de semelhante existe
Entre 
eu e o pequeno 
passarinho
Nós dois sofrendo por 
desprezo
Peitos cravados pelo mesmo 
espinho

Patativo sofre pelo seu amor
Eu 
pelo meu benzinho
Na estrada da saudade
Trilhando o mesmo 
caminho

 EU E JÚNIA MARIA

Romance gostoso é
O meu com Júnia Maria
A gente se beija e se 
abraça
E faz amor todo dia

Entre beijos e abraços
Não existe melancolia
Nossa vida é só amor
A gente só vive alegria

Entre beijos e abraços
Suspiros de emoção
Entre beijos e abraços
Não tem lugar pra 
solidão

Eu e Júnia Maria
Que romance primoroso
No enlevo da paixão
Que amor fervoroso

Tristeza não tem lugar
Em nossos corações
Tomou conta do espaço
Nossas doces ilusões

Nossos peitos são
Eterna moradia da 
felicidade
Felizes por toda vida
Sem chances para 
saudade

 CARREIRO DE NOSSO 
SENHOR

Aqui na velha fazenda
Onde felizmente fui 
criado
Ocorreu grande transformação
Hoje 
está tudo mudado

Velho carro de boi
Que na fazenda tanto 
serviu
E na talentosa boiada 
carreira
Da velha fazenda sumiu

Carro que rangia melodioso
Ação 
do tempo o apodreceu
Gigantes bois de carro
Morte levou e não 
devolveu

Menino que candieiro era
Não sei p’ra onde se 
mudou
E o então carreiro da fazenda
Hoje 
é carreiro de Nosso 
Senhor

O velho monjolo d’água
Que tanto milho já socou
Fazendo farinha e fubá
Só na lembrança restou

Porcada gorda do papai
A gente não verá jamais
Lá no céu não se cria 
porco
Papai aqui não volta mais

Também 
minha mãezinha
Lá p’ra cima foi embora
Quitandas que ela fazia pra 
gente
Hoje faz pra Nossa Senhora

O 
grande vazio da fazenda
De saudade meu peito 
encheu
Dói_me o peito ao lembrar
Tudo 
que eu ali tinha já foi 
meu

 PRAÇA D 

De esquina em esquina
De quarteirão em 
quarteirão
Você vai mudando minha 
sina
Vai demolindo meu coração

Você 
promete me esperar
Na esquina da rua A com rua 
B 
E quando aloucado chego lá
Nada, 
nada de encontrar você

Alienado e sem paciência
Um apaixonado muito 
louco
Com o desespero da sua 
ausência
Vou morrendo pouco a 
pouco

Daí a pouco volto a lhe ouvir
Você 
ligando no meu celular
Na esquina da rua J com rua 
I 
Está você a me esperar

Saí de carro em disparada
Na 
ansiedade de lhe ver
Mais uma tentativa 
fracassada
Brincou comigo outra vez

Nossa vida até parece novela
Para 
ela resolvi telefonar
Vejam só o que disse ela
Estou na esquina da rua L 
com rua K 

Saí depressa entre na contramão
Como 
um louco o sinal eu 
avancei
Corri grande perigo a 
direção
De novo lá não lhe encontrei

Cansado 
de tanto lhe procurar
A encontrei em outro 
rincão
Em um diferente lugar
Na praça D da 
desilusão

 CORAÇÃO TATUADO

Trago no peito
Um coração tatuado
Com a tinta do seu 
desprezo
Meu coração todo marcado

Meu coração não se confunde
Com 
coração de ninguém
Cruel que me tatuou
Não marcou um outro 
alguém

Cicatriz do seu desprezo
De mim nunca se apagará
Se meu coração for 
trocado
Tatuagem da lembrança não 
sairá

Já não sei o que fazer
Nem o que de mim será
Onde que eu tava com a 
cabeça
Que deixei você me tatuar

Já 
tentei de todo jeito
Apagar sua tatuagem
Marca do seu desprezo não 
sai
Tentar de novo é bobagem

Desprezo que me bate
Toda noite todo dia
Não quer me matar
Apenas de mim judia

MULHERADA DO JEITO QUE 
EU GOSTO

Esta noite tem festa
No parque de exposição
Rodeio e mulherada 
quente
Gado bonito e cavalo bão

Esta noite tem forró
Cavalo debaixo de peão
Amazona domando cavalo 
bravo
E peão famoso com a bunda no 
chão

Tem tanta coisa bonita
P’ra mostrar e p’ra 
vender
Tem mulata, tem pretinha
Loira e morena p’ra gente 
ver

Esta noite tem bebida quente
Tem cerveja 
bem gelada
Mulherada do jeito que eu 
gosto
Daquelas bem assanhadas

Esta noite tem repicado de sanfona
Tem 
ponteado de viola
No ponteado e no repique
Mulherada gostosa rebola

E na madrugada terá
Nova paixão em cada vida
Terá começo de saudade
Na hora de cada 
despedida

 GENTE QUE AMA A 
GENTE


Quando a gente encontra
Uma gente que ama a gente
A 
gente cai sem machucar
Nos braços dela de corpo e 
mente

Gente que dorme com a gente
Abraçadinhos 
na mesma cama
E junto com a gente 
acorda
Com sorrisos de quem se 
ama

Gente com quem a gente mora
Felizes 
debaixo do mesmo teto
Gente que a gente beija
E abraça com muito afeto

Gente que a gente ama
Com ternura e muita fé
Que a gente deseja p’ra 
gente
Até quando Deus quiser

Gente que junto com agente
Come 
juntos do mesmo pão
Gente que igual a gente
Se não tá gostoso, fala que 
tá bão

Gente que fala com a gente
Com 
maior educação
Gente que gosta da gente
Dela não se espera 
ingratidão.

 MUTRETA DE SANTO 
ANTÔNIO

Santo Antônio, Santo Antônio
Famoso 
no mundo inteiro
Consegue casamento p’ra 
tanta gente
Famoso santo casamenteiro

Dá 
casamento a quem pede
Com rapidez e prontidão
Ele sabe o calote que dá
Cumprir promessa ele cobra 
não

Fiz a ele uma promessa
P’ra eu arranjar um 
casamento
Ia ter fogueira e muitos 
balões
Pra eu não morrer no esquecimento

Vejam 
só o que ele fez comigo
Cometeu grande 
barbaridade
Pedi uma mulher de vinte 
anos
Veio uma de quinze, vezes 
seis era sua idade

Com mulher de noventa anos
Nada 
de bom a gente logra
Que mutreta de Santo 
Antônio
Ainda mandou de brinde uma 
sogra

Santo Antônio, para com isso
Isso 
não tem nada de 
matrimônio
Mulher e sogra caduca, cê tá 
louco 
Meu caro Santo Antônio

 NOVA DUPLA 
SERTANEJA

Sabiá que cantava triste
No galho da laranjeira
Voou, voou, voou, voou
Procurando nova 
companheira

Bateu asas, bateu asas
Foi pousar em outro 
rincão
Procurando um novo amor
Para habitar seu coração

Sabiá pousou, pousou, pousou
Em 
uma nova floresta
Já tem outra namorada
E cantam fazendo festa

Novo casal canta de graça
Enobrecendo 
a natureza
Casal cantando juntos
Na floresta não tem 
tristeza

Longa carreira e sucesso
Toda a fauna lhes deseja
Que seja por muito tempo
Nova dupla sertaneja

Eu que não tenho asas
Não consegui voar
Não pude sair daqui mais 
desejo
Que seja feliz o casal de 
sabiá

 UNIDOS PELAS MÃOS DO 
DESTINO


Uma bonita e tristonha história
Não é 
caso nem mentira não
Quero contar p’ra vocês
De todo meu coração

Era uma tarde de domingo
Eu curtindo gostosa 
pescaria
Achei uma modesta casinha
Fui 
ver quem ali residia

Ali fui atendido pelo casal
João 
Moreno e Loura Maria
Que revelaram o 
acontecido
Emocionado ali eu ouvia

João Moreno e Loura Maria
Muito 
emocionados contaram
Pais dele enchente levou
Pais dela raios mataram

Cada tragédia em lugar diferente
Os 
dois ficaram 
desnorteados
Ele andando sem rumo
Ela sem caminho marcado

Um dia se encontram
No caminho da vida 
sertaneja
Dois segredos revelados
Ali os dois se abraçam e se 
beijam

Me disse João Moreno
Aqui não temos nostalgia
Com Loura Maria comigo
Corações jorrando 
alegria

Unidos pelas mãos do destino
Abençoados 
pelas mãos de Deus
Nossos pais felizes no 
céu
Vendo felizes os filhos seus

 VIOLA QUE MANDA EU 
CALAR

Viola que manda eu calar
E eu pobre coitado 
obedeço
Seu ponteado embarga_me 
voz
Calado mais ainda eu padeço

Viola 
seu gostoso ponteado
Traz saudosa recordação
Ponteado junto a meu 
peito
Foi prova da minha paixão

Viola 
por muito tempo
Coração seguiu seu 
ponteado
Viola ponteando ligeiro
Coração batendo 
acelerado

E no seu ponteado lento
Coração quase parava
Viola também sentia
Angústia que eu passava

Viola não consegui segurar
O 
grande amor em meu peito
Viola hoje triste 
ponteia
Vendo eu sofrer deste 
jeito

Espero quem sabe um dia
Alegre volte a pontear
Quando retornar a 
alegria
Assim que meu amor regressar

Então 
voltaremos a ouvir
Ponteando ligeiro minha 
viola
E meu coração agitado quase
Saltando 
do peito pra fora.

 PRANTOS DE 
DESGOSTOS

Meus olhos são minadouros
Que minam 
sem parar
Nascem prantos de saudade
De 
quem foi pra não voltar

Dos meus olhos correm água
Que 
rolam pelo meu rosto
Não é água de beber
São amargos prantos de 
desgosto

Prantos dos meus olhos
Caem dentro do rio
Desaparecem dentro do 
mar
Como na terra ela sumiu

No mar meus doridos prantos
Fazem 
as ondas agitar
E correndo dos meus 
olhos
Levam coração a reclamar

Se os prantos caem no chão
Fazendo 
a poeira apagar
Apagam os rastos dela
Fazendo a saudade 
aumentar

 TÔ DE OLHO NA 
VIUVINHA

Tô de olho
Na viuvinha
Ficou viúva
Tão novinha

Ela bonita
Mas acanhadinha
Com vergonha
Dá uma piscadinha

Eu disse a ela
Você é minha
Não disse nada
Deu uma risadinha

Narizinho arrebitado
Bem fininho
Boca pequena
Lábios moreninhos

Cabelinho dela
É bem pretinho
Bem penteado
Bem lisinho

Olhos amendoados
Bem verdinhos
Rosto mimoso
Bem coradinho

É bem delgado
Seu corpinho
Atrai a gente
Bem de mansinho.

 VIOLÃO CHORA TAMBÉM 


Eu tenho um modesto violão
Que apenas 
seis cordas têm
Quando choro de saudade
Violão chorão também

Quando sinto sufocado
Por uma grande paixão
Colado no meu peito
Também sofre meu violão

Unidas choram comigo
Seis cordas sonoras
Do meu aparelho de pinho
Por alguém que foi 
embora

Violão nunca me deixa só
Se me falta amor e 
carinho
Na alegria e na tristeza
Violão jamais deixa eu 
sozinho

Choram seis cordas melodiosas
Com 
meu choro duetando
Prantos de um coração 
sofrido
Rosto abaixo vão rolando

Choro do meu pinho sai
Pela boca do meu violão
Sai o meu triste choro
Nas batidas do coração

 LUA LENÇOS DE 
PRATA

Lua de prata que desfila
Sem deixar rasto no 
infinito
Lua que faz nosso romance
Ficar 
ainda mais bonito

Luz que se retrata
No fundo do mar
Lua que em cada coração
Vive sempre a brilhar

Lua que lá do alto
Ilumina além do 
horizonte
Lua que lá de cima
Clareia grotas e montes

Lua presente na beleza
Do grande oceano
Lua que ao pequeno 
regato
Jamais dá o abandono

Lua lenços de prata
Estendido na atmosfera
Lua que acolhe verões, 
outonos
Invernos e primaveras

Lua que de tempo em tempo
Esconde 
para descansar
Lua também ama quem 
sofre
Sofrimento é maior sem 
luar

Lua que irradia romantismo
Entre o 
amado e a amante
Lua que faz crescer o 
amor
De quem vive perto ou distante.

 LÁBIOS VENENOSOS

Na taça da tua boca
Gostosa substância 
ingeri
Veneno do teu gostoso 
beijo
Loucamente eu bebi

Moreno meu novo amor
Pela primeira vez 
deliciei
O mel dos teus lábios
E felizmente eu 
envenenei

Parece que teu gostoso veneno
Na 
verdade não me matou
Se morri nasci de novo
Veneno misterioso me 
salvou

Morena de lábios venenosos
Quero ser 
envenenado toda hora
Com o veneno da tua boca
Viverei milhões de 
auroras

Com o veneno dos teus beijos
Toda 
hora todo dia
Quero ser envenenado
Matar meu coração de 
alegria

Vou envenenar_me
Todo dia toda semana
Do veneno dos teus 
beijos
Minha felicidade emana

Quero saciar meu desejo
Toda semana o mês 
inteiro
De janeiro a dezembro
Do primeiro dia até o dia 
derradeiro

 PARECE MENTIRA

Duma pescadinha que fiz
Levei quinhentos mandis
Fora outros setecentos
Que lá mesmo eu comi

Não tive muita sorte
O cardume não descobri
Dentro de meia hora
Casquei fora dali

Se não pesquei mais
O motivo eu conto a ti
O dia que não tá bom
Não adianta insistir

Não tava legal
Pescada de lambari
Perdi a paciência
Logo, logo desisti

Levei apenas cinco mil
Três mil, fritei ali
E o restante
Ao rio devolvi

Também não tava boa
A pescada de traíra
Nem gosto de contar
Até parece mentira

Levei só uma tonelada
Quase que a canoa vira
Ali não comi nenhuma
Fiquei a lamber embira

Tive pouca sorte
Na pescada de timburé
Peixinho muito velhaco
Só puxava de ré

Levei apenas novecentos
Acredite quem quiser
E outros quatrocentos
Gastei rebatendo mé.

 RASTO DE UM AVIÃO

Lua cheia que brilha no céu
Que 
resplandece no mar
Lua cheia prateando a 
terra
Além do horizonte a brilhar

Eu 
esperava com sua chegada
Lua cheia nosso amor 
aumentar
Crescendo minha esperança
Amor 
p’ra nunca mais acabar

Mas aqui no aeroporto vendo
No 
céu uma faixa escura a 
formar
É o rasto de um avião
Parecendo a lua cortar

Horas passando a lua sumindo
Fumaça 
aos pouco apagando
Avião desaparecendo nos 
ares
Minha esperança levando

No aeroporto fui avisado
Então dei conta de mim
No avião foi a linda 
passageira
P’ra minha tristeza sem 
fim

Pilotando maldito avião
Comandante feliz da vida
Levando quem era minha
Coração do piloto sua nova 
guarida

Maldito avião atravessando
Imensa camada 
de ar
Cruelmente corta meu peito
Metade 
da minha vida a levar

 TEM NOS BRAÇOS 
DELA

Eu vi, eu vi, eu vi,
No jardim da casa dela
Vi uma rosa vermelha
Vi uma rosa amarela

Tem eu sei que tem
No jardim da casa dela
Tem dois pés de rosa
Que eu plantei pr’a ela

Tem eu sei que tem
Dentro da casa dela
Tem uma rosa morena
Minha querida donzela

Tem eu sei que tem
Tem nos braços dela
Tem amor e tem carinho
Dia e noite me espera

Tem eu sei que tem
Toda nossa quimera
Tem verão e tem outono
Tem inverno e primavera

Tem eu sei que tem
Amor em quatro estações
O ano inteiro tem
Felicidade em nossos 
corações

 AS SETE LÉGUAS DO MEU 
AMOR 


Saudade muito forte
Menos forte do que eu
Vivendo vida semelhante
Que meu saudoso pai 
viveu

É duro meu viver
Mas sou feliz aqui na 
roça
Dormindo em colchão de palha
Na 
minha pequena choça

Todo dia levanto cedo
Ao raiar um novo dia
Para mais uma batalha
Caboclo que a tudo 
desafia

Sou guerreiro sertanejo
Barreira não me 
estremece
Quando sinto ameaçado
A Deus elevo uma prece

Fim de semana tarefa pesada
Do 
meu baio machador
A galope voando rasteiro
A sete léguas do meu 
amor

Nem dois dias eu fico
Nos braços de minha 
amada
Regresso domingo à tarde
Segunda feira nova 
jornada

Felicidade na modéstia
Da minha casa de sapé
Sonhando ser mais feliz 
ainda
Se um dia ela vier

 CINCO ESTRELAS

Ê minhas Cinco Estrelas
Meus cinco favos de mel
Brilham com mais doçura
Que as estrelas lá do 
céu

Ê minhas cinco flores
Dois cravos e três rosas
Inspiração para o poeta
Descrever em versos e 
prosas

Ê minhas cinco pedras
Lindas e preciosas a 
reluzir
Quando eu era ainda criança
Eu 
já sonhava pro meu 
porvir

Ê minhas cinco lindas joias
Duas 
de Diamante e três de 
Ouro
Emocionado fico pensando
Quem me deu este imenso 
tesouro

Ê meus cinco sorrisos
Cinco luzes no meu 
caminho
Que emanam de cinco lindas 
faces
Jamais me deixarão sozinho

Ê 
meus cinco lenços
Nobres lenços de algodão
Que enxugam da minha 
face
Gostosos prantos de emoção

Ê 
minhas cinco estrelas
Que brilham na minha 
vida
Prendas que Deus me deu
Minha filharada querida

Tantas vezes distante a emoção
Faz 
meu rosto banhado em 
pranto
Agradeço ao Nosso Pai do 
Céu
Meu Deus, não mereço tanto.

 CORAÇÃO BANDOLEIRO

Não sei o que fazer
Com esse meu coração 
cruel
Se nem a mim mesmo
Ele consegue ser fiel

Esse meu coração mentiroso
Ignora 
minha própria razão
Manda embora quem me ama
Quem sofre com sua 
traição

Vou desistir desta vida
Renunciar a este amor
Culpa sua coração 
vagabundo
Cruel, desumano, malfeitor

Porque 
este meu coração
Na verdade é mesmo 
bandido
E não gosta de ninguém
Adora ver outro coração 
ferido

Coração bandoleiro, desalmado
Faz 
sofrer outro coração
Não paga amor com amor
Paga só com ingratidão

Coração bandido desconhece
O 
princípio da gratidão
Dá desprezo a quem me 
quer
Joga fora amor que tenho na 
mão.

 MESMA PAIXÃO

Ao entrar no meu quarto
Senti a dor da sua 
ausência
Ela tinha me deixado
Partido pra outra 
querência

Sobre nossa cama de casal
Sua 
toalha ainda umedecida
Que enxugou pela última 
vez
Aquela que foi minha vida

Olhei 
para o teto e para o 
piso
Para as quatro paredes olhei
Diante 
daquele fracasso
Em outro universo a 
encontrei

Na lembrança do último abraço
Na 
imaginação a vejo feliz
Em imaginários braços que 
lhe apertam
Com a mesma paixão que um 
dia eu fiz

Naufragado naquela melancolia
Na 
profundeza daquela 
solidão
Vi morrer minha última 
esperança
De tê_la morando em meu 
coração

Me atraquei com sua toalha
Ainda 
toda amarrotada
Deliciei o perfume do seu 
corpo
Revivendo um amor que deu em 
nada.

 CAMPONESINHA


Volte minha camponesa
Na cidade cê não sabe 
viver
E este seu camponês
Não sabe viver sem você

Volte pro nosso campo
Cidade faz mal pra 
camponesa
E você morando aqui terá
Amor sincero com certeza

Aqui no campo choro eu
Cheio de amor pra lhe 
dar
Por isso linda camponesa
Nosso remédio é você 
voltar

Aqui lhe espera seu camponês
Que 
lhe ama de verdade
Camponesa tome cuidado
Com falso amor aí da 
cidade

Camponesa não aceite
Falsas juras de citadino
Promete a você amor 
eterno
De surpresa atropela seu 
destino

Volte depressa meu amor
Volte linda camponesinha
Eu sou seu camponês
É você camponesa minha

Aqui o campo pede o regresso
Da 
mais bela flor da 
campina
Camponesa linda flor 
morena
Sem você entrarei em ruína.

 SINAL VERDE

Minha vida amorosa
Está bastante complicada
Vivo com quem não me 
quer
Me ama outra mulher casada

Em 
casa minha mulher
Não tá nem aí pra mim
Mas da mulher do outro
Promessas de amor sem 
fim

Em meu lar eu sou
Um pobre João ninguém
Mas lá fora sou um homem
Amado demais por um 
alguém

Se minha mulher não me vê
Com 
os olhos do coração
A mulher do outro diz pra 
minha
Obrigado pela sua ingratidão

Aqui 
já não compensa mais
Minha convivência com 
ela
Espero que lá de fora venha
Sinal 
verde do marido dela

No dia em que ele perceber
Que 
ela não é mais sua 
mulher
Ele dará sinal verde pra 
ela
Ser feliz o tanto que ela 
quiser

Eu aqui sou mal amado
Lá fora a mulher do outro 
também
Vamos unir nós dois infelizes
E 
seremos felizes como 
ninguém.

 DOENTIO CIÚME

Um certo dia brigamos
Você partiu pesarosa 
chorando
E eu tristonho aqui 
sozinho
Sua triste partida lamentando

Nossas 
brigas por ciúme
Não nos levou a nada
Tomamos rumos diferentes
Cada um em uma estrada

Nosso ciúme nos colocou
Em diferentes caminhos
Em cruéis estradas da 
dor
Separados, sofrendo sozinhos

Acabou 
a doce harmonia
Entre eu e você
O ciúme falou mais alto
Colocando tudo a perder

Malvado e venenoso ciúme
Estragou nossas vidas
Destruiu nosso romance
Fez nossas almas feridas

A gente que tinha
Um viver tão belo
Deixamos destruidor 
ciúme
Desmoronar nosso castelo

Hoje vivemos neste submundo
Que 
nosso doentio ciúme 
construiu
Lastimando com saudade do 
amor
Que nosso ciúme destruiu.

 NOSSAS INDECISÕES

Não sei, não consigo entender
O 
que acontece entre eu e 
ela
Se ela diz que gosta de mim
Indeciso, 
não sei se gosto dela

Olho pra ela e não sei
Se sinto amor ou 
desgosto
Se com carinho falo seu 
nome
Ela sequer olha no meu rosto

Se 
ela me oferece carinho
Sou cruel e a vejo com 
ignorância
Se dela tento me aproximar
Irada 
diz, mantenha distância

Se dela tento me despedir
Dizendo 
a ela, adeus, adeus
Sorrindo me beija e me 
abraça
Dengosa cai nos braços 
meus

Aí então eu fico perdido
E a indecisão me domina
Mesmo na hora dos seus 
afagos
Meu coração indeciso lhe 
abomina

Já não podemos mais
Viver de nossas 
indecisões
Indeciso eu, indecisa 
você
Sofrem nossos corações

Tomei agora esta decisão
Pra que deixar pra 
depois
Só pra alongar nosso sofrer
Chega 
de sofrimento a dois

 FACE MIMOSA

Moro aqui no sítio
Bem ao pé da montanha
Com minha bela 
caboclinha
Felicidade aqui não é coisa 
estranha

Nossa casinha sem reboco
Simplesinha de piso 
grosso
Coberta com telha cumbuca
Ali 
dentro um amor colosso

De madrugada lá no poleiro
Garboso 
canta o galo carijó
Avisando que ali tem 
morador
Querido sítio não fica 
só

E no amanhecer o astro_rei
Vem dourar 
o orvalho na campina
E quando chega a 
tardezinha
É o por do sol que 
fascina

Já escurecendo chego do roçado
Me 
espera uma prenda 
cheirosa
Com mãos calejadas do 
trabalho
Meus afagos na sua face 
mimosa

À noite a gente reverencia
O nobre 
pratear da lua
Se ela esconde atrás do 
morro
Madrugada escura é culpa 
sua

Agente adormece ouvindo
Leve murmúrio da cascata
E o gostoso barulho do 
vento
A soprar bem manso ali na 
mata.

 TQTA SOCIÁ


A gente somo bobo
Nóis num sabe comportá
Nóis põe os pé na 
cadeira
Usa a mesa pra sentá
Nóis num conhece
O que é tqta sociá

Nóis mastiga com a boca aberta
Nóis 
num fecha pra mastigá
Nóis fala com a boca 
cheia
Nóis num ingole pra falá
Nóis num aprendeu
O que é tqta sociá

Nóis come e bebe
E sai sem pagá
Nóis deixa madame de pé
Não deixa ela se acomodá
Nóis nunca ouviu dizer
O que é tqta sociá

Nóis num pensa nos outro
Só vantage nóis qué levá
Nóis num paga jardineira
Pra nóis podê passar
Nóis num tem idéia
O que é tqta sociá

Nóis é mesmo jeca
Nóis tem que conformá
Nóis num liga prisso
Nóis num gosta de bagunçá
É 
porque nóis num sabe
O que é tqta sociá

 CHUVA E DISTÂNCIA


Chuva que cai sem parar
Molhando o asfalto
Sou cauteloso mas sem 
medo
Deus me vê lá do alto

A chuva tão insistente
Deixa a pista 
escorregadia
Piso devagar no 
acelerador
Mas a saudade de mim 
judia

Cai chuva com força
Deixando a pista alagada
Vou devagar evitando o 
perigo
Só não posso fazer parada

Liguei 
do meu telefone
Pro celular de minha 
amada
Contente ela me disse
Anciosa espero sua 
chegada

Ela falou que a paciência
É maior 
que a saudade
Me espera o tempo que 
for
Para nossa felicidade

Chuva dos meus olhos
Meu rosto molhou
Emoção tomou conta
Pé firme no acelerador

Chuva e distância ficaram
Somente 
na recordação
Saudades nas lembranças
Em nós amor e paixão.

 BRECADINHA


Como são gostosos
Os carinhos que ela faz
Acaricia bem gostosinho
Seus afagos são bons 
demais

Começa no meu rosto
Passeando sua mãozinha
Desce e sobe no meu 
corpo
Sua mão bem maciinha

Quando vai chegando lá
Ela dá uma brecadinha
Fico doidão, todo 
arrepiado
Chego até a perder a 
linha

E nessa agitação
Confusão começa ferver
A coisa fica quente
Pronta pra derreter

Ela vira uma azeitona
Na boca de banguelo
Mexe pra todo lado
Do jeitinho que eu quero

A coisa pega fogo
E a fumaça levanta
A tristeza e o pra baixo
Rapidinho nóis espanta

No vira e mexe
No mexe e vira
Nóis até cai da cama
Vira amor à caipira

E naquela fogueira
A coisa fica preta
E são muitos gemidos
Sem fazer careta

 AMARGA ROTINA


Estou carente de afeto
Com sede de amor
Faltam_me ternura e 
carinho
Sobram desprezo e dor

Não adianta eu amar
Se não sou amado
Não tenho companheira
Comigo lado a lado

Sonho com alguém
Comigo de braços dados
Que olha e sorri para 
mim
Me deixando extasiado

Casado não tenho esposa
Casado e não tenho 
mulher
Mulher não tenho na cama
Nem a amiga que meu ego 
quer

Casado eu durmo só
Numa cama de casal
Metade toda noite fria
Me queima solidão fatal

Muito me desconforta
Esta triste e amarga 
rotina
Espero que tudo se renove
E 
eu possa ganhar nova 
sina

E algo de pura magia
Possa minha nova sina 
tocar
E aparecer a mulher capaz
De 
meus anseios saciar

 BIRITA E REBATE


Esta noite vai pegar fogo
Na cada 
do seu Zé Gabola
Sanfona mulherada bonita
Violão e ponteado de 
viola

Sanfoneiro toca sua sanfona
Violeiro sua 
viola ponteia
Violonista segue o 
batidão
Saia curta roda e balanceia

Balanceia 
gostoso morena
Loira mulata e pretinha
No ponteado de viola e 
violão
No inheque inheque da 
sanfoninha

Cada uma rebola de um jeito
Sempre 
agitando corações
Igualando seus 
requebrados
Confunde cabeça dos 
folgazões

É hora de descansar o da viola
O 
violonista e o sanfoneiro
A 
calma domina a galera
É só silêncio no salão 
inteiro

Serve birita e rebate
A filha do anfitrião
Com birita na cabeça
A turma ganha nova 
animação

Forró gostoso vai
Pela madrugada a fora
Novo dia já vem chegando
Também a vez de ir 
embora

Até a volta companheirada
Nosso até 
breve com pesar
Aos donos da casa 
agradecemos
Prometendo um dia 
voltar.

 PAIXÃO É FOGO

Quem diz que paixão não dói
Nunca 
esteve apaixonado
A paixão machuca sim
Meu peito tá machucado

Não tem hora pra chegar
Leva um coração ao 
desespero
Não sabe por quem se 
apaixona
Pode até ser pelo amor 
primeiro

A paixão chega de surpresa
Não 
avisa quando vai chegar
Vai corroendo de 
mansinho
Coração começa a reclamar

Reclama 
coração apaixonado
Fazendo o peito sofrer
Apaixona sem perguntar se 
pode
Ou nem espera o peito responder

A 
paixão não é brincadeira
É fogo e pode queimar o 
peito
Depois que o peito pega 
fogo
Aí então não tem mais jeito.

REVELANDO SEGREDOS


Ei você aí de calça jeans azul
Blusa 
branca decotada
Com carinha de 
desiludida
Rosto de mulher mal 
amada

Deixe a mesa onde você está
Venha 
pra perto de mim
Vamos falar de nossas 
vidas
Porque estamos tristes 
assim

Eu já tive e já perdi
Na vida um grande amor
Um grande amor já foi seu
E 
hoje é solidão que nos 
restou

Está aí meu segredo revelado
O 
porque da minha 
desilusão
Meu rosto triste retrata
Minha dor, minha solidão

O porquê da sua tristeza
Tá estampado no seu rosto
A 
herança do seu ex_amor
Terrível marca do 
desgosto

Afinal somos hoje
Duas vidas, duas 
decepções
Dois desenganos vamos 
somar
Fazer da soma novas paixões

E 
para sempre seremos
Uma só vida, duas doces 
ilusões
Amor pra tornar vaidosos
Até nossos próprios 
corações.

 CARREANDO NA 
RECORDAÇÃO


Meus queridos amigos
Aqui fala um apaixonado
Pela vida de carreiro
Que levei no passado

Saudoso carro de boi
Só existe na memória
E a saudade da profissão
Que pratiquei com muita 
glória

Saudosa boiada de carro
O tempo levou
Mas o nome de cada boi
Minha mente conservou

Com o passado na imaginação
Na 
lembrança vou carreando
E com muita saudade
Nome de cada boi vou 
gritando

Diamante e Garimpeiro
Letreiro e Letrado
Foguete e Brasão
Carinhoso e Delicado

Canário e Passarinho
Navegante e Navegado
Roxinho e Rochão
Viajante e Viajado

Caprichoso e Capricho
Amoroso e Namorado
Faceiro e Soberano
Marreco e Bordado

E na gostosa recordação
Revivo meu passado
Sem bois e sem carro
Vou carreando 
sossegado.

 VIREI SEU 
BRINQUEDO


Sou um passarinho preso
Na gaiola da sua 
indecisão
Não me quer e não me 
deixa
Virei brinquedo em sua 
mão

Sou refém da sua crueldade
Tenho que 
sair desta prisão
Pra não morrer 
prisioneiro
Nas grades da sua 
ingratidão

Eu quero minha liberdade
Voando na cidade ou no 
sertão
Passeando livre pelos 
ares
Pousando nos galhos ou no 
chão

Serei um beija_flor que caça 
mel
Na linda flor que já foi 
botão
Vou caçar em outro peito
Novo abrigo pro meu 
coração

Com liberdade pra voar
Viverei nova emoção
Em outro peito terei 
guarida
Livre da sua perseguição

Serei um beija_flor bem raro
Que 
para trás não voa não
Que só voa para frente
E larga para trás a 
desilusão

Voando em alta velocidade
Sumirei da 
sua imaginação
Nem meus rastros no ar
Deixarei como 
recordação.

 COMPADRE JACÓ

Eu tenho um compadre
Com nome de Jacó
Pra minha comadre
Ele é o seu xodó

Na intimidade ela o chama
Por 
nomes diferentes
E o trata muito bem
De maneira permanente

Seja cozito seja cozinho
Seja cozão ou seja có
Tanto faz ou tanto fez
Ela ama seu Jacó

TÁ sempre dando banho
No seu querido cozinho
Pois ela gosta de 
passear
Com o có bem limpinho

Se ela dá banho no cozinho
Ela 
enxuga bem seu cozito
Andar com o co molhado
Ela acha meio esquisito

Se minha comadre deixa
Seu cozinho sem banhar
Se banha o cozão e não 
enxuga
Seu cozito começa coçar

A situação do meu compadre
Infelizmente 
cada vez pior
Coça Jacó, cozinho, có ou 
cozito
Acaba virando uma coceira 
só.

 RESIDÊNCIA DO AMOR


Na minha lembrança
Revivo meu passado
Meu tempo de criança
Muito tenho lembrado

Menino de pés no chão
Correndo pela campina
Não conhecia saudade não
Saudade que hoje me 
desatina

Saudade de cada primavera
Quando a 
natureza florescia
Ali toda minha quimera
Que eu apreciava com 
magia

Florada que um dia desabrochou
Com o 
passar do tempo morreu
Vim pra cidade minha vida 
mudou
Virou agonia o destino 
meu

Hoje vivendo aqui na cidade
Recordo o 
menino que era eu
Na tristeza desta 
saudade
Minha felicidade desapareceu

Flor 
que nasce aqui na cidade
Beleza e perfume não tem
Flor da campina é bela 
raridade
É privilégio de quase 
ninguém

Na campina tem beleza sem plural
Lá 
tem bela florada com suave 
odor
Não tem esta agonia infernal
Ali 
é residência do amor.

 RADIALISTA TRAÍDO


Todo final de madrugada
Vinha rompendo um novo 
dia
Radialista ali no microfone
Novo 
programa na rádio 
anuncia

Em sua programação musical
Romantismo 
com muita magia
Secretas mensagens de 
amor
Uma mulher pro seu amante 
envia

Com seu nome falsificado
Também mudada sua 
caligrafia
Mensageiro levava um 
bilhete
Com prontidão o radialista 
lia

Alguém pra um outro alguém
Apaixonada canção 
oferecia
Amada e amante sabendo de 
tudo
Pobre radialista nada sabia

Locutor 
falava com inspiração
Mensagens de amor o 
embevecia
Nem mesmo ele dava conta
Do mal que a si próprio 
fazia

Radialista e marido dedicado
Nem de 
longe ele desconfia
Que sua ouvinte sua 
esposa
Com seu ouvinte rival lhe 
traía

Um telefonema do anonimato
Em certa 
manhã o entristecia
Vindo a saber do golpe 
profundo
Radialista traído emudecia.

 SERELEPE CANDIEIRO

Como gosto de minha amada
Dos 
meus dez bois carreiros
Do meu velho carro de boi
E 
do meu serelepe 
candieiro

Menino na frente chamando
Apontando 
sua vara de ferrão
Nos gritos do pequeno 
gigante
Muito amor pela profissão

Atrás 
vou tocando a boiada
Vamos Curisco, vamos 
trovão
Chama os bois candieiro
Êia Navegante, êia 
Maranhão

Vamos subindo o morro
Êia Fazendão, êia 
Trochado
Transportando nossos 
alimentos
Sobe Figurão, sobe 
Letrado

E na descida da ladeira
Para o carro não 
disparar
No cabeçalho amarrando
Segura patativo e sabiá

Ao chegar a tardezinha
Boiada carreira na 
aguada
Depois de matar a sede
Mata a fome na invernada

Candieiro beija sua mãe
Minha mulher idolatrada
Curto seu jeito camponês de 
amar
Até o final da madrugada

É assim a semana inteira
P’ra família e pra 
boiada
Domingo é p’ra descansar
Segunda_feira nova 
jornada

 PODER CONQUISTADOR

Você tem tudo
E muito mais
P’ra me fazer feliz
Como outra não faz

Tem no seu olhar
O poder conquistador
Tem matéria prima
Que constrói o amor

Você tem nos seus olhos azuis
A 
beleza das ondas do mar
E no seu meigo coração
Séria certeza de me amar

Você tem nos lábios
Fina doçura do mel
Tem no seu rosto olhos 
azuis
O fascínio do azul do céu

O 
seu semblante tem
A vitamina A que preciso
P’ra eu ver direito
A beleza do seu sorriso

Sua fala mansa tem
Mansidão que tem a 
primavera
Hoje você é tão bonita
Ontem tão bonita você 
era

Você é mais que você
É a minha felicidade
Você já foi o meu sonho
Hoje é minha realidade

 O SERVIÇO DO VENTO


Saia curta e rodada
Favorece o serviço do 
vento
E o vento trabalhando
Eu fiquei mais atento
Vi um tantão de coisa boa
É 
verdade eu não invento

E eu fiquei de olho
Quando começou ventar
Não demorou muito
P’ra saia dela levantar
Aí eu fiquei maluco
Fiquei doidão p’ra olhar

O vento deu e levantou
Levantou a saia dela
Ela puxou p’ra baixo
Mas puxou com cautela
Só porque ela viu
Que eu tava de olho nela

E fiquei todo animado
Disparado meu coração
A paciência tava pouca
E já queria passar a mão
Mas apareceu o marido 
dela
E eu disparei num carreirão

Eu 
corria e olhava para trás
O 
cara quase a me alcançar
Nas pernadas eu dava o que 
tinha
P’ro sujeito não me pegar
Pulei 
no rio e saí do outro 
lado
O negão não sabia nadar

 REGA DO AMOR


Quando cai a chuva
Sobre o nosso jardim
Molha ela molha eu
Molha rosa e jasmim

Dia e noite pode chover
Minha rosa, meu amor
Seu jasmim estará com 
você
Enquanto tempo de chuva 
for

E se chuva parar de descer
Não tem 
problema não
Pranto que madrugada 
chora
Faz crescer flor em botão

Com 
chuva que cai do céu
Ou com pranto da 
madrugada
Deixaremos com ciúmes
O restante da florada

Descontentes reclamam
Cravo e margarida 
amarela
Porque chuva e pranto
Não molham ele e nem ela

Bem_me_quer e coroa imperial
Enciumadas 
batem no peito
Será porque as outras 
flores
Não tem chuva e pranto 
direito

Mesmo sem chuva e pranto
Somos felizes com louvor
Felicidade sempre 
crescendo
Com a rega do amor

 CABRA LARGADO


Meu amigo caminhoneiro
Cortando estradas Brasil 
afora
Em cada parada outra mulher
Na 
saída é mais uma que 
chora

Em todo lugar que chega
É só alegria p’ra 
mulherada
E na hora dura da despedida
Uma 
nova saudade antecipada

Dia e noite firme no volante
Cada 
noite em novo colchão
Pouco tempo p’ra 
repousar
No seu canto novo bicho 
bão

E no avançado de cada noite
Faz no 
bruto a manutenção
Passa a noite com tanque 
cheio
De madrugada já de prontidão

Não 
falta uma boa caroneira
Na verdade uma caroneira 
boa
Ele não dorme no volante
Nem sonha alta com sua 
patroa

Lá vem motorista e caroneira
Voando rasteiro 
pela rodovia
Caminhoneiro cabra 
largado
Se vê rabo de saia logo 
amacia

Na descida o motorista joga
O 
seu possante na banguela
Mão esquerda no volante
Mão direita nas pernas 
dela

No fim de cada jornada tem
Aquele 
gostoso banho a dois
Uma loura gelada pra 
relaxar
E a troca de óleo logo 
depois

 MULHER PASSARINHO


Ela é mulher passarinho
Desligada sempre a voar
Me deixa na terra 
sozinho
Sem saber a quem procurar

Mulher 
passarinho voando alto
Querendo a lua encontrar
Imita borboleta no 
asfalto
Procurando flor pra pousar

Mulher 
passarinho que canta
Bonito lá no topo da 
serra
Seu cantar minha alma levanta
Pareço 
estar longe da terra

Mulher passarinho canta sereno
Enquanto 
estou a lhe ouvir
Meu mundo fica tão 
pequeno
E nem eu sei pra onde ir

Mulher passarinho seu cantar
Mesmo 
longe me acalenta
Seu canto não pode mudo 
ficar
Assim meu coração não aguenta

Mulher 
passarinho passa voando
Bem perto da minha 
cabeça
Assustado fico observando
Temendo 
que ela desapareça

Mulher passarinho quando volta
Mesmo 
com medo não erra
Pede meu coração como 
escolta
Porta do amor ali se 
descerra

 ESTRELA PERDIDA


A noite está fria
Lua ausente do céu
Cortina azul ficou negra
Virou um negro véu

Eu estrela apagada
Já tive quem me seguia
Sem rumo na vida
Perdido já não sou seu 
seguia

Já não vejo no meu céu
Naquela cortina azul
Nenhuma constelação
Sequer o cruzeiro do sul

É alta madrugada
Só negritude e solidão
Sou estrela perdida
Que caiu da constelação

Eu quis ter brilho próprio
Descartei 
minha parceira
Acabei em nada
Sem a estrela 
companheira

Hoje ela brilha
No céu de outro coração
Eu estrela ofuscada
Sem brilho na escuridão

Sou estrela que paga
O preço do egoísmo
Que quis brilhar sozinha
E apagou no ostracismo

 TEM NO MEU SERTÃO


Tem aqui no meu sertão
Tem quiabo com angu
Torresmo com mandioca
Frango caipira com tutu
Tem mulheres graciosas
Tem para eu e para tu

Tem inhame com melado
Batata assada e rapadura
Tem arroz com galinha
Tem legume tem verdura
E também tem mulher
Com belo jogo de cintura

Aqui tem leite quente
Tirado na teta da vaca
Se misturado com café
Ainda mais se destaca
Aqui tem mulher amorosa
Só com amor nos ataca

Aqui tem biscoito
Assado no forno de cupim
O cheiro fica melhor
Se varre o forno com 
alecrim
Mas junto da mulher amada
Fica 
mais gostoso sim

Aqui tem broa de fubá
Assada na folha da 
bananeira
Tem sono no colchão de 
palha
Casa de capim sem goteira
Aqui 
só tem mulher fiel
Ama só o marido a vida 
inteira

 GEMIDO DE BOI


Das estradas desapareceu
Mas da lembrança não se 
foi
Permanece vivo na memória
Querido 
e saudoso carro de boi

Poucos ainda existem guardados
Nas 
varandas dos paióis
Já não canta a duetar
Com o carreiro a ecoar sua 
voz

Já não roda pelas estradas
Fazendo rastros 
cortando o chão
Por entre as sombras das 
matas
Gemendo melodioso no sertão

Seus 
caminhos invadidos
Transformados em 
rodovias
Viraram passarelas de 
mortes
Onde só gemidos sem dor se 
ouvia

Tem gemido de boi na brocha
Carro 
cheio de sustento levando
E 
para alegria do 
sertanejo
Carreiro e carro cantando

Com 
o sinal dos tempos
Nem carreiro temos mais
Também carreiro p’ra que
Carro de boi rodará 
jamais

Pelos seus velhos caminhos
Já não 
podem mais rodar
Progresso faca de dois 
gumes
Não deixa carro de boi 
passar

 CRUEL FRACASSO


Para que cama de casal
Se ocupo só a parte de 
fora
A outra metade ficou vazia
Já 
que ela foi embora

Na beirada da cama
Toda noite acordado ou 
passo
Não me aqueceu seu calor
Me esquenta cruel 
fracasso

Eu que tanto já dormi
Com ela nos braços 
apertada
Num louco devaneio esqueço
Do 
canto se foi minha amada

Temo dormir e machucá_la
Na parede espremida
Aí lembro que ela partiu
Na beirada uma alma 
sofrida

Tento abraçar seu corpo
Procurando_lhe no canto
Nesta fracassada procura
Aí é que eu sofro tanto

Ao ver ali o canto vazio
Que já foi aconchego 
dela
Cobre meu rosto doído pranto
Que 
eu derramo por ela

Solidão se apossa de mim
Só eu sei o quanto sofro 
eu
Porque já não me pertence
Belo 
alguém que já foi meu.

 CONVERSANDO COM A 
LUA


Em uma certa noite
A lua cheia me falou
Com muita meiguice
Lua cheia me perguntou

Porque é que eu choro
Quando olho pra ela
Se ela mesma sabe
Que a acho tão bela

Foi porque lua nova
Abriu imenso e negro véu
O céu ficou todo escuro
E meu amor subiu pro céu

Meus prantos derramo
Mesmo sendo seu 
admirador
Lua cheia vai e volta
Minha amada jamais 
voltou

Lua cheia também indagou
Por que não faço mais 
serenata
Agora sou apenas um 
andarilho
Sobre seu lençol de 
prata

Pra lua cheia esclareci
Fazer seresta pra quem
Minha amada Deu levou
Ela não me ouve lá no 
além

Lua cheia comigo solidária
Por me 
ver sofrendo assim
Solidária junto comigo 
chora
Também sofre com pena de 
mim

 TELA DA VIDA


Eu tenho na minha doce mente
Uma fita 
com capricho gravada
Que mostra você na plateia 
da frente
Me aplaudindo por quase 
nada

Quando passamos o filme
Na tela florida de nossa 
vida
Ouço você me chamando de meu 
amor
Eu lhe chamando de minha 
querida

Fita esta que apresenta eu
Te 
acolhendo em meus braços
E mostra você me 
louvando
Até na hora de meus 
fracassos

Fita que retrata docemente
De 
nós dois sublimes 
lembranças
Os momentos de loucos 
devaneios
Num mar de carinhos e 
confianças

Vejo na tela da minha doce vida
Filme 
que mostra nosso passado
Revelando nossa 
felicidade
Eu e você sempre de braços 
dados

No presente estamos filmando
Para ser 
projetado no futuro
Nosso amor ainda mais 
forte
Para nós motivo de muito 
orgulho

E assim vamos gravando
No filme de nossa mente
Vemos na tela da vida a 
dois
Como valeu a união da gente

 TERRA GESTANTE


Como é bonito a gente ver
O mistério 
da terra gestante
Do seu ventre nascendo
Um filho a todo instante

E no mundo inteiro se ouve
Irmãos 
em Jesus Cristo dizer
Que coitado de um nosso 
irmão
No mundo acaba de morrer

A cada ser humano que parte
O 
corpo da alma se despende
O 
corpo terra gestante 
devora
E para Deus a alma suspende

A 
terra gestante no 
milagre
Espera do seu ventre 
nascer
Pra todo infinito do mundo
Uma 
infinidade de almas bebê

Terra gestante dá seus filhos
Para 
com Deus eterno viver
Seus filhos são nossas 
almas
Filhos bonitos que ninguém 
vê

O homem da alma se separa
E a 
terra gestante o consome
Com o que não vale pra 
nada
Terra gestante sacia sua 
fome

Com esperança e muita fé
Existentes no ser humano
Que crê apenas na vida 
eterna
Vida matéria é puro engano

 CONQUISTADOR 
POSUDO


Fui dar de conquistador
Sei que agora tô 
enrolado
Disse que eu era doutor
Sou analfabeto tô 
arrasado

Eu sou da medicina humana
Acreditou 
a pobre da Chiquinha
Sou engenheiro linda 
Suzana
Sou veterinário minha 
Ritinha

Sou doutor eletricista
Afirmei para Sandra 
Maria
Sou advogado Rosa Batista
Sou 
dentista querida Sofia

As seis descobriram tudo
Arruinei minha vida, tô 
lascado
Dei uma de conquistador 
posudo
Agora tô maluco, tô pirado...

Procuro 
me esconder no boteco
Tomando pinga todo 
sossegado
Aí chegam as seis, e é 
pesteleco
No pé do ouvido e pra todo 
lado

E toma catiripapo e pontapé
Comendo solto 
e acelerado
Nem posso mais tomar um 
mé
Tô perdido, tô massacrado

Chega 
desta vida de falso galã
Já apanhei que nem boi 
ladrão
Muié nenhuma quer saber de 
mim
Já tô cansado desta vida de 
cão

 MANSÃO DE 
SERTANEJO


Procuro, procuro, procuro
Mas em 
lugar nenhum eu vejo
Tanto conforto que tenho
Na minha mansão de 
sertanejo

E bem modesta é bem simples
Minha 
aconchegante casinha
Nela eu vivo uma vida de 
rei
Ao lado da minha caboclinha

O 
que nela existe é bem 
pouco
Muito pouco, quase nada
Mas o pouco para mim é 
tudo
Mansão por Deus abençoada

Aqui 
na minha mansão tem
Farturas vindas dos 
campos
À noite o que me encanta
São os faróis dos 
pirilampos

Um modesto fogão a lenha
Num cantinho da cozinha
Ali poucos e simples 
trastes
Bem zelados pela cabocla 
minha

Aqui no meu recanto sertanejo
Eu e 
minha amada cabrocha
Juntos de animais e 
passarinhos
É assim nossa vida aqui na 
roça

É assim a mansão de sertanejo
É deste 
jeito todo dia toda hora
Assim é graças ao Nosso 
Senhor
E obrigado a Nossa Senhora

 ESTRADA DE 
RECORDAÇÃO


A saudade invadiu meu peito
Me bateu 
forte no coração
Aventurei voltar ao 
passado
Pela estrada da recordação

Recordei 
a primeira namorada
Que segue firme na 
imaginação
Ainda trago na lembrança
Um beijo na boca ETA beijo 
bão

Aquele dia um apertado abraço
E 
um gostoso aperto de mão
Pela primeira vez eu 
sentia
O delicioso fogo da paixão

Coração 
batendo a mil por hora
Tocado pela força da 
ilusão
Coração não parando de 
bater
Ai não tem lugar pra solidão

Bate, 
bate coração pode bater
Com muita alegria e 
prontidão
E cada batimento acelerado
Eu 
e ela transbordando 
emoção

Com a troca de ternos afagos
Não 
existe nenhuma ficção
Eu e ela caminhamos 
juntos
Almas gêmeas na mesma 
direção

Revivi com a primeira namorada
Dias 
felizes de eterna 
gratidão
Sou feliz com quem hoje é 
uma flor
Ela que já foi uma flor em 
botão

 AMANDO ESCONDIDO


Ai, ai ai como dói esta paixão
Meu Deus 
como dói dói dói
Dor que ninguém nunca 
viu
Mas o meu pobre peito corrói

Ai 
ai ai como faz a gente 
penar
Esse amor belo e proibido
Mas 
é gostoso a gente sofrer
Amando assim bem 
escondido

Ai ai ai só Deus pode saber
O 
quanto nós temos sofrido
Eu com medo da minha 
muié
Ela com medo do seu marido

Ai 
ai ai mas pra eu e pra 
ela
Até que o caso é bem divertido
Vemos 
na cabeça deles os 
chifres
Cada vez mais compridos

Ai ai ai se nóis tá na cama
E 
nóis escuta latidos de 
cão
Ai nóis saiu naquela correria
E 
acaba tudo que tava bão

Ai ai ai eu apanho da muié minha
E 
leva uma surra da minha 
muié
Nós vamos apanhar do seu 
marido
Mas seja lá o que Deus 
quiser

 VOU VIRAR UM 
BOMBEIRO


Eu nunca pensei que neste mundo
Um 
dia eu fosse me 
apaixonar
Mas a paixão me pegou de 
jeito
Me pegou firme pra machucar

Demorou 
mas veio com tudo
E chegou mesmo pra 
arrebentar
Eu que na minha vida 
pensei
Que a paixão é coisa de se 
brincar

De uma só vez mulata e pretinha
Loira 
e morena pra me 
sequestrar
Para ser o prisioneiro do 
amor
Pro cativeiro querem me 
levar

Quatro de uma vez é muito
Pro meu 
coração aguentar
Coração em quatro 
pedaços
Não consegue funcionar

Quatro paixões é demais
São capazes de me 
espedaçar
Mas eu vou sair dessa 
traspassa
E esta parada dura eu vou 
topar

Que venha uma de cada vez
E 
bicho bravo vai pegar
Eu vou virar um bombeiro
E o fogo das quatro vou 
apagar

 SUA CRUELDADE


Você tanto abusou de mim
Quanto você me fez 
sofrer
Dei a você amor e carinho
Fui 
condenado por lhe querer

Tantos e tantos anos suportei
O 
castigo que você me 
impôs
Doridos prantos por você 
chorei
Sofri muito por dar tanto 
amor

Prantos que chorei com sua crueldade
E 
que lavaram os olhos 
meus
Ai eu lhe vi com os olhos da 
razão
Você agindo com os caprichos 
seus

O pranto da sua crueldade
Minha alma 
padecida molharam
E os seus sentimentos 
malvados
De minha alma inocente 
lavaram

Já chega de tanta maldade
Cansei de 
sua ingratidão
Por isso te peço por 
favor
Dê uma trégua a meu coração

Por 
favor siga o teu caminho
E nem sequer olhe para 
trás
Pois eu vou seguindo meu 
destino
Não quero te ver nunca 
mais

Desejo que sejas muito feliz
Se 
Assim o teu destino 
marcar
Caso a sina marque o contrário
Não 
sofrerei se você 
fracassar

 NÃO MANDO RECADO


Não vou mandar nenhum recado
Pode deixar 
que eu mesmo vou
Vou mostrar pra essa 
gente
Que me destruir sempre 
tentou

Se me sinto em dificuldade
E a 
alguém eu peço um favor
Se essa gente me dá as 
costas
Essa gente precisa é de 
amor

Essa gente que se esquece
Que eu 
também sou filho de Deus
Deixa de socorrer um 
irmão
Peço perdão para o pecado 
seus

Esse pessoal pobre desalmado
Não ama 
os seus semelhantes
Não sabe viver o Pai Nosso 

Acha que sabê_lo de cor é o 
bastante

Para a turma que vive falando
Que 
é muito fraca a minha 
voz
Vou mostrar muita fibra
Para esse pessoal atroz

Quero afirmar para terra
Para a atmosfera e para os 
mares
E para todo o mundo quero 
dizer
Pra um sem número de lugares

Minha 
voz parece fraquinha
Mas é suavidade com 
rompante
Vai ecoar gostoso bem 
longe
Como ecoa na baixada um 
berrante

 SORRISO DE 
CINDERELA


O inverno chegou, chegou, chegou
Sereno 
do inverno caiu, caiu, 
caiu
O sereno frio serenou, serenou
Molhou 
o cabelo dela e ela não 
viu

Apareceu, apareceu a lua
Cabelo dela prateou, 
prateou
Ela assustou ao ver a 
aparência sua
Pensando que sua velhice 
chegou

O sol nasceu, nasceu, nasceu
Sereno 
do seu cabelo derrubou
Seu louro original 
reapareceu
Sua beleza natural já 
voltou

Sorriso da primavera florida
Se 
misturou com o belo sorriso 
seu
Fez reflorescer a sua vida
Voltou 
o sorriso que Deus lhe 
deu

E agora dá gosto a gente ver
Seu 
belo sorriso de verão
Deixou ela bastante 
alegre
Também alegre meu coração

Quando 
chega manso o outono
Belo sorriso cobre o rosto 
dela
Ela se sente honrada e poderosa
Com 
um sorriso de cinderela

Ela se sente mulher faceira
E 
eu sou dela em cada 
estação
Eu sou o dono daquele 
sorriso
Minha eterna e doce ilusão

 PAGODE DA VERDADE


Manga de chuva não tem semente
Também não 
usa abotoadura
Boca de alicate não tem 
dente
Mas é chegada em coisa 
dura

Olhe entre as pernas da mesa
Não 
tem perereca não tem 
pinto
Desculpe minha franqueza
Mas é verdade eu não 
minto

Pode crer chuva no ar corre 
de pé
Chuva na terra corre deitada
Homem 
que não gosta de muié
Ta com a honra 
fracassada

Como a boca da noite tem apetite
Com 
rapidez devora um velho 
dia
Cabeça de prego não tem sinusite
Se 
leva pancada tábua dura 
amacia

Lagoa onde tem muita piranha
Jacaré 
velhaco nada de costas
Quanto a pergunta é 
estranha
O silencio é a melhor 
resposta

Tem gente que bate na cangaia
Para 
que o burro possa 
entender
Mulher que anda de minissaia
É 
mais fácil aquilo a gente 
ver

Vamos deixar do jeito que está
Para 
ver no futuro que jeito 
fica
Quem não procura se comunicar
Tenha 
certeza que se 
estrumbica

 MINHA ALMA 
SERTANEJA


Meu amor você não acredita
Se falo 
do que sinto por você
Acredite é a coisa mais 
bonita
É algo acima do amor pode 
crer

Neste belo final de semana
Vamos a 
um lugar aconchegante
Viveremos uma noite bem 
bacana
Da nossa rotina bem distante

Iremos 
para uma fazenda
Sozinhos juntos da 
natureza
Você é minha querida 
prenda
Viver a seu lado meu bem que 
beleza

Vamos tomar uma cerveja bem 
fria
Bebendo no mesmo copo a 
cerveja
Com gosto de amor e poesia
Meu 
amor, minha alma 
sertaneja

E a cada copo de cerveja ingerido
Que 
desce bem frio na 
garganta
Entre nós um amor bem 
sucedido
E é este amor que nos 
encanta

Enquanto nossa vida existir
Teremos 
o amor em nossos corações
E 
para o nosso belo porvir
Sonhos lindos com doces 
ilusões

Vamos viver nossas vidas
Com amor para a 
eternidade
Somos duas almas comprometidas
Com 
o amor a ternura e a 
lealdade

 TORTURA DE AMOR


Como louca você se apodera de 
mim
Com apetite você me come
Vorazmente você me 
devora
Bravamente você me consome

Quando 
aloucada você me beija
Com seus lábios você me 
sufoca
Você me abraça bem forte
Você me incita você me 
provoca

Com loucura você me prende
Delirante 
você me abraça
Contra seu corpo você me 
aperta
Me puxa me rasga e me 
amassa

Você me mastiga você me engole
Você 
me judia você me tortura
Você me maltrata você me 
oprime
Você me leva de vez a 
loucura

Você não me deixa adormecido
Você não 
traz acordado
Você me confunde a 
cabeça
Você me conserva pirado

A todo momento você me bebe
Para 
matar sua sede em mim
Todo dia fala e jura que me 
ama
Diz que nosso amor é rosca 
sem fim

Afinal você diz que gosta de 
mim
E isto é uma bela tortura de 
amor
Desse jeito pode me torturar
Sua 
tortura tem delicioso 
sabor

 BATALHA SEM FIM


Eu amo demais esta mulher
E vivo 
uma batalha sem fim
Tudo faço para 
conquistá_la
Mas ela não tá nem aí pra 
mim

Telefono, mando recado todo 
dia
Mando carta, envio cartão
Mas 
eu ainda não consegui 
demover
Porque é de pedra seu 
coração

Mando lindas mensagens de amor
Deste 
meu coração comovente
Nem assim deixa 
estremecido
Este seu coração de 
serpente

Até serenata com amor eu faço 
pra ela
Também dou caixas de 
bombom
Conta aberta sem limite no 
banco
Dei a ela um belo aparelho 
de som

Eu comprei pra esta mulher
Uma 
estupenda e bela mansão
E um tremendo carro 
importado
Nada adiantou foi tudo em 
vão

Eu dei à minha pretendida
Apartamento com 
vistas pro mar
Nem mesmo assim resolveu
O seu coração me 
entregar

Dei a ela o direito de pedir
O 
que ela quisesse ganhar
E daria tudo isso pra 
ela
Só pro meu coração não fracassar

 FRUTO DA GRATIDÃO


Quando desce chuva do céu
Desta terra 
não levanta pó
O homem que cultiva o 
amor
Nunca, nunca no mundo fica 
só

Quando o céu está nublado
Não pode 
deslumbrar o sol
Cobra rasteja na poeira
Deixando seu rastro em 
caracol

Com nuvem ausente do céu
Nenhuma chuva cai no 
chão
Quem não é capaz de perdoar
Jamais 
merecerá o perdão

Você que no passado não teve
De 
verdade uma grande 
paixão
No presente você não terá
Você 
não terá saudade não

E você aí que hoje não tem
Um 
grande amor no coração
Com certeza amanhã não 
terá
Não terá gostosa recordação

Aquele 
que plantar o bem
Terá feito uma boa 
plantação
Amanhã estará colhendo
O gostoso fruto da 
gratidão

Se quer ter a certeza que fez
O 
melhor dos plantios seus
Plante no fundo do seu 
coração
A fé e o eterno amor a 
Deus

 POBRE SEM MORADIA


O cabo da enxada dá calo que dói
E 
como dói na palma da mão
E o desprezo da mulher 
amada
Dá calo que dói no coração

Dá 
calo nas pontas dos 
dedos
Mau violeiro tocando sua 
vida
Dá calo nas meninas dos 
olhos
Mulher feia vestida de 
camisola

Assento da cadeira dura dá
Calo 
que dói muito no 
traseiro
Dá calo na beça da gente
A má qualidade do 
travesseiro

Dá calo que dói no dedo do pé
Se 
o sapato for muito 
apertado
Fofoca demais dá calo na 
língua
Fofoqueiro não fica calado

A 
turma do papo terrível 
dá
Calo que dói nos ouvidos
Dá calo na paciência do 
povo
Esses politiqueiros fingidos

Dá 
calo na mente da massa
A inércia de deputado e 
senador
Fica à toa e come nosso 
dinheiro
Parasitas vivem do nosso 
suor

Dá calo na esperança do povo
Promessas 
de nossos candidatos
Dá banana pro pobre do 
eleitor
Depois que ganham seus 
mandatos

Dá calo na vida do pobre
Mordomia dos 
politiqueiros
Salário alto e auxílio 
moradia
Pobre sem moradia e sem 
dinheiro

 Ê VIDA AGITADA

Ê vida agitada de pescador
Vai 
pro rio levando minhoca
E as veias bem cheias de 
sangue
Pra engordar as muriçocas

Ê 
vida agitada de pescador
Sempre carregando uma 
vara
Mas o tal peixe mesmo que é 
bom
É coisa boa, mas é bastante 
rara

Ê vida agitada de pescador
Sempre pensando 
na cobra
E se dela consegue se 
livrar
Chapeludos tá ali de sobra

Ê 
vida agitada de pescador
Sua pesca nunca se 
expande
Se faz pescada boa tem que 
dá
Pros homens do chapéu grande

Ê 
vida agitada de pescador
Nem pode contar caso de 
pescaria
Logo alguém põe seis na sua 
fala
Colocando gelo na sua euforia

Ê 
vida agitada de pescador
Se some galinha de onde 
pescou
Só pela fama que tem alguém 
fala
Adivinha quem foi que roubou

Ê 
vida agitada de pescador
Ele contou que pescou de 
timbó
Contou logo pro cara do 
IBAMA
Que a paisano o leva pro 
xilindró

 PAPAGAIO TAGARELA


Eu tenho um belo papagaio
Que fala 
bonito como ninguém
Com quem ele aprendeu 
falar
Aprendeu com quem era meu 
bem

Tanto conviveu com o romance
Que existiu 
entre eu e ela
Ele se envolveu neste caso 
amoroso
Lôro falador, papagaio 
tagarela

Meu papagaio, meu papagaio
Meu 
elegante papagaio 
falador
Passa o tempo todo repetindo
O 
que a morena sempre 
falou

Ela passava o tempo falando
Eu te 
amo meu querido amor
Eis que papagaio 
competente
Aquela prosa toda 
decorou

Mas o inocente do papagaio
Não sabe 
que ela me desprezou
Nem o verde das suas 
penas
Minha esperança reforçou

Hoje vivemos eu e o papagaio
A 
cumprir o que a sina nos 
reservou
Eu ouvindo com tanta 
tristeza
E ele falando o que ela lhe 
ensinou

 TUDO FOI UM SONHO


Vou vender algumas fazendas
Milhões de 
hectares de chão
Também umas boiadas 
gordas
E muitas tropas de cavalo 
bão

Minha frota de carro importado
Apartamentos de 
luxo e mansões
Vou ficar com apenas 
quinhentos
Dos meus cinco mil 
aviões

Vendo parte dos meus diamantes
E 
também muitas barras de 
ouro
Vou apurar tudo em dinheiro
Quase 
todo meu imenso tesouro

Vou pegar parte do que tenho
E 
transformar em muita 
grana
Vou segurar essa mulher pra 
mim
E levar uma vida bem bacana

Dinheiro 
pra ela não vai faltar
Pode fazer tapete com nota 
de cem
Se sapecar cem poucos por 
dia
Ela gastara apenas um vintém

Ela 
viverá em outro mundo
Uma vida que parece 
fantasia
Viverá num belo mar de 
rosas
E sonhando com uma vida de 
magia

Mas tudo foi um sonho que tive
Quando 
acordei deu em nada
Nunca tive nada pra 
vender
E nem mesmo a mulher tão 
sonhada

 AGENDA AMARELADA


Numa bonita noite de verão
O galo 
já anunciava a madrugada
Cheguei na janela para 
ver
A beleza de uma noite enluarada

E 
numa procura toda em vão
A minha quimera tão 
procurada
Olhei pra todo lado e não 
achei
Sequer rastros da mulher 
amada

Saudoso voltei pro meu quarto
Com 
minha alma esvaziada
A saudade me bateu bem 
forte
Êta vida minha amargurada

Resolvi 
dá uma volta no passado
Olhando minha velha 
papelada
Que com muito zelo e 
capricho
Mantinha numa caixa ali 
guardada

Encontrei uma velha agenda
Pelo 
tempo já toda amarelada
Que muito mal dei conta de 
ler
De pranto a vista já embassada

Nela 
estava registrado o dia
E a hora que foi por mim 
beijada
E num gemido de puro 
amor
Eis ali uma mulher apaixonada

Mas 
a sina é sempre 
traiçoeira
Comigo ela não quis mais 
nada
A esperança de um amor eterno
Virou 
promessa fracassada

 DE ABRASADOR NADA 
TEM


Já passou o mês de agosto e o 
sol
De setembro nasce majestoso
Por 
traz de uma cortina de 
fumaça
Sua majestade aparece 
fogoso

Como é bonito a gente ver
Nas 
manhãs alegres do sertão
O sol abrasador que vem 
nascendo
Carboso e com muita 
mansidão

O sol por traz de uma nuvem 
de fumaça
Seus raios não atacam nossa 
visão
Vem encantando a natureza
E 
dando mais vigor à 
plantação

Como é bonito ver de manhã
O 
sol com pinta de 
abrasador
Mas que de abrasador nada 
tem
Apenas tem a sutileza do 
criador

Daí a pouco a fumaça vai sumindo
Seus 
raios mais que 
cintilantes
Beijando com nobreza a pele 
morena
Do sertanejo do sol bem 
distante

E quando chega a tardezinha
Vê_se algo 
tão bonito suceder
O sol de novo embaçado no 
poente
De novo a bola de fogo a 
gente vê.

Pede licença para descansar
Para 
interromper o seu show
Para no outro dia 
recomeçar
De novo o show que Deus 
criou

 A VIDA DE UM 
RETIREIRO


O galo cantou lá no puleiro
São três 
horas da madrugada
Retireiro esperto se põe de 
pé
Para cumprir mais uma jornada

Retireiro 
passa logo o café
Adoçado com rapadura 
raspada
Porque lá na roça não tem 
açúcar
Por isso a rapadura que é 
usada

Retireiro bastante apressado
Toma o 
café com broa bem assada
Sai no frio ou debaixo da 
chuva
Alegre com destino à invernada

Lá 
vai o corajoso retireiro
Juntando sua bonita 
vacada
O nome de cada uma vai 
gritando
Lá no curral a bezerrada 
fechada

Quando vai chegando no curral
O 
mugir das vacas e 
bezerrada
Deixa o retireiro meio 
tonto
Parece orquestra desafinada

E 
o persistente retireiro
Em pouco tempo a vacada 
ordenada
Deixa em cada vaca uma teta 
cheia
Para uma bezerrada bem 
criada

Retireiro lutador e cheio de 
fé
O gado come ração balanceada
E 
o cuidado contra os 
parasitas
Vacas e bezerrada bem 
vermifugada

 NAMORADO DA LUA


Ainda menino bem pequeno
Eu tornei seu eterno 
enamorado
Pela sua infinita beleza 
natural
Eu fiquei por ela apaixonado

Dirigi 
a ela um olhar de 
ternura
Vi toda beleza e meiguice 
dela
Juro por Deus que neste 
mundo
Não tem nada parecido com 
ela

Nós namoramos toda noite
Ela exibindo sua beleza pelo 
céu
Ela segue com amor os meus 
passos
E não me deixa jogado ao 
léu.

Eu não tenho nenhum ciúmes dela
Ela 
também não tem ciúmes de 
mim
É um amor sem desconfiança
Não 
existe outro amor assim

Minha namorada eu conto quem 
é
Minha eterna namorada é a lua
Que 
segue lenta meus passos
E fico vaidoso com a 
presença sua

Quando Deus me chamar lá pro 
céu
Pelo céu passearemos nós 
dois
E nós dois passearemos hoje
Amanhã, 
e depois, e depois e 
depois

Quem sabe aí no céu eu ajudarei
A 
estender o seu lençol de 
prata
E assistiremos os apaixonados
A 
cantar pra nós uma 
serenata

 ASSÉDIO DESLEAL


Quantas vezes eu já te falei
Um milhão 
de vezes eu te pedi
Mais uma vez eu te peço por 
favor
Vá embora, mulher some 
daqui

Eu não consigo mais te suportar
Com 
o teu insistente assédio
Pode procurar outro 
homem
Para te servir de remédio

Na 
verdade o nosso caso foi
Um jogo muito duro de se 
jogar
Com teu falso assédio amoroso
Jamais 
vais me conquistar

Por favor queiras me entender
E 
pára logo de me assediar
Podes seguir o teu 
caminho
Outro caminho vou trilhar

Teu 
assédio é desleal tirano
Não é um assédio amoroso
Sei na verdade que me 
detestas
Este teu coração mentiroso

Cabecinha 
oca pare pra pensar
Ponha juízo na tua 
cabeça
Quero sossego em minha 
vida
Por gentileza me esqueça

Se tu queres ser feliz em tua 
vida
Arranje outro pretendente
Pois 
já tenho outra em teu 
lugar
Já te eliminei da minha 
mente

 CAMINHONEIRO DE ALMA 
LAVADA


Pelas estradas brasileiras
Por onde rodam 
os caminhões
Nos volantes desses 
valentes
Motoristas cheios de 
ilusões

Caminhoneiro ousado e guerreiro
Que 
desconhece a distância
Corta o Brasil de canto a 
canto
Com muita fé e perseverança

Caminhoneiro 
quando vai
Leva no peito muita 
saudade
Mas quando volta pra 
casa
Trás no peito a felicidade

Caminhoneiro 
não está errado
Quando burla a lei do 
CONTRAN
Guia só com a mão esquerda
Mão 
direita acenando pra sua 
fã

Guarda rodoviário deve saber
Motorista gosta 
de rabo de saia
Não importa se a multa 
vem
Ou o chamem de motorista 
navaia

Depois que atravessa dois rios
O 
motorista já é solteiro
Mas ele lembra da mulher 
amada
Aquela que foi seu amor 
primeiro

Quando chega em casa ele cai
Da 
cabine nos braços de sua 
amada
Um cafuné nas criancinhas
Caminhoneiro 
de alma lavada

 MULHER COLIBRI


Tal qual um pequeno colibri
Você chegou 
bem de mansinho
No jardim florido de minha 
vida
Veio voando o meigo passarinho

Voando 
pra lá e voando pra cá
Beijou as flores de meu 
jardim
E num toque de doce magia
Chamas 
de amor acendeu em mim

Você apareceu em minha vida
Oh 
Linda mulher colibri
Desde que você surgiu pra 
mim
Na minha vida outra mulher 
não vi

Você transformou minha vida
Mulher 
colibri num mar de rosas
Nem mesmo o poeta mulher 
colibri
Descreve você em versos e 
prosas

Eu juro por tudo que é santo
Ai 
meu Deus ai meu senhor
Agradeço a mulher 
colibri
Por ter me dado tanto 
amor

Eu não mereço ser feliz assim
Mulher 
colibri você me deixa
Extasiado com tanto amor
E disto meu coração não 
queixa

Mulher colibri sempre amarei
Viveremos 
juntos por toda a vida
Não deixarei mulher 
colibri
Será você minha fada 
querida

 DEUS NÃO DORME E NEM 
PISCA


Às vezes sozinho fico pensando
Neste mundo 
tão complexo
Somente um ser seria 
capaz
De tomar conta do universo

Somente 
Deus todo poderoso
Com sua infinita 
sabedoria
Não descuida um só 
instante
Olha o gigante colosso com 
maestria

Se ele descuidasse um momento
Tenho 
certeza do que 
aconteceria
O universo entrava em 
chamas
O mundo com certeza acabaria

O 
mundo pegaria fogo 
certamente
O mundo todo se destruiria
A 
terra virava um monte de 
cinzas
E o monumento gigante 
sumiria

Eu não tenho medo em afirmar
Que 
Deus não dorme e nem 
pisca
Se nosso Deus dormir ou 
piscar
Tudo neste mundo se complica

É 
bonito ver na sua 
benevolência
Deus sempre e sempre 
vigilante
Toma conta das belezas do 
mundo
A todo e qualquer instante

Eu 
peço a Deus lá das 
alturas
Pro senhor não dormir nem 
piscar
Pra salvação da espécie 
humana
O nome do senhor eu quero 
gloriar

 A SENHORA DE MANTO 
AZUL


Eu parecia estar só aqui no mundo
Numa 
bela noite estrelada
Quase sem rumo certo na 
vida
Meu Deus do céu eu não valho 
nada

Eu ouvi um ruído vindo lá de 
cima
Foi quando resolvi olhar
E vi descendo uma estrela 
maior
Mais que todas estrelas a 
brilhar

Aquela estrela que brilhava 
mais
Era a senhora de manto azul
Que 
se diz chamar Aparecida
E sou amada no Brasil de 
norte a sul

Vim pra dizer ao povo brasileiro
Que 
nunca deixarei só um filho 
meu
Quando precisar de uma graça
Chame 
por mim eu atendo o pedido 
seu

Com minhas mãos sagradas
Eu abençoo os meus 
brasileiros
Este povo merece toda 
graça
Por ser este pessoal altaneiros

Eu 
fiquei pasmado com o 
ocorrido
Agradeci à Senhora Aparecida
Que 
despertou em minha alma
A esperança em tudo na minha 
vida

Seu manto azul virou asas e 
a Santa
Voou com destino à casa do 
Senhor
De onde virão chuvas de 
bênçãos
Para este seu devoto e 
trovador

 PASSARELA DE MINHA 
VIDA


Você surgiu em meu destino
Na passarela de 
minha vida
Na passarela tão faceira a 
desfilar
Com seu jeito de mulher 
decidida

Você veio tão resolvida desfilando
Na 
passarela tão charmosa
Com seu jeito tão 
imponente
Com modo de mulher 
caprichosa

Sobre minha simples passarela
Vaidosa 
você vinha e voltava
Toda orgulhosa no seu vai e 
vem
Todo o seu charme você jorrava

Mulher 
tão meiga e tão bonita
Minha passarela até 
balançava
Balançava forte, mas não 
caía
Com os passos firmes que 
você dava

Você desfilava com sua soberania
A 
passarela bem fundo 
suspirava
Suspiro cheio de amor 
doía
Por pouco passarela não 
chorava

Você chegou bem de mansinho
Na 
passarela tão carinhosa
Mansamente veio trazendo 
consigo
A marca de mulher tão 
amorosa

Vem mulher na minha passarela
Enquanto 
você vai desfilando
Durante toda a minha 
vida
Seu amor eu vou deliciando

 CORAÇÃO LEVIANO


Este seu coração maldoso
Falso perverso e leviano
No meu peito faz moradia
Eu não aguento seu jeito 
tirano

Você penetra no meu peito
E 
sai assim quando você bem 
quer
Com seu modo tão atrevido
Nem 
parece coração de mulher

Coração você é cruel e covarde
Judia 
de mim sem quantia
Trazendo em toda minha 
vida
Muita tristeza e nostalgia

Coração 
nada mais nada menos é
Do que um coração meu 
inquilino
Enquanto eu deixar você 
morando
No meu peito em meu peito 
trazendo desatino

Coração tome cuidado comigo
Eu 
posso tomar uma decisão
Eu vou botar você do peito 
pra fora
E ficar livre da sua 
ingratidão

Malvado coração inquilino
Você 
é um coração malfazejo
Antes que seja tarde 
demais
Vou requerer agora o seu 
despejo

 AMIGOS DA ONÇA


Eu estava muito bem com ela
Agarradinho com 
meu amor
Quando a turma de amigos 
chegou
P’ra tomar chope gelado me 
convidou

Eu disse a ela nós não vamos 
não
Vamos, chope gelado é tão 
gostoso
Deixe de ser babaca e de ser 
bobão
Deixe de ser tão preguiçoso

Meu 
bem eu não vou mesmo não
Chope gelado, chope gelado 
meu bem
Tem demais pra todo lado
P’ra todo lado bastante 
tem

A mesma coisa não acontece
Com mulher 
carinhosa e quente
Se a gente der bobeira e 
cochilar
Vem os amigos e toma ela da 
gente

Aos amigos da onça eu devo dizer
Tá 
na cara que eles tão de olho 
nela
Eu não caio no conto do 
vigário
Eu não caio em nenhuma 
esparrela

 FERROADAS


Ferroada de ferrão dói bastante
Ferroada de 
abelha dói mais
Dói muito mais ainda a 
ferroada
De quem foi e me deixou pra 
trás

A ferroada do peixe dói pra 
valer
Como a ferroada do marimbondo 
dói
A ferroada da paixão é malvada
Esta 
paixão que meu peito 
corrói

A ferroada do escorpião também
É 
medonha e danada pra 
doer
Como a ferroada da saudade
Saudade 
que me faz sofrer

Ferroada de arraia eu ouvi dizer
Que 
dói que dá até medo na 
gente
Mas não dói mais do que a 
dor
De um grande amor ausente

E 
a ferroada do percevejo
Provoca uma coceira 
inigualada
E a ferroada da ciumeira 
dá
Uma coceira nas canelas danada

 ATRÁS DA BANANEIRA


Eu tô namorando uma menina
Tem apenas 
vinte anos de namoro
Por nossa conta vai tudo 
bem
Eu não cometo nenhum desaforo

Mas 
o pai dela pode de 
repente
Falar comigo tá na hora de 
casar
Mas há pouco tempo de namoro
Calma 
a gente deve esperar

Ela é filha de um sujeito valente
Um 
homem careca e bigodudo
Vocês precisam de ver o 
tanto
Que o velho é chato e barrigudo

Pra 
ficar livre do seu Mané
Nós namoramos atrás da 
bananeira
Lá a coisa corre bem 
solto
Lá nóis deita e rola sem dá 
bobeira

Ela fala pro veio, eu tava estudando
No 
colégio diz ela pro seu 
Mané
Sou menina eficiente e no 
fim do ano
Eu pego o diploma se Deus 
quiser

Enquanto existir a bananeira
E eu 
for competente pra 
ensinar
Ela será uma estudante nota 
dez
Se seu Mané nóis conseguir 
enganar

 COLIBRI VALENTE


A paixão incendiou o meu peito
E a 
tristeza virou carvão
E o meu colibri dourado 
saiu
Vitorioso contra o Gavião

Malvado 
gavião do bico grande
Não pôde com o colibri 
dourado
Bico pequeno lhe deu uma 
surra
Fez o gavião voar pro outro 
lado

Gavião do bico encurvado
O tal de malvado 
malfeitor
Que quis invadir o meu 
peito
E carregar pra longe o meu 
amor

Só que dentro do meu peito
Encontrou um 
colibri valente
Que botou pra fora do meu 
peito
O gavião que hoje é indigente

Eu 
vi quando saiu voando
O temido gavião predador
Não resistiu a raça do 
colibri
E fora do meu peito ele se 
mandou

Meu pequeno e corajoso beija_flor
Hoje 
do meu peito é morador
O gavião malfazejo e 
cruel
Não sei pra onde ele se 
mudou

 CRUZAMENTO DEU 
ERRADO


Eu plantei um pé de pêra junto
De um 
pé de capim mumbeca
Não deu pêra não deu 
capim
E nem a tão esperada perereca

Eu 
apostava que ia dar uma 
coisa
Que quase todo homem gosta
Mas 
nasceu foi um belo 
sapinho
Carregando capim nas 
costas

Logo veio um compadre meu
Que 
é um cara muito sapeca
Essa cruza vai ser muito 
boa
E eu quero ver a cara da 
boneca

Eu apostava que ia dar uma coisa
Que 
quase todo homem gosta
Mas nasceu foi um belo 
sapinho
Carregando capim nas 
costas

Você aí que ficou de olho crescido
Pensando 
que ia ser uma coisa boa
Ficou triste de cara 
quebrada
Pensando na bichinha da 
lagoa

Eu apostava que ia dar uma coisa
Que 
quase todo homem gosta
Mas nasceu foi um belo 
sapinho
Carregando capim nas 
costas

 FIRME NO PEDAÇO


Alô moçada vou contar pra vocês
Porque 
gosta de mim a mulherada
Eu não sou mole minha 
gente
Eu sou muito duro na parada

Quando 
a mulher me interessa
Eu dou de cima e não tem 
moleza
Mulher pra mim é presa 
fácil
Bobeou comigo ela tá na 
presa.

A mão boba corre pra todo lado
E 
não fica apenas no 
abraço
Deu bobeira a gente vai 
fundo
E apronta aquele regaço

Quando pinta um rabo de saia
Eu 
tô mais que firme no 
pedaço
Aí ela acha pano pra manga
Eu 
sou duro e vou além do 
amasso

Se alguém da cabecinha oca
Fala 
comigo em casamento
Aí então eu arranco de 
quinta
Isso não passa pelo meu 
pensamento

 SOCORRO JESUS 
CRISTO


Oh Meu bondoso Jesus Cristo
Eu lhe 
peço com todo louvor
Pro Senhor voltar aqui na 
terra
E nos prescrever palavras de 
amor

Oh Meu bom Jesus Cristo meu 
Rei
Da mensagem outrora aqui 
deixada
Que os irmãos cultivassem o 
amor
Sua palavra não valeu de 
nada

Oh Meu bom Jesus meu irmão
Se sua 
presença aqui demora
Quando o senhor aqui 
voltar
Poderá ser passado da 
hora

Oh Meu bom Jesus meu Salvador
Aqui tem 
pai matando filho
Também tem filho matando 
pai
O que era amor virou martírio

Oh 
Meu bom Jesus filho de 
Deus
O assaltante do homem é o 
terror
É também filho de Deus e 
merece
A bênção e força do nosso 
criador

Oh Meu bom Jesus, filho de Maria
Não 
deixe que aconteça 
jamais
Que seres humanos percam a 
vida
Por causa de tão poucos 
reais

 CORAÇÃO CHOROU


Noite enluarada e bonita
Céu muito pouco 
estrelado
Me acompanha cruel 
solidão
Eu fiquei tão só aqui 
abandonado

No momento em que ela se foi
A 
lua seguiu o rastro seu
A lua levou não sei pra 
onde
Todo um grande sonho meu

Não sei onde ela se escondeu
O 
certo é que meu coração 
chorou
E minha mulher tão sonhada
Notícias 
suas nunca mais mandou

Com muita clemência eu peço
Socorra 
meu coração machucado
Deus traga depressa de 
volta
Minha companheira do passado

De 
tempo em tempo a lua 
vaidosa
Faz um belo passeio pelo 
céu
E toda soberba não quer nem 
saber
Não ta nem aí se vivo de déu 
em déu

Ai lua tem piedade tem dó de 
mim
Me conta onde ela se escondeu
Onde 
foi a minha fada querida
Que tão de repente 
desapareceu

 MORENA POETISA


Nosso romance é um belo poema
Que o 
ilustre poeta inventou
Que Deus leu e achou tão 
bonito
E mais que depressa aprovou

Este 
poeta tão competente
Que este nobre poema 
escreveu
Até o santo anjo com sua 
pureza
Lá do céu aplaudiu depois 
que leu

Eu não sei se o famoso poeta
Está 
certo ou se está errado
Só garanto que nosso 
romance
Não tem intriga é amor 
abençoado

Também executou bem o seu papel
A 
graciosa e bela morena 
poetisa
Pois com ela em nosso 
romance
De outra ajuda não precisa

O 
benfazejo e criativo 
poeta
Com sua sabedoria sem igual
Fez 
de nossa vida este poema
Que a gente vive em alto 
astral

Hoje em dia nós dois vivemos
Com 
orgulho juntos nosso 
poema
Para descrever nosso romance
Para 
o poeta não existe outro 
tema.

 TROFÉU DE 
INCOMPETÊNCIA


Meu Deus sem dó eu joguei fora
A 
mulher que tanto me 
amava
Desprezei quem me deu valor
Pelo 
meu fracasso eu não 
esperava

Enquanto ela me amava loucamente
Em 
mim piamente ela 
acreditava
E eu zombava do seu amor com 
ironia
De amar com ela eu brincava

Eu 
tinha uma mulher que era 
demais
Que me trazia na palma da 
mão
E eu com a mão e punho de 
aço
Atirava pedras no seu coração

Ela 
fazia tudo pra me segurar
E 
eu não estava nem aí pra 
ela
Quanto mais dócil era comigo
Mais 
ainda eu fazia pouco 
dela

Ela deu a famosa volta por alma
Hoje 
canta feliz a sua vitória
E 
eu triste a lamentar minha 
vida
O passado e o presente sem 
glória

Eu mereço e vivo pedindo a ela
Que 
me dê com muita clemência
E 
das suas mãos generosas
O amargo troféu da 
incompetência

 QUATRO PAIXÕES


Nas aventuras que tive na vida
Por 
quatro mulheres fui 
alvejado
Eu estive bem pertinho da 
morte
Pelas quatro quase morri 
matado

Com quatro balaços no peito
Bem 
em cima do meu indefeso 
coração
Não tenho certeza quem teria 
sido
Só sei que foi alguém ligado 
à paixão

Ao mesmo tempo me apaixonei
Por 
uma graciosa pretinha
Meu coração também 
apaixonado
Por uma eletrizante 
mulatinha

Meu coração tá doidão e tá danado
Por 
causa de uma picante 
loirinha
Também ta todo enrabichado
Numa 
cabocla bem moreninha

Quando eu dei conta da situação
Aí 
as quatro ta invadindo meu 
peito
Meu Deus agora não sei o que 
fazer
Já que a paixão me pegou de 
mau jeito

Não deixo a charmosa pretinha
Porque 
seu beijo é muito quente
E não largo da mulatinha só 
porque
Seu beijo adoça a boca da 
gente.

E a loirinha eu não posso deixar
Porque 
seu beijo é diferente
E eu não desprezo a 
moreninha
Porque seu beijo é 
efervescente

 NOSSO REMÉDIO


Meu bem encoste seu ouvido
Aqui no 
meu peito cheio de amor
Querida você ouvirá meu 
coração
Batendo bem manso sem nenhum 
temor

A sua notável presença meu bem
Faz 
muito bem pro meu 
coração
Faz ele bater bem cadenciado
Ele 
não sai fora da cadência 
não

A beleza e a doçura de sua voz
Traz 
a tranquilidade pra mim
Coração não fica nervoso 
não
Eu acho a nossa vida um encanto 
assim

A sua mansidão e o seu amor 
me faz
Eu não sentir o tempo 
passar
E que seja assim por toda 
vida
Meu bem eu quero, eu quero 
lhe amar

Seu amor faz muito bem pra mim
Meu 
amor faz bastante bem pra 
você
Assim não precisamos de 
remédio
Nosso remédio é nosso bem 
querer

E assim nós dois vamos vivendo 
bem
Nossa longa paixão sem fim
Até 
quando o Senhor Deus 
quiser
E nós dois seremos felizes 
assim

 NA AREIA BRANCA DA 
PRAIA


Eram mais ou menos dez horas da 
manhã
Quando eu a vi pela primeira 
vez
Ela me olhou e sorriu pra 
mim
Me abraçou de um jeito tão 
cortês

Foi na areia branca da praia
Onde 
o povo mais se 
aglomerava
Cheia de gente de todos os 
lugares
Era ela quem mais se 
destacava

Ela tão sensual de biquini branco
Com 
sua pele morena 
contrastava
Era um amor à primeira 
vista
Alma gêmea que ali se desenhava

Ficamos 
ali falando de amor
Sob o calor de um sol 
brilhante
O mundo parecia se 
transformar
Em algo assim tão 
fascinante

Ela me disse eu vou ali e volto 
já
Deixando seus rastros na areia
Eu 
segui bem firme seus 
passos
Por mim ela virou mulher 
sereia

A morena entrou no mar e sumiu
Ela 
com as ondas do mar se 
misturou
Seus rastros na areia 
sumiram
Será que a morena no mar se 
afogou?

Dia e noite busco na terra e 
no mar
Aquela mulher que na praia 
sumiu
Ou que no fundo do mar 
desapareceu
Deixando_me num triste 
vazio

 CORRÓI DE MANSINHO


Saudade palavra pequenina
Que apenas 
sete letras tem
Vai me judiando 
devagarinho
Esta saudade que sinto de 
alguém

Saudade que às vezes me alimenta
E 
que me faz sofrer também
Vivo recordando a 
moreninha
Aquela que até hoje eu quero 
bem

Saudade que me traz um alento
Não 
é aquela saudade 
matadeira
Ela de vez em quando me 
reanima
Ao pensar na volta da 
companheira

Companheira que no passado
Não 
me deixava sentir 
saudade
Pois ela estava junto de 
mim
E eu esperava só felicidade

A 
saudade que não me mata
Mas que tanto de mim 
judia
A saudade me corrói de 
mansinho
Ao lembrar da morena toda 
hora todo dia

Ai por favor minha saudade
Traga 
ela de volta pra mim
Ou dê um final na minha 
vida
Não me deixe sofrendo assim

 CARGA PESADA 
MATADEIRA


Eu sou um velho carro de boi
Que corta 
as estradas do sertão
E este que um dia carro novo 
já foi
Deixando velhas marcas no 
estradão

Eu sou o carro que leva carga 
pesada
Puxado pela boiada da 
imaginação
E a carga que com força é 
puxada
Quem sente o peso é o 
coração

Vamos minha boiada carreira
Vai 
levando a carga do meu 
peito
É a saudade carga pesada 
matadeira
Que a boiada leva com muito 
jeito

Boiada, boiada que carreira é
Sabe 
que na subida é bem 
perigoso
Se bobear o carro volta de 
ré
Mas a boiada puxa firme e 
macioso

Boiada, boiada vamos que a saudade
É 
a carga mais pesada de se 
levar
Quem sofre é o peito com a 
saudade
De quem foi pra não voltar

A 
imaginária boiada não 
reclama
Do grande peso que vai 
levando
Coração sofre sem quantia
Saudade 
cada vez mais 
apertando

 EU, A MORENA E A 
VIOLA


Eu tenho uma estimada viola
Que eu 
não permuto por nada
E tenho uma mulher 
querida
Que por nada no mundo será 
trocada

Se encosto minha viola no peito
E 
toco pra morena bonito 
cantar
Quando aperto a menina no 
meu peito
Ela canta pra viola lhe 
acompanhar

Às vez fico até soluçando
Quando 
toco gostoso minha viola
Não temos momentos de 
tristeza
A nostalgia não tem vez e 
não tem hora

Juntando o som gostoso da viola
A 
minha voz e também a 
dela
Da uma melodia que ela me 
oferece
E eu muito delirante dedico 
a ela

Tinem as cordas da viola nossa
Nossas 
vozes fazem bonito dueto
A viola completa nossa 
melodia
Amor a ela para seu sempre 
prometo

E nós somos muito felizes
Jamais pensaremos 
em tristeza
Somos os doadores de 
alegria
E isto faz parte da nossa 
natureza

 É A TAL DE SAUDADE


Eu sinto uma coisa estranha
Que não 
me ataca por maldade
Vai corroendo de mansinho 
meu peito
Será que isto é a tal de 
saudade?

Eu sinto algo assim esquisito
Mas 
tem na essência o gosto de 
bondade
E me faz sofrer com prazer
Será 
que isto é a tal de 
saudade?

E eu com toda minha fortaleza
Vou 
penando com esta dor tão 
suave
Mas é uma dor tão diferente
Será 
que isto é a tal de 
saudade?

Em minha alma um sentimento
De sofrimento 
que não é verdade
A gente vai sofrendo sempre 
feliz
Será que isto é a tal de 
saudade?

Eu sinto uma sensação estranha
Que 
começa a me tirar da 
realidade
Parece que estou mudando de 
planeta
Será que isto é a tal de 
saudade?

Quando de repente eu encontro 
ela
Eu sinto a verdadeira felicidade
E 
quando isto toca meu 
coração
Vejo que isto é tal de 
saudade

 MALVADO RIBEIRÃO


Eu moro no espigão que fica
Situado aqui 
do lado de cá
E ela reside no outro 
espigão
Que se localiza do lado de 
lá

Entre os dois espigões existe
Um ribeirão 
que corre no meio
O pior é que o malvado do 
ribeirão
Seca e verde está sempre 
cheio

Daqui do meu terreiro dá pra 
ouvi
A doce e mansa conversa 
dela
Aí eu suspiro apaixonado ao 
ver
Ela acenando pra mim de sua 
janela

Eu quero ir na casa dela e não 
posso
Pois o ribeirão nada de 
esvaziar
E para o meu profundo 
desespero
Nem eu nem ela sabemos 
nadar

Chora morena não pare de chorar
Você 
atormentada chora do lado 
daí
Eu alucinado disparei de uma 
vez
A chorar que dá dó do lado 
daqui

Ai que vontade de beber a água
Até 
secar todo aquele 
ribeirão
Eu atravessava o ribeirão 
andando
Eu lhe buscava no meu 
coração

Com as lágrimas que derramo
O 
ribeirão enche mais 
ainda
Eu me sinto condenado ao 
fracasso
E a minha esperança 
finda

 SABIÁ MAJESTOSO


Ao pisar novamente com saudades
Naquele santo 
pedaço de chão
Onde feliz minha infância 
vivi
Não suportei, eu chorei de 
emoção

Eu procurei naqueles campos
Minha 
procura foi toda em vão
Tantos parentes que ali 
deixei
A ausência deles me cortou o 
coração

Muitos parentes foram embora
Se 
mudaram pra onde eu não 
sei
Outros já foram morar no 
céu
Onde um dia eu os encontrarei

Eu 
passei o dia recordando a 
ouvir
O inhambu cantando sempre 
macioso
Lá no bosque a juriti com 
ele duetando
E o sabiá com o seu cantar 
majestoso

O sol foi despedindo de mim
Foi 
sumindo de mansinho no 
poente
E eu me despedindo do velho 
sítio
Ele que foi meu hoje é de 
outra gente

 SOMOS DOIS 
PIRRACENTOS


Existe em nós um grande vazio
Vazio que 
castiga nós dois
Precisamos tampar esta 
lacuna
Breve sem deixar pra depois

Nós 
nos separamos sem pensar
Um vazio você fez em meu 
coração
Um grande vazio em você 
deixei
Com nossa impensada separação

Nós 
somos dois pirracentos
Um ao outro não pede 
perdão
A pirraça consome eu e 
você
A pirraça é nossa perdição

Quanto 
mais pirracento eu sou
Mais você me ama mulher 
querida
Quanto mais pirracenta você 
fica
Mais eu lhe quero mulher da 
minha vida

Pirracento eu sou pirracento
Mas 
você gosta de mim
Quanto mais pirraça você 
faz
Eu gosto de você mesmo assim

Mas 
eu não consigo viver sem 
você
Por mais pirracenta que você 
seja
E você não vive sem eu pirracento
Mais 
você me abraça e me 
beija

Amor, meu amor, meu amor
Vamos deixar a pirraça de 
lado
Vamos esquecer tudo que já 
passou
E viver a vida de um casal 
apaixonado.

 BEIJOS QUE 
ENLOUQUEM


Gosto do beijo da pretinha
Porque ele 
é muito quente
E do beijo da loirinha
Que faz muito bem pra 
gente

Gosto do beijo da mulatinha
Porque ele 
é bem diferente
Também do beijo da 
moreninha
Porque ela tem um beijo 
ardente

Cada beijo que ganho da morena
Eu 
fico todo, todo 
arrepiado
Se me beija a pretinha 
então
Eu fico por demais assanhado

Quando 
o beijo é da loirinha
Eu fico todo azucrinado
Mas quando o beijo é da 
mulata
Aí então fico amalucado

Seja qualquer uma que vier
Eu 
vou em cima, vou além do 
abraço
Eu sou firme e não dou 
moleza
Eu vou muito pra lá do 
amasso

 VIDA DE SERTANEJO


Nós moramos aqui no pé da serra
Em 
uma pequenina choupana
Bem longe do barulho e da 
poluição
Nós levamos uma vida bem 
bacana

Somos nós dois muitos felizes
As 
crianças alegram nossa 
cabana
Aqui a inveja não faz 
pausada
E a falsidade não nos 
engana

Todo dia saio cedo para o trabalho
Minha 
caboclinha não reclama
Lá eu trabalho contente o 
dia todo
Ela cuida das crianças sete 
dias na semana

Zela bem do nosso modesto casebre
Trás 
limpa nossa roupa de 
cama
Ao chegar do serviço da um 
beijo
Nas crianças e um abraço na 
Mariana

São encantadoras as criancinhas
Pois 
é de cada face que emana
O cheiro do amor inocente só 
pode
Emanar dos filhos Lucas e 
Luana

E a tardezinha cada criança se 
banha
Eu tomo banho com minha 
serrana
E após um jantar bem 
camponês
Para um belo sono Deus nos 
chama

No outro dia tudo se repete
Não 
corremos atrás da fama
Se falta alguma coisa pra 
gente
É pelo criador que a gente 
clama

 DE POETA NADA 
TENHO


Eu só tenho quem me ama na vida
Nos 
meus felizes momentos de 
poeta
Desempenho meu papel e o 
dela
Duplo papel o meu ego interpreta

Nem 
sei como explicar 
direito
Quando o competente poeta eu 
viro
Me vejo amando e me sinto 
amado
Até vivo meus momentos de 
delírio

Em poucos instantes de felicidade
A 
meu lado vejo a mulher 
magia
Dou e ganho muito amor e 
carinho
Ignoro ser uma mera fantasia

Mas 
à noite sozinho na cama
Eu vejo que não tem mesmo 
jeito
Coração bate bem descontrolado
Desatino 
toma conta do meu peito

Aí então eu deixo de ser poeta
E 
me transformo em um 
matuto
Eu sofro com a triste 
realidade
Ao me ver neste abandono 
bruto

Então me sinto neste mundo perdido
E 
o grande poeta de mim 
desapareceu
E a mulher amada não 
existe
Caio na realidade para o 
desespero meu

Eu vejo que de poeta eu nada 
tenho
E não passo de um menino 
pidão
Que pede sem saber se vai 
ganhar
Sequer um aperto de mão

 GARÇA FUJONA


Garça branca bateu asas e voou
Foi 
pousar em outra lagoa
Minha garça morena asas 
bateu
E com outro foi viver numa 
boa

Garça branca eu não sei qual 
a lagoa
Que agora ela está morando
Aquela 
garça fujona eu sei
Um outro homem ela está 
amando


Garça branca trocou de lagoa
À procura 
certa de peixe bão
Minha garça morena foi 
embora
Hoje habita outro coração

Garça 
branca eu não sei qual 
lagoa
Que agora ela está morando
Aquela 
garça fujona eu sei
Um outro homem ela está 
amando

Garça branca e garça morena
Despediram 
da velha lagoa e de mim
Eu fiquei aqui triste e 
abandonado
É que o meu destino foi 
traçado assim

Garça branca eu não sei qual 
a lagoa
Que agora ela está morando
Aquela 
garça fujona eu sei
Um outro homem ela está 
amando

 MINHA QUERIDA 
PROFESSORA


Linda professora me ensinou
O seu 
belo nome soletrar
Professora ficou 
orgulhosa
Ao ver seu bonito nome 
pronunciar

Minha querida professora
Me ensinou, me ensinou o B, 
A BA
Sou burro não aprendi a 
ler
Sou burro nada aprendi a lhe 
amar

Formosa mestra me ensinou
Tantas coisas 
boas, só algumas aprendi
Pronunciar seu nome e lhe 
amar
Eu juro que nunca mais esqueci

Minha 
querida professora
Me ensinou, me ensinou o B, 
A BA
Sou burro não aprendi a 
ler
Sou burro nada aprendi a lhe 
amar

Outra coisa que também aprendi
Foi 
lhe querer por toda a 
vida
Ter você pra mim para sempre
No 
meu coração minha 
querida

Minha querida professora
Me ensinou, me ensinou o B, 
A BA
Sou burro não aprendi a 
ler
Sou burro nada aprendi a lhe 
amar

Como será que ela se chama
Ela se 
chama, ela se chama
Eu aprendi, eu aprendi a 
decifrar
O seu nome é Amara a mulher 
que me ama

Minha querida professora
Me ensinou, me ensinou o B, 
A BA
Sou burro não aprendi a 
ler
Sou burro nada aprendi a lhe 
amar

 DOIS BAIANOS E UM COCO 
SÓ

Eram dois baianos que gostavam
Tanto de 
coco que até fazia dó
Eles não aceitavam dividir o 
coco
Eram dois baianos e um coco 
só

Zeferino jurava por todos os 
santos
Esse coco é meu, é meu esse 
coco
E o Severino bradava pra 
todo canto
Sem esse coco eu acabo 
ficando louco

Cada baiano contratou um advogado
Pra 
ver quem no coco tinha 
direito
Os advogados acharam logo 
uma solução
Para advogado tudo tem um 
jeito

Os advogados fizeram a eles 
uma proposta
Esta vai ser uma sabia 
solução
Vamos fazer um doce desse 
coco
Os baianos acharam muito 
bão

Fizeram então o doce no capricho
Que 
ficou danado de gostoso
Os advogados comeram o doce 
todo
Nada sobrou pra cada baiano 
teimoso

Acabou_se a confusão dos baianos
Cada 
um seguiu o seu caminho
E os advogados saíram 
contentes
Os dois até hoje estão rindo 
sozinho

 A CODORNINHA

Pia, pia macioso a codorninha
O 
seu piar ecoa campo a 
fora
Ela pia bem triste e suplicante
Porque 
seu companheiro foi 
embora

À tarde a gente ouve a codorninha
Piando 
solitária lá na campina
Até parece estar chamando 
alguém
Para contar que sua vida 
entrou em ruína

Com a partida do seu parceiro
Parece 
que ela pia chamando
Seu companheiro de volta mas 
ele
Não ouve ou se ouve não tá 
nem ligando

De manhã pia pesarosa a codorninha
Manifestando 
estar bem magoada
O seu manifesto é muito 
pesaroso
Pois o seu amor é coisa 
fracassada

Vai piando codorninha vai piando
Este 
seu piar é triste e 
lamentoso
Chamando aquele que foi 
embora
Este chamamento inglório e 
doloroso

Como vive sofrendo sozinha
A 
codorninha sofredora e 
solitária
Nem seu capim de campo tem 
mais
O campo foi invadido pela 
braquiária

O final de sua vida será bem 
triste
Minha camponesa amiga 
codorninha
Com este seu piado 
lamentoso
Tristeza que contamina a 
vida minha

 TARDE DEMAIS


Você diz que não me quer
Mas do meu colo você não 
sai
Me repudia e me maltrada
Nossa vida assim não vai

Você fazendo pouco de mim
Mas 
não deixa o meu colo
Porque nos seus momentos de 
fracasso
Sou eu quem lhe consolo

No vai e vem que o destino traz
Você 
nunca, nunca esperava
Que o jogo pudesse virar
Com a reviravolta você não 
contava

Vê se aprende a compreender
Que nas 
voltas que o mundo dá
Hoje você esta por cima
Amanhã por baixo estará

Tome cuidado linda moreninha
Hoje 
o desprezo você me dá
Amanhã lhe dou o desprezo 
eu
E a dor do desprezo sentirá

Aí 
será tarde para se 
arrepender
Será tarde, tarde demais
Não precisa pedir o meu 
perdão
Porque lhe perdoarei jamais

 UMA TAL DE 
FULANINHA


Eu tenho um pedacinho de chão
E muito 
pouco é uma migalha de 
terra
Mais ao fundo corre um 
regato
Que brota logo ali no pé da 
serra

Fiz um rancho bem pequenino
De pau_a_pique 
e coberto de sapê
Comprei uns trastes bem 
baratinhos
Só o necessário para gente 
viver

Levei pra me fazer companhia
Uma morena, 
uma tal de fulaninha
Eu não conto o nome dela 
porque
Tenho ciúmes da minha 
princesinha

Ela é o meu xodó e ninguém põe 
a mão
Porque do meu lar ela é a 
rainha
Ficando enciumado até da lua 
quando
Toca nos cabelos da caboclinha

Tenho 
suas vaquinhas uma parida
A 
outra solteira com 
certeza
Que não faltará o leite todo 
dia
Na nossa singela e abençoada 
mesa

Bem pertinho do terreiro
Tem um frondoso e lindo pé 
de ipê
Quando ele se veste de 
amarelo
Abelhas nas flores é bonito 
de se vê

Levei pra me fazer companhia
Uma 
morena, uma tal de 
fulaninha
Eu não conto o nome dela 
porque
Tenho ciúmes da minha 
princesinha

Ela é o meu xodó e ninguém põe 
a mão
Porque do meu lar ela é a 
rainha
Ficando enciumado até da lua 
quando
Toca nos cabelos da caboclinha

 MULHER REBELDE

Seu jeito truculento de ser
Não 
leva você a sucesso 
nenhum
Com sua revolta sem fim
Não entrará em coração 
algum

Você vai descendo ladeira abaixo
Quando 
magoa um coração
Você se sente orgulhosa
Mergulha num mar de 
solidão

Seu coração cheio de crueldade
Cultiva 
a semente da rebeldia
Não abriga em outro 
coração
É alma perdida na noite 
fria

Quanto mais maldade você faz
Mais 
sente sua alma enfurecida
E 
o remorso tomando conta de 
você
Você não passa de uma alma 
ferida

Esta sua maneira de ser
Não existe, no coração de 
ninguém
Com este seu coração de 
aço
E sua alma com certeza também

Vai 
embora pra outras 
passagens
Sai bem depressa fora de 
mim
Siga o caminho da grosseria
Não 
quero ver o seu triste 
fim

 HISTORIA DE AMOR


Tão logo nós nos conhecemos
Iniciamos uma 
batalha santa
Visando construir nosso 
mundo
Algo tão bonito que nos 
encanta

Embevecidos com tanto amor
Nossa 
vida é feita de ternura e 
beijos
Presentes em nossas almas
Para 
matar os nossos desejos

Juramos no altar de Deus
Não dar ouvidos às 
intrigas
Deixa para traz os invejosos
O 
ódio e as malditas 
brigas

A partir daquele momento
Vivemos a verdadeira vida a 
dois
Se podemos nos amar no presente
Porque 
deixar para depois

Seremos de corpo e alma um do 
outro
Vivendo um amor de lealdade
Um 
amor somente de certezas
Num mundo de pura 
verdade

Passamos a viver de doces ilusões
E 
nossos corações vivendo um 
só calor
Duas vidas num só coração
Batendo 
com todo esplendor

Dois abraços e um só gemido
Que 
damos com um infinito 
valor
E assim vamos escrevendo
Nossa gloriosa história de 
amor

 A MORTE VIDA NÃO 
TIRA


A morte vida não tira
Apenas transporta vida
Deste para outro mundo
Onde teremos eterna 
guarida

Faça neste mundo tão bonito
Sempre 
o bem sem olhar a quem
Que mais cedo ou mais 
tarde
A sua recompensa com certeza 
vem

Se alguém cometer contra você
Alguma 
maldade, algum delito
Eleve seu pensamento a 
Deus
Ele o perdoará lá do infinito

Somente 
Deus pode perdoar
Nós devemos pedir perdão
E fazer com que o ser 
humano
Passe a ter um bom coração

A 
morte é o ponto de 
encontro
Entre todos os seres 
humanos
Porque quando ela chega
Chegamos a onde nunca 
imaginamos

Quando do pó saímos para seguir
Pelo 
caminho que Deus guiar
Cada um voltar ao pó de onde 
veio
É na morte que vamos encontrar

 VIOLA, PEDAÇO DE 
MADEIRA


Viola que um dia foi retirada
Do tronco 
de um pinheiro
Hoje suas cordas soam 
gostoso
Nos braços de um caboclo 
matreiro

Pedaço de madeira foi trabalhado
Pelas 
mãos de um fabricante 
violeiro
E hoje nas mãos desse 
violeiro tocador
Manda o som pro mundo 
inteiro

Viola minha apaixonada viola
Que 
conheceu o sertão 
primeiro
Depois alcançou também a 
cidade
Para o encanto do povo 
brasileiro

Viola nas noite escuras ou enluaradas
Eu 
toco você aqui no 
terreiro
Até altas horas da madrugada
Quando 
o galo já canta lá no 
poleiro

Viola que um dia nasceu no Paraná
E 
hoje acompanha este 
seresteiro
O seu som penetrante e a 
minha voz
Ecoam por este Brasil 
altaneiro

Viola que um dia nasceu no Paraná
E 
hoje acompanha este 
seresteiro
O seu som penetrante e minha 
voz
Ecoam por este Brasil altaneiro

 GARIZINHA


Minha linda e graciosa garizinha
Com galhardia 
varre as ruas da cidade
É prazeroso a gente ver 
você
No seu trabalho com vaidade

Você 
com sua rude vassoura
Minha estima garizinha
Com zelo excuta seu 
trabalho
Linda gari, bela menininha

Eu 
quero contar pra você 
que
Com sua beleza eu até me 
atrapalho
Na sua humildade você chega 
a pensar
Ser escrava do seu trabalho

Você 
me prendeu com seu jeito de 
ser
Gari sua vassoura manejando
Como 
se fosse uma pena de 
ouro
No nobre papel de linho 
deslizando

Minha gari com sua meiguice
Com 
seu jeito da vassoura 
operar
Você conquistou meu coração
Pra 
sempre garizinha eu quero te 
amar

Com sua vassoura cheia de magia
Varreu 
a sujeira do meu coração
E resolveu cultivar com 
carinho
No meu peito o amor e a 
paixão

 MEU PAI QUERIDO


Aquele senhor queimado pelo sol
Que 
viam analfabeto e de pés no 
chão
Todo dia indo para o trabalho
Deixando 
rastros pelo sertão

Na verdade nunca foi à escola
Mas 
era doutor em suas 
decisões
Era firme era um homem 
resoluto
Na hora de emitir suas 
opiniões

Olha vocês não sabem mas
Aquele senhor era meu pai 
querido
Há muito tempo Deus o levou 
de mim
E hoje ele não sai do meu 
sentido

Lembro das palmas de suas mãos
Calejadas 
pelo cabo da enxada
Do seu rosto banhado de 
suor
E da terra por ele desbravada

Sempre 
tinha uma palavra amiga
Para com carinho me 
aconselhar
Sempre não faltava o pulso 
firme
E um bom exemplo pra me 
dar

E assim me educou com muito apego
Da 
maneira que ele muito bem 
sabia
Hoje me sinto um homem 
honrado
E sou feliz toda hora todo o 
dia

A minha felicidade se completará
Porque sei 
que me espera lá no céu
Num lugar eterno junto de 
Deus
Ali viveremos sob seu sagrado 
véu

 PITANGUEIRA 
CENTENÁRIA


Cansado de tanto viver
Minha vida citadina
Não aguento mais tanto 
sufoco
Quase que o desespero me 
domina

Foi quando então decidi
Voltar ao meu velho 
torrão
Onde vivi até os meus vinte 
anos
No meio daquele querido 
sertão

Lá chegando eu pude rever
A 
casinha caída no meio 
mato
E a água clarinha correndo
No 
leito do manso regato

Na capoeira ainda pude ouvir
O 
cantar da juriti e da 
saracura
E no quintal todo abandonado
O 
pé de jasmim de beleza 
pura

O velho monjolo e o pilão
Onde eu 
socava paçoca e arroz
Que era comida com 
feijão

O velho paiol ainda de pé
E 
bem estragado o velho 
chiqueiro
Virou um puro matagal
O que outrora foi um 
mangueiro

E vi com muita tristeza
Aquela pitangueira centenária
Dela 
chupei milhares frutas
Estava caída no meio 
braquiária

 SÓ ME FALTA UMA 
CABOCLA


Moro num pedacinho de terra
Aqui sozinho 
no meio do sertão
Junto dos bichos e da 
passarada
O clima me faz bem pro 
coração

Eu aprecio com espanto tanta 
beleza
Vendo tatus, coelhos e 
capivaras
Pacas, cutias, trocais e 
saracuras
Papagaios, juritis e as 
araras

Todas as tardes eu paro para 
observar
E sempre, sempre contemplando
A 
orquestra desafinada da 
passarada
Lá no bambuzal eles vão 
cantando

O cantar tristonho do urutau
Me 
desperta bem de 
madrugada
De manhã o cantar triste da 
juriti
Parece ter pena de mim a 
pobre e coitada

Passo o dia inteiro no trabalho
Ouvindo 
o fofoqueiro bem_te_vi
Ele é testemunha ocular
Da vida trabalhosa que vivo 
aqui

E quando vai escurecendo
Vem surgindo o clarão da 
lua
Eu tomo um banho de bacia
E 
vou pro terreiro ver a 
beleza sua

Só me falta ainda uma cabocla
Para 
me fazer companhia
Mais ainda vai aparecer
E eu serei mais feliz um 
dia

 O FAMOSO NEGATIVO


Ele é o famoso violeiro
Que nunca na vida tocou 
viola
Ele é um cabloco muito 
forte
Que a fraqueza sem dó lhe 
devora

Ele é o cara trabalhador
Que a preguiça degola
Ele é o cabra muito 
viajado
Que nunca saiu a porta pra 
fora

Ele é o homem mais amado
Que com clemência o amor 
implora
Ele é o cara que ainda não 
veio
E já está doido pra ir embora

Ele 
é o sujeito bom de 
baralho
Que não conhece o AZ de 
copa
Ele é o sujeito muito valente
Que 
nenhuma briga ele topa

Ele é o sujeito verdadeiro
Que 
da mentira ele muito 
gosta
Ele é o genro trabalhador
Que 
o sogro carrega nas 
costas

Ele é um grandioso sanfoneiro
Que sanfona 
nunca, nunca tocou
Ele é um grande pescador
Que nenhum peixe nunca 
pescou

Ele é o homem bom de tudo
Que 
tudo ele não faz nada
E por isso ele é o famoso 
negativo
Ele vive numa pindaíba 
danada

 NO FUNDINHO DO 
BURACO


Eu não sei mesmo o que fazer
Com tanta 
mulher desocupada
Que preocupa sempre 
comigo
Dizem por ai que eu não tô 
com nada

Elas falam que tô perrengue
Que 
tô ficando velho, tô ficando 
fraco
Mas eu vivo tropicando nos 
barrancos
Pra chegar no fundinho do 
buraco

Algumas até chegam a dizer
Que 
sou um velho até 
aposentado
Que não dou conta de mais 
nada
E que só vivo de casos do 
passado

Elas falam que tô perrengue
Que tô 
ficando velho, tô ficando 
fraco
Mas eu vivo tropicando nos 
barrancos
Pra chegar no fundinho do 
buraco

Elas me veem a noite inteira
Todo 
assanhado dançando no 
forró
Dizem que sou galo que 
cantava corococoó
E que hoje faço apenas 
coó

Elas falam que tô perrengue
Que tô 
ficando velho, tô ficando 
fraco
Mas eu vivo tropicando nos 
barrancos
Pra chegar no fundinho do 
buraco

Até andaram falando por aí
Que 
eu sou um galo capão
Que só serve pra criar 
pinto
E que eu não sou mais galo 
não

Elas falam que tô perrengue
Que tô 
ficando velho, tô ficando 
fraco
Mas eu vivo tropicando nos 
barrancos
Pra chegar no fundinho do 
buraco

 UMA FESTA PARA DUAS 
GERAÇÕES


Nós veremos que festa bonita
Que com 
certeza vai acontecer
Em um lugar entre o céu e a 
terra
E que ninguém poderá perder.

Vai 
ter viola, vai ter viola e 
sanfona.
Vai ter violonistas e 
sanfoneiros,
E pra esquentar mais a 
festança
Também não faltarão os 
violeiros.

Teremos dentre outros convidados,
Praião, 
Prainha e Rezendinho
Silveira e Silveirinha, Luiz 
Conceição
Mococa, Moraci, Cèsar e 
Paulinho.

Tonico, Tinoco. Zilo e Zalo
Vieira 
e Vieirinha. Tibagi e 
Miltinho
Liu e Léo. Torres e 
Florêncio
Myk e Lian. Tião Carreiro e 
Pardinho.

Zé Fortuna e Pitangueira e Zé 
do Fole,
PEdroBEnto e Zé da Estrada e 
Celinho.
Chico Rei e Paraná. Vadico E 
Vadoca
Gino e Geno, Zé Carreiro e 
Carreirinho.

Chitãozinho e Xororó. Cascatinha 
e Inhana.
Rio Negro e Solimões. 
Roberto e Meirinho,
Zezé di Camargo e Luciano, 
Sulino e 
Marrueiro,
Gilberto e Gilmar. Craveiro 
e Cravinho.

Caçula e Marinheiro. Nonô e 
Noná
Luizinho, Limeira e Zezinha
André 
e Andrade, Lourenço e 
Lourival
Creone e Barrerito. 
Mangabinha.

 TRISTE É O MEU 
DESTINO


Triste, triste é o meu destino
Chuva muito 
forte e ventania
Bateu de frente com minha 
vida
Cometeu, cometeu comigo uma 
cruel tirania.

O vento forte bateu, bateu
No 
meu pobre coração.
Meu coração entrou em 
turbulência
Jogou fora meu amor no 
chão.

A água forte da chuva
O meu peito inundou
Sem lugar para ficar
O meu amor se mudou.

O vento forte bateu, bateu
No 
meu pobre coração.
Meu coração em 
turbulência
Jogou fora meu amor no 
chão.

Chuva e vento muito fortes
Arruinaram para 
sempre minha vida
Eu fiquei aqui sozinho
Sem querer, você fez sua 
despedida.

O vento forte bateu, bateu
No 
meu pobre coração.
Meu coração em 
turbulência
Jogou fora meu amor no 
chão.

A chuva muito forte
Formou uma enorme 
enxurrada
Que foi parar dentro do 
rio
E lavou os rastros da mulher 
amada.

O vento forte bateu, bateu
No 
meu pobre coração.
Meu coração em 
turbulência
Jogou fora meu amor no 
chão.

 TRANSPIRO O CHEIRO DE 
MATO


Eu sou caboclo sertanejo
Transpiro o cheiro de 
mato
E bebo água cristalina
Que corre mansa no 
regato.

Sou caboclo de muita fé
Sou caboclo muito 
lutador,
Com a enxada desbravo a 
terra
Abençoada por Nosso Senhor.

Sou 
caboclo que goza de 
valentia
Mas na vida nunca briguei
Minha 
braveza é no cabo da 
ferramenta,
Tarefa difícil nunca 
encontrei.

Debaixo do sol ou da chuva,
Fazendo 
frio ou fazendo calor
Eu sempre molhei os 
panos
Com meu sagrado suor.

Eu tomo banho toda tardezinha
No 
riacho de água azul
Para refrescar a pele 
queimada
Na água que corre do norte 
para o sul.

Eu não conheço tal de bebida
Eu 
gosto mesmo é de torresmo 
com mandioca
Gosto de um cigarrinho de 
palha
Que é para afugentar as 
muriçocas.

A minha luz é de candeia e lamparina
Que 
ilumina a casa inteira
E para iluminar a minha 
vida
É a Senhora Aparecida, nossa 
padroeira.

 UMA CASINHA DE 
SAPÊ


Eu tenho com muito carinho
Uma casinha de 
sapê
È a vida que levo aqui, 
satisfeitinho
E você que vier aqui, poderá 
ver.

Tenho umas galinhas no terreiro
E 
também um galo carijó
Tenho também uns porquinhos 
no chiqueiro
E uma mulher amada. ali não 
vivo só.

A gente vive naquele lugarzinho
Feliz, 
graças a Deus e Nossa 
Senhora.
Também temos o cantar dos 
passarinhos
Que nos acorda ao romper de 
cada aurora.

Todo dia no terreiro tem
Passarinhos pra comer do 
arroz a canjiquinha.
Ela pode atrasar um pouco, 
mas logo vem
Sempre arisca e desconfiada, 
a codorninha.

E nunca faltam os canarinhos 
da terra
O tico_tico, sabiá, saracura 
e juriti
Parece que a felicidade ali 
se encerra
Parece sonho tudo isso que 
vejo aqui.

Quando vai dando de escurecer
Lá 
no bosque, o inhambu canta 
dobrado
Parece que a passarada está 
enlouquecendo
Lá no bambuzal faz um 
barulhão danado.

Todos dormem apadrinhados pela 
lua
Só se ouve o soprar do vento 
na floresta
Parece até que a noite é 
toda sua
No outro dia a passarada 
fazendo a festa.

 EU ESTAVA TÃO 
FELIZ


Eu estava tão feliz junto dela
Em 
um lugar tão bonito na 
praia
Deliciando as belezas da 
vida com ela
Nada nesse mundo que me 
atrapaia.

Eu olhava seus olhos, bem no 
fundo
Não via nada que ofuscasse o 
nosso futuro
Nem o temeroso resto do 
mundo
E que fizesse a gente ficar 
inseguro.

Mas num lampejo tão repentino
Misteriosamente 
ela de mim desapareceu
Veja o que fez comigo o 
cruel destino
Jogou por água abaixo todo 
um sonho meu.

Nunca mais eu vi aquela linda 
mulher
Procurei nas praias do mundo 
inteiro
Nem os seus rastros na areia 
eu vi sequer
Sinais de quem foi o meu 
amor primeiro.

Afadigado pela procura em vão
Em 
terras aqui ao nível do 
mar
Com toda a força que tenho 
no coração
O pico do Everest eu resolvi 
galgar.

Pra ver se de lá de cima eu 
via
Minha princesa encantada
Mas impossível é o que 
parecia
Encontrar a mulher amada.

Resolvi 
atravessar o deserto do 
Saara
Vi naquela imensidão de 
ruína
A distância que nos separa
Sua 
ausência é o que mais me 
desatina.

 AINDA QUERO VOCÊ


Te quero no meu cantinho
Bem no meu cantinho da minha 
cama
Ao dizer bem baixinho:
Sou a mulher que ainda te 
ama.

Eu ainda te quero, meu amor
Bem 
apertadinha em meus 
braços.
Por nada nesse mundo eu me 
desespero
Quero ser o o dono dos teus 
abraços.

Ainda quero teus beijos
De um amor que não é 
fracassado.
Quero matar meus loucos 
desejos
E ter meus anseios saciados.

Ainda 
te quero, linda mulher
Do meu coração, juntinho de 
mim
Quero viver com você como 
Deus quiser
A felicidade do amor sem 
fim.

Ainda te quero, oh rosa morena
A 
embelezar meu jardim
Tu será minha flor 
pequena
E eu serei teu jasmim.

Ainda te quero, meu favo de 
mel
Para adoçar minha boca
Tu terás o meu amor fiel
E eu te amarei, coisinha 
louca.

Te quero por toda a vida
Por toda a eternidade
Seremos duas almas 
unidas
Nunca saberemos o que é 
saudade.

 AS BELEZAS QUE O MUNDO 
TEM


São meus olhos que vêem
É o meu coração que 
sente
São as belezas que o mundo 
tem
Que encanta nossa gente.

Galo cantando no poleiro
Siriema gorjeando no 
cerrado
Curió, belo pássaro brejeiro
De 
madrugada saracura no 
banhado.

Juriti duetando com o sabiá
O 
piar do inhambu lá na 
palhada
Levando cobra no bico, lá 
vai o carcar´
Carregando o papá para a 
filhotada.

De madrugada canta triste
A 
fêmea do urutau na cabeça 
toco
Debaixo dela, com certeza 
existe
Um filhotinho, se ela faz o 
choco.

Voando passa bem lenta
Toda bonita e garbosa a 
acauã
É de admirar o seu talento
Cortando 
o céu do Brasil toda 
manhã.

E nas tardes quentes de verão
VÊ 
garça branca voando 
caracol
São as belezas do meu 
sertão
Não importa o bravo calor do 
sol.

Quando chegam as noites de verão
Os 
pirilampos acendem seus 
faróis
Clareiam noites sem lua com 
perfeição
Dá gosto a gente ver os 
bichinhos em 
caracóis.

 CORAÇÃO ROXO DE 
PAIXÃO


Eu trago em minha face
Um belo e largo sorriso
Que é para conquistar uma 
mulher
De quem eu tanto preciso.

Eu 
tenho em meu peito 
dolorido
Um coração roxo de paixão.
Que 
bate o ano inteiro sem 
parar
Ai, como doem as batidas em 
vão.

Já não sei mais o que fazer
Vivendo 
sufocado por essa 
saudade,
Pois tu nem te lembras de 
mim
E eu vivo domado pela infelicidade.

Eu 
não suporto mais viver
Mergulhado nessa 
solidão,
Tu vives em outros braços
E 
eu cheio da mais pura 
desilusão.

Esse homem que diz te amar
Com 
toda força de tua alma
Na verdade, vive com 
outra
No entanto, tu aceitas com 
toda calma.

Meu amor por ti, não acaba
Meu 
amor, eu sou louco por 
ti
Mesmo se tu viras as costas 
para mim
Eu finjo que não vi.

Eu te peço, pelo amor de Deus
Dá 
valor a este homem que te 
ama
Vem viver nos meu braços
Pois o teu amor, meu coração 
reclama.

 CORAÇÃO FLORIDO


Eu tenho em meu coração
Uma bela e frondosa 
roseira
Donde desabrocha todas as 
manhãs
Uma rosa toda faceira.

Tenho do lado esquerdo do peito
Um 
coração todo florido
Meu peito é mansão 
aconchegante
Pro meu amor morar 
descontraído.

Não é ciúme, não é nada, não
Apenas 
reservo um lugar
Onde somente ela vive
Em Castelo onde que ela pode 
galgar.

Aquele pé de rosa que aqui existe
É 
regado pelo amor que tenho 
nela
Não morreremos nós três
Porque nós dois vivemos ao 
lado dela.

Eu e minha linda donzela
Viveremos juntos do meu pé 
de rosa,
Curtiremos a poesia do 
amor
Cantando em versos e prosa.

Seja 
lá do céu ou aqui da 
terra
Seja aqui na terra ou seja 
lá no céu
Estamos vivos, juntos de 
Deus
Cobertos com o sagrado véu.

 MENINA MOÇA, MENINA 
MOCINHA


Menina moça, menina mocinha
Começa a 
abandonar os brinquedos
Já encostou no canto sua 
bonequinha
Usando falsa aliança no seu 
dedo.

É o amor rondando seu coração
Logo 
vem o primeiro namorado,
Começa a sentir o que é 
paixão
E o o coração começa a bater 
acelerado.

Menina moça, menina mocinha
Começa 
a abandonar os 
brinquedos
Já encostou no canto sua 
bonequinha
Usando falsa aliança no seu 
dedo.

Põe um short bem curtinho
E uma 
blusinha bem decotada
Deixando de fora os 
peitinhos
Começa a interessar a 
rapaziada.

Menina moça, menina mocinha
Começa 
a abandonar os 
brinquedos
Já encostou no canto sua 
bonequinha
Usando falsa aliança no seu 
dedo.

Ela olha no espelho e se acha 
formosa
Ela rebola pela cidade a 
fora
Até parece uma rainha poderosa
Que 
se apresenta ao romper da 
aurora.

Menina moça, menina mocinha
Começa 
a abandonar os 
brinquedos
Já encostou no canto sua 
bonequinha
Usando falsa aliança no seu 
dedo.

 CHEGA DE TANTO 
SOFRER


Chega de tanto sofrer
Tá adiantando muito pouco 
lamentar
A minha vida tem sido 
padecer
Meu destino tem sido 
chorar.

A minha vida tem sido remoer
Este 
sofrimento sem parar
Tanta judiação em meu 
viver
Até quando a morte chegar.

Tudo 
que ela me pede para eu 
fazer
Eu faço sem ela implorar
Pois ela tem que 
perceber
Que eu nasci para lhe 
amar.

É coisa que a gente não vê
Ela 
com vontade de chorar
É coisa que a gente vê 
você
Você, de felicidade, soluçar.

Coisa 
que neste mundo eu quero 
ver
Você com os olhos a brilhar
NA 
esperança do seu amor eu 
querer crer
E poder eternamente 
acreditar.

Sou escravo do seu amor sem 
merecer
Este amor que me faz 
apaixonar
Este amor que me faz 
embevecer
Este amor que me faz 
alucinar.

Este coração dolorido apaixonado
E 
esta paixão que tanto me 
desespera
Me deixa louco e totalmente 
alucinado
Coração tá nervoso que nem 
uma fera.

 UM ALERTA À 
NATUREZA


Eu lhe peço, meu Deus
Imploro a tomar sérias 
providências
Para que a humanidade não se 
destrua
Eu suplico com muita 
clemência.

Do jeito que vão as coisas
O 
ser humano vai 
desaparecer
No meio de tantas ruínas
O homem não terá como 
viver.

As florestas estão acabando
Os passarinho 
e a bicharada 
desaparecendo
Pois não têm mais o que 
comer
Pela crueldade humana estão 
morrendo.

Os rios que outrora eram cheios 
d’água
Nos seus leitos hoje só se 
vê poeira
O homem com as mãos 
destruidoras
Acabando com a fauna e a 
flora brasileira.

Aonde se viam matas floridas
E 
no meio delas, passarinhos 
cantando
A gente vê uma terra triste 
e fracassada
A bicharada, pobre coitada, 
agonizando.

Ai, como é triste e como dói 
o coração
Onde era o sertão coberto 
pela lua
Até o luar que era muito 
bonito
Hoje cobre, com pesar, a 
terra nua.

Eu lhe peço perdão, meu Deus
Imploro 
a tomar sérias 
providências
Para que a humanidade não se 
destrua
Eu suplico com muita 
clemência.

 FINAL DE OUTONO


Você tinha quatorze anos
Eu lhe dei uma boneca de 
lembrança
Dezesseis anos eu tinha 
quando
Você me beijou com esperança.

O 
tempo passou depressa
E chegou a primavera na 
nossa vida
Começamos a falar de 
amor
Eu já era seu bem e você 
minha querida.

Tão depressa passou a primavera
Veio 
brotando todo quente
O verão com um calor que 
tornava
Nosso amor cada vez mais 
eloquente.

Sem muito tempo para esperar
O 
outono logo, logo chegou
Trazendo ainda mais 
alegria
Com o crescimento do nosso 
amor.

Final de outono começa o inverno
Nós 
ficamos noivos, então
Unindo nossas vidas, 
fizemos
Do inverno, no eterno 
verão.

Nunca, nunca mais sentimos
No inverno 
o frio castigante
Pois onde existe tanto 
amor
A brava geada se torna inoperante.

E 
assim vamos vivendo
Nossos corações em um só 
pulsar,
Soltaremos um só gemido
Ao, com muita força, nos 
abraçar.

 MEU CURIÓ 
BRASILEIRO


Canta, canta bem alegre
Meu lindo curió brejeiro
Canta curió com sua 
maestria
Alegrando o sertanejo 
brasileiro.

Se cantar é majestoso
La no meio do pantanal
Se cantar é bem singular
Não tem outro que canta 
igual.

Com sua amada fazem seu ninho
No 
pé da Canabrava ou na cova 
do arrozal
E fica bem protegido da 
enchente
E também do bravio vendaval.

Seu 
cantar é majestoso
Lá no meio do pantanal
Seu cantar é bem 
singular
Não tem outro que canta 
igual.

Ao meu curió, meu querido curió
Você 
vive cantando alegrando a 
natureza
E vive estudando como rei do 
pantanal
Toda a sua exuberante 
beleza.

Seu cantar é majestoso
Lá no meio do pantanal
Seu cantar é bem 
singular
Não tem outro que canta 
igual.

Ai, ai, meu belo curió
Trago o seu cantar no 
coração
Seu cantar irradia toda 
beleza
E a singeleza do meu sertão.

Seu 
cantar é majestoso
Lá no meio do pantanal
Seu cantar é bem 
singular
Não tem outro que canta 
igual.

 EU SOU UM POBRE 
PATETA


Se você gosta de mim
Pensando que sou poeta
Está muito enganada
Eu sou um pobre poeta

Que vive dando trabalho
Ao papel e a caneta
Vivo rabiscando o papel
Para ver se ganho uma 
gorjeta.

Quando eu olho para você
Com esta carinha de 
santa
Eu fico muito alucinado
E o meu ego se levanta.

Me dá vontade de ser poeta
Mas 
me falta a tal da 
inspiração
E caio na triste realidade
E 
não consigo falar nas coisas 
do coração.

Ao ver você assim tão bonita
A 
coisa mais bela deste 
mundo
Eu perco o rumo da vida
Eu entro num soluço 
profundo.

E então eu odeio a mim mesmo
Pego 
a minha caneta e jogo 
fora
E rasgo a minha folha de 
papel
E a vontade de escrever vai 
embora.

Mas eu não sou um pateta vagabundo
Do 
nosso amor eu fiz poesia
E assim eu ou um pateta 
feliz
Para nossa eterna alegria.

 COISAS ABSURDAS


Quantas coisas absurdas
Que eu já fiz para você
Você pediu e eu fiz um 
calango virar um jacaré
Parece mentira mas eu fiz 
acontecer.

Quem acredita no amor
De duvidar não é capaz
Pois se duvidar o castigo 
vem
Mentir eu não minto, sou bom 
rapaz.

Outra coisa que fiz para lhe 
atender
Foi tirar mil litros de mel 
de jataí
Em uma só colmeia, pode 
crer
E eu não preciso mentir.

Quem acredita no amor
De duvidar não é capaz
Se duvidar, o castigo 
vem
Mentir eu não minto, sou um 
bom rapaz.

E comprei para você com satisfação
Uma 
vaca que dava queijo 
curado
Parecia coisa de outro 
mundo, mas não é
Um dia dava queijo, outro 
dava melado.

Quem acredita no amor
De duvidar não é capaz
Se duvidar, o castigo 
vem
Mentir eu não minto, sou um 
bom rapaz.

Eu fiz uma lagartixa engolir 
um elefante
E é pura verdade, não é 
mentira, não
Foi questão de cinco 
minutos
Ela já tinha feito a 
digestão.

Quem acredita no amor
De duvidar não é capaz
Se duvidar, o castigo 
vem
Mentir eu não minto, sou um 
bom rapaz.

 QUEM ME DERA


Por que será que não é meu
Esse seu 
fascinante sorriso
Assim eu viveria a vida 
inteira
Parecendo estar num paraíso.

Quem 
me dera fosse meu
Este seu rosto 
fascinante
Eu viveria neste meu 
fascínio
Como a estrela d’Alva no céu 
brilhante.

Como eu queria que esse corpinho 
seu
Fosse todinho para mim
A minha vida seria um 
verdadeiro delírio
Queria ser feliz assim.

Mas se esses seus olhos verdes
Fossem 
eternamente meus
Eu ficaria só olhando para 
você
E eu via minha esperança nos 
olhos seus.

Eu queria ser o dono desse corpo 
moreno
Eu queria ser o dono desse 
monumento
Cuja beleza resplandece além 
do horizonte
Eu queria esta mulher em 
forma de talento.

Como eu queria estar presente
No 
interior de sua boníssima 
alma
Para eu retirar a sua essência
Toda 
sua pureza e toda sua 
calma.

Eu queria o seu todo junto de 
mim
Para eternizar nossas vidas 
no reino do céu
Vivermos nossas glórias no 
infinito
Protegidos pelo sacrossanto 
véu.

 BENDITA FEITICEIRA


Depois de muito tempo namorar
Depois de 
tanto tempo conviver com 
você
Eu não reconhecia suas qualidades
Eu 
via em você só defeitos, 
pode crer.

Eu via no negro dos seus olhos
A 
negritude de uma noite sem 
luar
Na beleza de sua pele morena
Eu 
não gostava nem de ouvir 
falar

E do seu corpinho tentador
Me doía 
ao lhe ver assim
Eu não reconhecia toda sua 
beleza
Eu queria lhe ver bem longe 
de mim.

Sus cabelos negros e ondulados
Eram 
para mim um sinal de 
luto
Suas mãos pequenas e delicadas
Eram 
para mim um estranho 
vulto.

O seu jeito delicado de andar
E 
seu jeito macioso de pisar 
no chão
Aquilo para mim me machucava
Parecia 
agredir meu coração.

Mas você me enfeitiçou com os 
defeitos seus
E tudo aquilo que me 
machucava
Bendita feiticeira me 
ensinou a lhe ver
Bendito feitiço era o que me 
faltava.

Bem vinda, veio em boa hora
Morena 
graciosa, querida 
feiticeira
Agora eu vejo em você, 
mulher
Feiticeira, minha mulher, 
minha companheira.

 BANCO DO MEU 
CORAÇÃO


Assente aqui neste banco
No banco do meu coração
Fique assentadinha me 
esperando
Vou partir, acenando a 
mão.

Vou sair pelo mundo afora
Igual a 
um andarilho, sozinho
Tal qual um passarinho 
perdido
Em vão procurando seu dileto 
ninho.

Vou percorrer várias estradas
À 
procura de uma solução
Vivi muitos anos contigo
Arriscando a vida nesta 
ilusão.

Você bem sabe que sou casado
E 
você é casada também
Nosso amor que é um 
segredo
Não podemos revelar a 
ninguém.

Vou sair vagando sozinho
Igual uma alma perdida
Vagando sem destino no 
espaço
Serei uma criatura sem 
guarida.

Não podemos mais viver
Como nossas almas assim 
divididas
Você com metade minha, outra 
do seu marido
E eu dividido entre duas 
mulheres, querida.

Tenha certeza que a nossa solução 
será
Eu a levarei assentadinha no 
banquinho
Na eternidade nós nos 
encontraremos
Pra nossa felicidade no 
mesmo caminho.

 VENHA FAZER AMOR 
COMIGO


Deixa eu lhe abraçar pelo menos
Uma 
vez por dia, lhe peço por 
caridade
Deixa eu lhe beijar uma vez 
por semana
Nem que este seja o beijo da 
amizade.

Se eu não estou pedindo demais
Deixa 
meus olhos penetrarem dentro 
dos seus
Quero sentir o gosto da 
paixão
De ver os seus penetrando 
dentro dos meus.

Se eu não estiver lhe importunando
Deixe 
meu corpo no seu corpo 
misturar
E numa cena muito apaixonado
Quero 
sentir o seu corpo quente 
lhe abraçar.

É doce e sublime esse nosso 
amor
E eu quero meus lábios nos 
seus lábios colar
E sentir num puro sabor de 
mel
E numa desvairada paixão 
seus lábios beijar.

Venha me fazer companhia na 
cama
Venha fazer, venha fazer 
amor comigo
Vamos viver uma louca e doce 
paixão
E verá que eu não sou apenas 
seu amigo.

Vai por mim, mulher amada
Eu 
quero que nós rolemos na 
cama
E em dois suspiros que soltaremos
Quero 
ouvir você dizendo que me 
ama.

E os frutos sagrados destas cenas 
de amor
Nascerão nossos queridos 
filhinhos
Para completar a nossa 
felicidade
Enchendo de harmonia nosso 
ninho.