OUVIR E ENTENDER MÚSICA – parte DEZ
OS QUATRO ELEMENTOS DA MÚSICA - TIMBRE (CORDAS)
por Coelho De Moraes baseado na obra de Aaron Copland
Depois do ritmo, da melodia e da harmonia vem o timbre. Colorido tonal. O timbre na música é como a cor na pintura. É a qualidade do som produzido. Cada voz com seu timbre. Cada instrumento se caracteriza pelo seu timbre.
O compositor escolherá a melhor roupagem para sua composição. A escolha desse colorido se fará em função da idéia intrínseca de sua composição.
Cabe ao compositor saber escolher o detalhe musical que causará efeito. Ele tem que ter, de certa maneira um denso espírito crítico. Uma perspicácia para propor uma música que toque o ouvinte, mesmo aquele que não goste do estilo.
Diferente de compositores anteriores a Hændel – que não costumavam indicar que instrumentos tocar aqui ou ali, não se importando tanto com a manutenção do timbre específico da peça, mesmo por que havia guerras e volta e meia se perdiam trompetes, vozes e instrumentistas variados – os posteriores indicarão claramente que tipo de instrumentos deve efetuar aquela melodia, mesmo em função da tessitura de cada instrumento.
A limitação da obra também se deve à limitação de cada instrumentos. Mas, há novos recursos, hoje.
Tomemos o piano. Ótimo para se ter à mão. É o “pau para toda obra”. Abrange todas as tessituras instrumentais. É um instrumento que forma acordes, portanto, é um instrumento harmônico. Pode ser usado politonalmente. Pode ser usado como instrumento de percussão. Ou para efeitos especiais. Além de muitos o usarem alterado – com moedas ou latinhas nas cordas como John Cage. E, é claro, pode ser usado como piano, mesmo.
Os instrumentos de orquestras dividem-se em sessões: as cordas; as madeiras; metais; e percussão.
CORDAS:
Violinos (I e II), Violas, Violoncellos e Contrabaixos. As cordas usam efeito de pizzicato, que é puxar a corda, como no violão, com o dedo ou efeito de arco, ou seja, passar o arco sobre a corda. O som dos harmônicos se obtém tocando levemente a corda com o dedo, obtendo-se um som aflautado. Pode-se tocar duas ou mais cordas ao mesmo e usa-se, também, a surdina, aveludando o som.
Em relação ao violino a viola é, um pouco maior, com alcance mais grave. Considerando o violino o soprano das cordas, a viola é o contralto, o cello o tenor/barítono e finalmente, o contrabaixo serão os baixos.
A sonoridade da viola tem denso apelo emocional.
O violoncelo é preso aos joelhos do executante sentado. Pungente nos agudos e sóbrio nos graves. Nos tons médios o cello é sério, abaritonado, sutil e carregado de emoções.
O contrabaixo será tocado em pé. Foi incorporado às jazz bands. No início – na era Beethoven - repetia, uma oitava abaixo, o que o cello fazia. Seu som emerge das profundezas da orquestra. É abismal. Mas, ele é a base dos sistemas. O alicerce de onde partirão por reverberação infinitas notas harmônicas.